Pânico, era isso que eu sentia.
Parecia que o mundo estava desabando e o chão saindo do lugar, meu coração batia descompassadamente, minhas mãos estavam trêmulas e eu não conseguia fazer parar por mais esforço que eu fizesse, aumentei a velocidade da corrida quando ouvir a voz dele atras de mim.
Ele havia me tocado.
Gerson me tocou e automaticamente eu entrei em desespero.
Foi quase impossível não lembrar de Marcus, dos seus toques.
Dos seus socos, de suas facadas.
Sinto várias lagrimas descerem dos meus olhos e as limpo imediatamente.
Eu sentia que iria morrer, eu me sentia igual aquele dia com a morte batendo na minha porta, com ele me jogando no chão e me socando ate eu vomitar sangue.
Limpo a boca e vejo sangue sair dela.
Tento lembrar das palavras que a psicóloga sempre me falava em suas consultas mas falho quando ouço os gritos do jogador se aproximando e mais tenho medo.
Coloco minhas mãos no ouvido na tentativa de parar com aquela confusão e com seus gritos.
Porque ele ta gritando tão alto?
Ele vai me bater também?
Vejo o sangue da minha boca descer sobre meu queixo e manchar meu vestido rosa, pressiono novamente minha cabeça com minhas mãos tentando parar.
-- isso é a sua inconsciência te faz acreditar que está sangrando e que está morrendo, mas você não está, está tudo bem. você precisa controlá-la, você que está no controle, somente você.
Não preciso ter medo, tá tudo na minha mente.
A minha respiração aumenta e meu estômago revira me fazendo sentir um gosto ruim na boca e jogo pra fora tudo o que havia comido naquele dia, porém a única coisa que vejo é sangue.
Isso não é real.
É uma ilusão.
É a fobia, a Malaxofobia.
Assim que levantei meu olhar vejo Marcus bravo com a garrafa de vidro na mão.
-- você está bem? -- ele perguntou me fazendo chorar alto ao ponto de começar a soluçar.
-- sai de perto de mim, seu desgraçado.
-- calma. -- ele disse se aproximando e recuei para trás
-- como você saiu da cadeia? -- perguntei confusa me sentindo enojada
-- que cadeia? -- ele se questionou confuso
-- não se faça de sonso, Marcus.
-- não sou esse tal de Marcus, sou eu Gerson. -- assim que ele terminou de falar isso rapidamente a imagem de Marcus se transforma na de Gerson me fazendo gerar uma enorme dor de cabeça -- você não está bem, olha me desculpa ter te tocado foi no automático, eu nunca conheci alguém assim é estranho para mim.
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FRONTEIRA - Gerson Santos
Ficção AdolescenteGERSON SANTOS é jogador do melhor clube de futebol do Brasil, o Flamengo, sempre rodeado de fama, mulheres e dinheiro mas ainda sim, um ótimo pai para sua filha. Em um dia qualquer conhece uma mulher que não é igual as outras, Mikaella é muito difer...