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-- ela não me atende -- falei andando de uma lado pro outro -- já são uma da manhã e nada dela voltar ou ao menos mandar uma mensagem

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-- ela não me atende -- falei andando de uma lado pro outro -- já são uma da manhã e nada dela voltar ou ao menos mandar uma mensagem

-- também estou preocupada

-- talvez devêssemos ligar para polícia

-- ele só começa a procurar depois de 24 horas.

-- mas não é melhor já denunciar?

-- é a mesma coisa de fazer nada, porque só vão procurar por ela 24 horas depois mas se isso vai te trazer uma sensação melhor é bom irmos, Pai -- Giovanna disse sentada no sofá balançando as perninhas

Ela estava parecendo uma adulta de trinta anos falando comigo

Os filhos crescem tão rápidos

-- o que você acha que eu devo fazer? -- perguntei apreensivo

-- a gente devia ir para faculdade procurar por ela. -- ela disse se levantando

-- você tá certa mas você não pode ir

-- porque não?

-- não sabemos o que aconteceu, todo cuidado é pouco.

-- tudo bem, vou ficar aqui mas me manda notícias -- ela disse enquanto eu saia da casa o mais rápido possível

-- eu te amo -- falei alto antes de ligar o carro dano partida

Ignoro todas as leis de trânsito possível e quase bato o carro umas três vezes. Assim que chego na universidade que parecia vazia o meu coração se aperta. Desço desesperado gritando pelo o seu nome mas sem sucesso.

-- Mikaella -- falo alto -- Azedinha, por favor aparece

O portão principal estava fechado e o muro era bastante alto, tentar pular seria impossível. Me escoei na parede e vou escalando com cuidado.

-- muito alto -- falei me sentindo tonto sentando no topo do muro -- MIKAELLA -- gritei fazendo o seu nome ecoar e mais uma vez: sem sucesso.

Pulo e sinto uma fisgada na coxa esquerda indo até o joelho. Ignoro tudo isso e saio procurando por ela loucamente.

-- Azedinha, cadê você? -- perguntei alto batendo em quase todas as portas de sala de aula.

Devo ter ficado cerca de três horas ali gritando, chorando e a procurando mas não encontrava ela

Tinha medo do que poderia acontecer. Medo de alguém está a machucando nesse exato momento em que estou voltando para casa cansado de tanto me sentir um inútil por não encontrá-la. Eu queria tanto ali qui. Seus beijos, seus toques...a minha Azedinha.

Era inacreditável o quanto que ela me fazia bem, o quanto que mexia comigo de uma forma tão positiva que me tronava um homem melhor a cada dia.

Mikaella, é uma mulher forte e ao mesmo tempo muito frágil... e ela só merece coisas boas, somente isso.

Assim que cheguei em casa novamente me jogo no braços de Giovanna no sofá e solto todo o choro que estava prendendo desde o começo disso tudo.

-- vamos encontra- lá papai, a tia Mi te ama muito e é claro que ela vai voltar.

Foi impossível não lembrar da faca e da bala do revólver, será que tudo isso está ligado? Balanço a cabeça negativamente tentando esses pensamentos para atrás.

Eu vou acha-lá.

Eu preciso dela aqui, comigo.

Estar sem ela é tão cansativo e enjoativo..simplesmente não consigo mais me vê longe daquela mulher com aquele sorriso encantador.

-- e se a gente não achar? -- perguntei nervoso e ela bateu na minha testa o que me fez fazer careta

-- vamos achar, pensa positivo -- ela disse revirando os olhos e concordei minuciosamente.

As vezes filho pensa e age mil vezes melhor que a gente, meros adultos de 20 a 90 anos de idade.

-- eu não consigo -- confessei engolindo o nó na garganta

-- o senhor precisa relaxar um pouco e sempre com pensamento positivo. Tia Mi vai voltar.

Espero que ela esteja certa

Espero que a minha Azedinha esteja bem agora nesse exato momento.

Senhor, é tudo o que eu peço...

Senhor, é tudo o que eu peço

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FRONTEIRA - Gerson Santos Onde histórias criam vida. Descubra agora