Capitulo 11

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O jovem garçom não pareceu incomodado por ser encarado daquele jeito e deixou Draco fazer isso, sem fazer nenhuma pergunta. Depois de um longo momento, Draco sussurrou, incerto e um pouco assustado.

— Nós nos conhecemos ?

Evan deu um pulo antes de cair na gargalhada, chamando a atenção do barman para a mesa deles. Draco recuou um pouco, hesitante em se levantar e sair daquele bar com pressa.

No entanto, fugir não era uma opção aos seus olhos. Ainda não. Se Potter estivesse ao seu alcance, ele teria que encontrá-lo e saber o que ele estava fazendo. Apesar da marca no braço, ele não pretendia denunciá-lo ou impedi-lo de agir. Foi até o contrário, embora o ex-grifinório provavelmente teria dificuldade em acreditar.

Potter era a última esperança do mundo mágico e Draco nunca imaginou contar com seu rival de longa data para acabar com o reinado de terror de Voldemort. Ele provavelmente não era o único Comensal da Morte a ter dúvidas, mas provavelmente era o que estava em melhor posição para agir discretamente, já que ele se movia nos círculos privados do mago das trevas graças ao seu invejado status de pocionista.

A risada de Evan morreu e ele balançou a cabeça, com um sorriso levemente tenso.

— Não que eu saiba. Vim para Londres em busca de trabalho na primavera passada, mas o lugar... teve alguns problemas. Houve uma onda de incidentes estranhos, explosões de gás ou algo assim, e rapidamente me vi na rua. Afinal, sem emprego, não há mais dinheiro para pagar o aluguel…

Draco piscou quando um arrepio percorreu sua espinha. Se Evan não estivesse mentindo, se ele não fosse Harry Potter, então ele era uma vítima trouxa dos Comensais da Morte e Draco de repente se sentiu culpado. Ele não participou dos crimes de seus “colegas”, mas não pôde deixar de pensar que sua inação havia destruído dezenas de vidas... como a de Evan.

Ele murmurou, recusando-se a encontrar o olhar dele, sentindo-se desconfortável.

— Desculpe por… tudo isso.

Evan encolheu os ombros com um sorriso um tanto forçado.

— Não é sua culpa. Foi só... um pouco de azar, eu acho. Felizmente, Pete estava lá e a sua ajuda... salvou a minha vida.

Draco assentiu, não realmente convencido de sua inocência na situação de Evan. Ele se concentrou em sua caneca de cerveja, antes de confessar, nervoso.

— Na verdade, você parece um dos meus antigos amigos de escola.

Evan riu novamente.

— Um amigo ?

Draco fez uma careta, lembrando-se de todas as discussões que teve com Potter. Ele murmurou, suas bochechas corando levemente.

— Na verdade não, mas preciso falar com ele.

Quando Draco olhou para cima, Evan não pareceu surpreso com suas palavras e sorriu gentilmente para ele.

— Espero que você encontre então. Ele é um frequentador regular deste bar? É por isso que você veio?

Draco piscou e balançou a cabeça com uma risada estranha.

— Oh. Não. É que... gosto de vir aqui.

Após um silêncio desconfortável, Evan suspirou e se levantou.

— Eu deveria voltar ao trabalho. Por enquanto está tranquilo, mas Pete vai precisar de mim.

Draco mordeu o lábio e segurou-o ali por um momento antes de perguntar apressadamente.

— Foi você quem encontrou o bloco de notas que esqueci?

Evan parecia confuso e balançou a cabeça.

— Oh. Não, foi um cliente que o trouxe para Pete quando o encontrou na sua mesa habitual. Para que ?

Draco encontrou o olhar de Evan e sorriu nervosamente.

— Para saber se era você que eu deveria agradecer…

Evan balançou a cabeça antes de voltar ao trabalho. Draco olhou para ele por um longo tempo com o canto do olho, antes de decidir que definitivamente não era Potter. Em primeiro lugar, Potter nunca poderia ter sido tão amigável com ele.

Certamente havia semelhanças — na maneira como ele se movia ou falava em determinados momentos — e provavelmente foi por isso que seu subconsciente agiu com esse sonho estranho.

Com um suspiro, Draco abaixou a cabeça até sua caneca de cerveja, abatido e incapaz de evitar se sentir desapontado. Ele imaginou que encontraria Potter facilmente e que teria apenas que convencê-lo a segui-lo...

Ele terminou sua bebida e se aproximou de Pete para pagar, mas o barman balançou a cabeça, sorrindo, com uma piscadela de conhecimento.

— cortesia da casa.

Os olhos de Draco se arregalaram brevemente e ele agradeceu ao homem cautelosamente, mas o homem acenou com a mão vagamente.

— Não se preocupe. Você é um regular agora, certo?

Draco sentiu-se estupidamente tocado pela gentileza do trouxa e ofereceu-lhe um sorriso sincero, um pouco hesitante, sem ter certeza se merecia tanto. No seu mundo, nenhum presente era dado sem uma intenção oculta, sem esperar nada em troca. Após uma breve hesitação, ele se atreveu a perguntar.

— Foi também um frequentador regular que encontrou meu caderno? Eu realmente gostaria de agradecer a ele.

Pete encolheu os ombros e balançou a cabeça com uma careta de desculpas.

— Sinto muito, meu jovem. Um cara engraçado me deu. Um cara passando, todo de preto. Eu nunca o tinha visto antes.

Draco estremeceu de repente, surpreso com a descrição. Seu sonho ainda fresco em sua mente, a vaga descrição o lembrava mais de Snape do que de Potter. Ele se forçou a lembrar que seu professor de poções estava morto. Ele nunca tinha visto seu corpo, mas o próprio Voldemort disse isso e Draco suspeitava que o bruxo das trevas era quem havia acabado com a vida de Snape...

Ele cumprimentou Pete mais uma vez, um tanto distraidamente, antes de sair do bar com passos lentos. A rua estava completamente deserta àquela hora tardia e ele certificou-se de que ninguém no bar prestava atenção nele enquanto voltava ao beco por onde havia chegado.

Ao aparatar em casa, ele se lembrou do endereço que Potter havia deixado no bilhete que encontrara. Durante o dia, ele teve o cuidado de procurar no mapa o local indicado, mas ainda não havia decidido visitá-lo. Pelo que ele notou, o lugar era trouxa, longe de qualquer região mágica.

Drago hesitou brevemente, depois se concentrou no Impasse de Weaver em Carbones-les-Mines, rezando para que o lugar fosse deserto. Finalmente, ele aparatou, esperando finalmente ter respostas para todas as suas perguntas.

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