Ao beijar Draco Malfoy, Harry esqueceu tudo que não fosse o momento presente. Pela primeira vez na vida, ele sentiu que pertencia a alguém.
Ele não estava sozinho.
Ele terminou o beijo com um suspiro suave, encostando-se em Malfoy e apoiando a testa em seu ombro. Ele não conseguiu reprimir um sorriso suave quando a mão do jovem pousou em sua nuca, cavando na massa de seu cabelo e coçando o couro cabeludo da melhor maneira possível.
Malfoy sussurrou, seu tom cheio de perguntas.
— Potter? Harry?
Seu nome na boca de Draco mexeu com ele e ele começou a sorrir como um idiota. Ele levantou a cabeça lentamente para olhar para ele, seus olhos brilhando de alívio por não ter sido afastado.
Vendo a expressão dele, Draco revirou os olhos, mas Harry notou o leve rubor nas bochechas dele e seu sorriso se alargou. O jovem rosnou, sem conseguir ficar bravo com Harry.
— Você está ciente de que... que não deveríamos fazer isso?
Harry bufou, realmente não se importando com a objeção de Draco. Estava perfeitamente claro que agora não era o momento ideal para esse tipo de distração. Eles estavam arriscando suas vidas e não tinham certeza se sobreviveriam até o fim da guerra. A proximidade deles os colocava em ainda mais perigo, mas esse detalhe não iria deter Harry e ele tinha certeza de que Draco não desanimaria tão facilmente.
Finalmente, ele encolheu os ombros com uma expressão travessa.
— Eu não gosto de seguir regras, você sabe disso, né?
Draco suspirou, tentando esconder sua preocupação, e Harry imediatamente recuperou a seriedade para tranquilizá-lo.
— Não importa, Draco. Eu não quero... você pode nunca ter voltado para casa hoje e... eu perdi muitos entes queridos para estar disposto a ser razoável. Teremos cuidado, tanto quanto for necessário, mas não vou deixá-lo a menos que você me peça para deixá-lo.
Harry conhecia Draco bem o suficiente para ler a luta que estava acontecendo em sua mente. Ele provavelmente teve que pesar os prós e os contras, tentar encontrar argumentos para argumentar com Harry.
Draco poderia dizer o que quisesse, Harry enfrentaria qualquer um de seus argumentos e lhe mostraria que não desistiria. Nunca.
Harry não estava disposto a deixá-lo para trás. Ele era muito importante para ele e agora que finalmente admitiu isso, não teve mais dificuldade em admitir.
Draco interveio calmamente.
— Se ele descobrir, vai me usar para chegar até você, você percebe?
Harry zombou.
— Não pretendo enviar-lhe um anúncio. Sem falar que estou oficialmente morto, lembra? Não vou exigir de você um passeio romântico de mãos dadas pelo Beco Diagonal.
Draco tossiu e seus olhos se arregalaram ligeiramente, suas bochechas vermelhas. Ele abriu a boca e imediatamente fechou antes de gemer desconfortavelmente.
— Você sempre pode exigir, eu não faço isso. A caminhada e tudo…
Harry riu e piscou para ela.
— Nem eu. Eu só estava tentando te lembrar que ninguém tem como saber que... estou perto de você.
Draco balançou a cabeça.
— Isso é loucura. Eu deveria dizer para você ir para casa e ser adulto pelo menos uma vez. Para... ficar longe de mim.
Harry inclinou a cabeça, escondendo cuidadosamente o fato de que estava com medo de ser empurrado.
— E então? Você consegue ?
Draco passou a mão pelo rosto.
— Eu sou egoísta, Harry. Estou sozinho desde que tive que levar esta marca e não posso recusar a sua ajuda. Sua presença.
Ele engoliu em seco e desviou o olhar, antes de murmurar desconfortavelmente.
— O que você fez por mim... Me esperando, se preocupando, cuidando de mim... Ninguém nunca tinha feito isso por mim, sabe? Eu sei que minha mãe está preocupada, mas ela tem que esconder tudo isso, agir como... Se ela fosse indiferente ao que está acontecendo comigo. Ele odeia qualquer demonstração de afeto e pune severamente aqueles que se permitem ser muito… sensíveis em suas próprias palavras.
Harry suspirou, puxando Draco para mais perto dele, tentando fazê-lo entender que não estava mais sozinho. O jovem hesitou brevemente em prometer-lhe que logo estaria livre, mas ainda duvidava de sua capacidade de matar Voldemort.
O bruxo das trevas não hesitou em deixar um rastro de morte em seu rastro, mas Harry não era assim. A ideia de tirar a vida de alguém o deixava enjoado e ele temia que lhe faltasse coragem no momento fatídico.
Ele honestamente pensou que poderia fazer isso para proteger Draco, mas o impacto em sua psique provavelmente seria enorme.
Harry afastou abruptamente suas dúvidas, forçando-se a pensar que era um mal necessário. Ele poderia destruir sua alma para matar Voldemort, no entanto, ele faria isso para proteger Draco e seus amigos.
Ele cuidadosamente escondeu seus pensamentos sob um sorriso e sussurrou, sem a menor hesitação.
— Eu sempre esperaria por você, mas prefiro que você fique longe do perigo…
Draco zombou.
— Como se isso fosse possível. Ambos temos obrigações. Desta vez não serei covarde. Não posso fugir pelo resto da minha vida, por mais assustado que esteja.
Harry balançou a cabeça, de repente horrorizado com a resignação na voz de Draco.
— O que você quer dizer ?
Draco suspirou e se afastou ligeiramente de Harry, arrependimento claramente evidente em sua atitude. Com as costas retas e os olhos baixos, ele sussurrou baixinho.
— Quero dizer que obedece a todas as suas ordens porque estava com medo. Eu poderia ter matado alguém e mesmo que não fosse o que eu queria, eu era inteiramente responsável.
Harry franziu a testa, cauteloso.
— Se você tivesse resistido, ele teria matado você. Você fez o que pôde, Draco. Não havia outra solução.
Draco soltou uma risada amarga e levantou a cabeça para olhar nos olhos de Harry. Eles se encararam por um longo momento e o medo torceu as entranhas de Harry ao ver como o olhar de Draco parecia monótono. Ele parecia... vazio, como se tivesse perdido toda a esperança, como se estivesse planejando morrer.
Harry já tinha visto aquele olhar antes.
Em seu espelho.
Finalmente, Draco ergueu uma sobrancelha, observando cuidadosamente as reações de Harry.
— Diga-me, Harry... o que você teria feito? Você teria abaixado a cabeça e concordado em obedecê-lo?
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Faux semblants
Hayran KurguA Segunda Guerra Bruxa terminou, mas infelizmente Harry Potter falhou. O jovem foi morto para grande consternação de Draco Malfoy... Este último esperava secretamente que Potter pudesse libertar o mundo mágico da loucura de Voldemort. O mundo mágico...