Capítulo 75

255 40 1
                                    

Harry sentiu como se estivesse vibrando de excitação, pois tudo parecia estar indo a seu favor.

Lucius estava fora do jogo, provavelmente inconsciente, após receber uma punição sólida. Bellatrix foi mandada de volta para seu quarto como uma criança desobediente e provavelmente ficaria lá, já que Voldemort parecia furioso com ela...

Draco saiu ileso, milagrosamente. Harry ficou aliviado por não ter sido amaldiçoado, ele provavelmente teria dificuldade em evitar interferir...

Voldemort havia bebido a poção que Draco trouxe e parecia estranhamente calmo, perdido em pensamentos. Harry se perguntou se era um dos efeitos da poção recomendada por Snape e prometeu a si mesmo perguntar ao mestre de poções quando o visse novamente.

O momento parecia ideal, mas Harry hesitou. Ele olhou para Draco, esperando por um sinal dele, qualquer coisa que o ajudasse a tomar uma decisão. Seu maior medo era agir rápido demais e colocar Draco em perigo...

De repente, o jovem olhou para o teto, procurando por aquilo. Harry se mexeu ligeiramente e Draco sorriu para ele.

Um sorriso doce e sincero, os sorrisos que ele tanto amava em si mesmo, mas que eram tão raros...

Durou apenas um momento, o espaço de um piscar de olhos, mas foi o suficiente para dar a Harry a coragem que lhe faltava. Draco deu um passo para trás, dando-lhe um pouco de espaço para pousar bem na frente de Voldemort, e Harry se decidiu, parando de adiar o inevitável.

Ele esticou as asas e voou, pairando silenciosamente acima de seu inimigo, então desceu, completamente focado em seu objetivo, assegurado de que Draco estava protegido.

Cheio de alegria selvagem, Harry se transformou novamente em sua forma humana antes de cair no chão, parecendo ter acabado de aparecer diante de Voldemort.

Este último piscou, congelado, antes de se levantar com um grito de raiva, olhando em volta freneticamente.

Mesmo que seu coração batesse freneticamente, Harry o escondeu com cuidado, olhando para o bruxo das trevas com um sorriso zombeteiro. Ele ergueu uma sobrancelha e o cumprimentou, certificando-se de não demonstrar medo.

— Olá, Tom. Você estava com saudades de mim ?

Voldemort balançou a cabeça antes de murmurar.

— É impossível. Você está morto…

Harry inclinou a cabeça, os olhos brilhando de diversão.

— Obviamente, você está enganado. Talvez você simplesmente não possa me matar...

O mago das trevas soltou um grito de raiva e ergueu a varinha, lançando um feitiço cortante no jovem. Nem um pouco assustado, Harry se adornou com um poderoso protego e teve que reprimir uma explosão de risadas alegres pela facilidade com que fez isso.

A melhor parte, do ponto de vista dele, é que Voldemort não entendia que o problema era dele. Ele pensou que Harry havia ganhado poder e deu um passo para trás, com os olhos arregalados.

Ele sussurrou, sua voz assobiando.

— É impossível…

Harry soltou uma risada selvagem.

— Impossível? Você pensa ? Afinal, você não conseguiu me matar quando eu era bebê, então não é de admirar que esteja em apuros agora...

Voldemort balançou a cabeça, tropeçando ao dar outro passo para trás. Ele parecia ter esquecido a presença de Draco atrás de Harry, assim como havia esquecido que poderia simplesmente chamar seus Comensais da Morte...

Neste ponto, Harry estava bastante confiante. Se ele chamasse seus Comensais da Morte para atacar um jovem adulto, seria uma terrível admissão de fraqueza e ele perderia toda a autoridade sobre seus pequenos escravos. Voldemort preferiria esconder suas fraquezas, assim como havia escondido sua ascendência trouxa.

Harry aproveitou sua vantagem, cheio de uma confiança totalmente nova, ao ver o medo nos olhos reptilianos de Voldemort. O mago negro estava encurralado e ele sabia disso.

O jovem se levantou, com a varinha na mão, esperando que Voldemort decidisse atacar. Ele tinha que matá-lo, mas não poderia simplesmente assassinar um homem — mesmo que ele não fosse tão humano — a sangue frio. Ele o mataria em um duelo, dando-lhe a chance de lutar por sua vida.

Voldemort teve que entender que não tinha escolha. Ele se levantou lentamente sem tirar os olhos de Harry, então escovou suas vestes de bruxo esfarrapadas, tentando recuperar a compostura.

Ele soltou uma risada amarga, com os punhos cerrados.

— Então havia de fato um traidor entre meus Comensais da Morte... Você não poderia entrar aqui sem ajuda, Harry Potter.

Harry bufou.

— E isso importa ? Estou de frente para você e é hora de acabar com essa história. A guerra que você provocou durou muito tempo e causou muitas vítimas...

O mago negro não pareceu impressionado. Ele acenou vagamente, sem tirar os olhos de Harry.

— São necessários dois lados para que haja uma guerra. Eu não sou o único culpado...

Harry revirou os olhos, recusando-se a entrar nesse tipo de debate. Este homem matou seus pais, tornou sua vida um inferno... ele o perseguiu incansavelmente para matá-lo e arrancou todos os membros de sua família sem piedade.

Voldemort deu um sorriso de escárnio curto e zombeteiro, depois suspirou.

— Draco Malfoy… meu promissor pequeno Comensal da Morte. Tão dedicado... Seu pai me alertou sobre sua inconstância.

Harry ouviu a respiração de Draco falhar e amaldiçoou Lucius. Contudo, ele permaneceu completamente indiferente, apenas olhando para Voldemort, recusando-se a ser distraído por uma estratégia tão grosseira.

Draco estava à altura da tarefa e Harry tinha certeza de que ficaria furioso se desviasse sua atenção do bruxo das trevas para ter certeza de que ele estava bem...

Voldemort se levantou e deslizou a varinha da manga para a mão. Porém, ele permaneceu relaxado, nem mesmo tentando atacar Harry.

— Nenhum Comensal da Morte jamais me traiu sem sofrer as consequências... Não vou esquecer, Draco Malfoy... acredite, você vai se arrepender de ter ousado me desafiar dessa forma.

Desconfortavelmente, Harry chamou a atenção de Voldemort de volta para ele. Ele não gostou das ameaças que fez contra Draco, mesmo que fossem apenas palavras vazias.

— Então Tom? Você parece evitar o confronto... Achei que me matar fosse apenas uma simples formalidade? Não foi isso que você disse aos seus pequenos escravos em Hogwarts?

Faux semblants  Onde histórias criam vida. Descubra agora