Capítulo 83

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Quando Draco abriu os olhos, ele olhou em volta, franzindo a testa em confusão.

Ele estava na cama e o quarto estava escuro. Era familiar e ainda assim estranhamente chocante, sem que ele conseguisse entender o que o incomodava.

Por um momento, ele foi atingido por uma sensação de irrealidade tão poderosa que começou a entrar em pânico, sua respiração ficando mais curta e seu coração martelando no peito.

Ele tinha sonhado com Harry voltando para sua vida e ficando cara a cara com Voldemort? O bruxo das trevas o torturou tanto que ele não conseguia mais distinguir a realidade dos seus sonhos?

Draco cerrou os punhos, sentindo-se fraco e odiando a sensação. Antes de tentar se levantar, um leve barulho chamou sua atenção e ele virou a cabeça bruscamente, vasculhando a escuridão até identificar a origem do som.

Imediatamente, ele relaxou e uma onda de alívio o atingiu ao reconhecer a figura de Harry, dormindo na cadeira ao lado de sua cama. Ele se levantou com dificuldade, determinado a se aproximar do jovem, mas seu movimento alertou Harry porque ele imediatamente se sentou, piscando as pálpebras para acordar completamente.

Draco estendeu a mão, convidando-o para ficar ao seu lado, mas só relaxou quando Harry estava perto dele, abraçando-o.

Harry sussurrou, em um sussurro rouco.

— Ei. Você está indo bem ?

Draco assentiu, um pouco confuso, antes de sussurrar.

— O que aconteceu ?

Sua própria voz lhe pareceu estranha e ele calou-se de repente, em pânico. Harry pareceu entender sua reação, enquanto segurava seu rosto com as mãos para confortá-lo gentilmente.

— Não é nada. Vai passar, ok? Você se machucou, mas está melhor agora.

Draco franziu a testa, sentindo como se estivesse faltando alguma informação crucial.

— ferido?

Harry prendeu a respiração, com uma expressão chocada e sussurrou, incerto.

— Você não lembra ?

Draco hesitou, então balançou a cabeça, a preocupação apertando seu peito. A expressão cautelosa de Harry e sua testa franzida de preocupação lhe disseram que algo sério havia acontecido.

Ele procurou em suas memórias, mas tudo parecia confuso, incoerente.

Ele tinha breves imagens chegando até ele, mas pareciam sem sentido.

Harry suspirou e esfregou as costas suavemente, antes de sussurrar, sem tirar os olhos dele.

— Qual é a sua última lembrança?

Draco hesitou, então suspirou.

— Eu preparei uma poção para limitar a magia dele.

Harry assentiu, esperando por mais. Draco lambeu os lábios antes de murmurar, com as sobrancelhas franzidas.

— Você me levou ao seu apartamento para pegar algumas coisas... Coisas importantes... A varinha de Dumbledore...

Draco sentou-se, com os olhos arregalados.

— Você me contou sobre essa lenda, não foi? O das Relíquias da Morte, que você tem em sua posse.

Harry acenou com a cabeça mais uma vez, mordendo o lábio, seus olhos não desviando de Draco, dando-lhe tempo para reunir suas memórias dispersas.

Draco suspirou, frustrado, e então rosnou.

— Ele me ligou ? Não me lembro do que aconteceu depois disso...

Harry hesitou antes de concordar.

— Ele ligou para você, sim. Em primeiro lugar, quero que saiba que tudo acabou. Ele está morto, para sempre.

Draco ficou pálido e olhou para Harry com atenção.

— Realmente ?

Harry sorriu, um sorriso verdadeiro que fez seus olhos brilharem, e ele assentiu com mais força, imediatamente tranquilizando Draco.

— Realmente. Você está livre agora.

Como que para provar seu ponto de vista, Harry se afastou dele apenas para pegar seu braço e girá-lo suavemente, antes de arregaçar a manga. Draco ficou tenso, antes de ofegar, com os olhos arregalados.

No lugar da marca que ele tanto odiava, não sobrou nada. Apenas um pedaço de pele pálida.

Harry riu quando Draco o puxou para um abraço, claramente feliz. Nariz no pescoço de Harry, ele sussurrou, ansioso por detalhes.

— Diga-me por favor. Não acredito que esqueci tudo!

Draco sentiu a tensão de Harry e este o segurou um pouco mais forte enquanto permanecia em silêncio. Draco franziu a testa, suspeitando que tudo não tinha corrido tão bem como Harry afirmava.

Draco o abraçou de volta e gentilmente esfregou suas costas, esperando confortá-lo da maneira que pudesse, frustrado por não ser capaz de reunir suas memórias.

Depois de alguns segundos, ele insistiu.

— Harry?

A voz de Harry estava estranha, quase quebrada, quando ele respondeu, o que aumentou a preocupação de Draco.

— Eu estava com tanto medo de perder você...

Ele franziu a testa e sussurrou, tentando ficar o mais calmo possível.

— Estou bem, ok? Olha, estou aqui, ao seu lado. Eu simplesmente esqueci o que aconteceu, nada de chicotear um pelúcio!

Harry soltou uma breve risada nervoso com seu comentário, mas permaneceu em silêncio e Draco deu-lhe tempo para se acalmar. Ele quase deu um pulo quando ergueu os olhos e encontrou a mãe na porta do quarto, observando os dois.

Draco ergueu uma sobrancelha para ela, incapaz de decidir se queria ficar sozinho com Harry um pouco mais ou se queria que sua mãe interviesse e preenchesse as lacunas em sua memória. Narcissa decidiu por ele, já que ela falou sem avançar para dentro da sala.

— Harry teme sua reação já que seu pai tentou te matar. Ele trouxe você de volta a um estado quase desesperador, mas nunca desistiu.

Draco segurou Harry um pouco mais forte, impedindo-o de se afastar, e ele engoliu em seco.

— Como ?

Sua mãe olhou para ele antes de encolher os ombros.

— Erealmente importante? Você está vivo e ele está morto.

Draco engasgou. Tomado pelo alívio, ele só percebeu que estava chorando quando Harry se afastou dele, claramente entendendo mal o motivo de suas lágrimas.

Ele balançou a cabeça, pegando a mão de Harry que estava sussurrando, com a voz estrangulada.

— Como vai você? Eu... estou tão aliviado.

Draco olhou brevemente para a porta, mas sua mãe já os havia deixado sozinhos. Ele passou a mão livre pelo rosto e olhou sério para Harry.

— obrigado.

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