Draco permaneceu distante enquanto Harry se movia em direção a Granger. Ele o empurrou para ela com confiança, mas no fundo estava bastante inseguro.
Granger pode não gostar da proximidade deles ou querer tirar Harry dele...
Ele ouviu Harry se desculpar — provavelmente por seu comportamento na última vez que se viram — e então Granger se jogou em seus braços, soluçando.
Embora ele não estivesse com ciúmes — pelo menos não desse jeito — Draco não conseguia esconder sua agitação e descobriu que sua tia e sua mãe o observavam com um pequeno sorriso divertido.
Draco suspirou, considerando seriamente recuar e voltar para seu quarto, provavelmente sob o pretexto de estar um pouco cansado. Ele ainda estava se recuperando, afinal.
A mãe dela deve ter adivinhado suas intenções, pois ela se aproximou, deixando a irmã brincar com Teddy.
— A senhorita Granger não planeja arrastar Harry atrás dela, você sabe.
Draco murmurou indistintamente e encolheu os ombros, mortificado por ter sido exposto tão facilmente, mas sua mãe continuou.
— Ela também não vai separar você. Tomei a liberdade de contar a ela sobre vocês dois juntos, para evitar que ela se surpreendesse e, estranhamente, ela não pareceu tão surpresa assim.
Draco franziu a testa, antes de responder secamente e tenso.
— Claro. Ela sabia que Harry estava comigo.
Narcisa riu.
— Foi o que pensei também. No entanto, esta jovem parecia pensar que a sua rivalidade em Hogwarts estava escondendo alguma coisa.
Draco piscou, perplexo, antes de bufar de aborrecimento.
— No começo eu queria humilhá-lo para agradar o pai... mesmo que eu preferisse ser amigo dele. Então, tentei principalmente evitar que ele descobrisse o que eu tinha feito.
Um brilho de tristeza passou pelos olhos cinzentos de sua mãe, mas ela se recuperou rapidamente.
— Pelo que entendi não foi tão simples assim, não é? Pelo que a Srta. Granger me contou, Harry soube no momento em que viu você.
Draco olhou para ele, mas sua mãe não pareceu entender a mensagem, pois insistiu.
— Faz sentido quando vejo o quão próximos vocês dois são.
Um pouco enjoado, Draco olhou brevemente na direção de Harry — ainda nos braços de Granger — e deu um passo para trás, determinado a recuar.
— Estou cansado. Eu vou... preciso de um pouco de paz e sossego.
Sua mãe tentou agarrar seu braço, com uma expressão preocupada, mas ele se esquivou com um sorriso forçado.
— Estou bem. Eu... eu vou me deitar. Você cumprimentará sua irmã por mim.
Ele rapidamente saiu da sala sem olhar para trás, sentindo como se sua pele estivesse coçando. Ele relaxou um pouco ao chegar em seu quarto e após um momento de hesitação, jogou uma Colloportus na porta para garantir um momento de solidão.
Draco cambaleou, oprimido por toda a situação.
A guerra acabou e ele não era mais um Comensal da Morte. Ele não tinha mais a marca no braço. Ele conseguiu passar por tudo isso sem precisar matar ninguém e isso foi um alívio infinito.
Seu pai havia morrido, libertando-o de sua influência tóxica e permitindo-lhe ter esperança de um futuro mais agradável do que o que o esperava anteriormente. Ele não teria que se casar com um estranho ou gerar herdeiros para agradar Lucius.
Harry estava vivo. Ambos estavam vivos. Draco estava preocupado com o que poderia acontecer e jurou várias vezes proteger Harry, mesmo que tivesse que dar sua vida. Obviamente, ele não foi tão corajoso quanto esperava, já que mais uma vez foi Harry quem veio em seu auxílio e o protegeu... Desde que Harry lhe contou brevemente o que havia acontecido, Draco não tentou mais recuperar as lembranças dos momentos que havia esquecido. Afinal, ele não precisava se lembrar de mais um fracasso.
Tentando não imaginar que Harry poderia querer se encontrar com seus amigos e deixá-lo para trás, Draco foi até o banheiro, pensando que um bom banho quente o ajudaria a relaxar. Então ele tentaria dormir e, com sorte, quando acordasse, veria as coisas de uma forma um pouco mais otimista.
Uma vez no chuveiro, Draco começou a relaxar enquanto a água morna ajudava a relaxar seus músculos. Enquanto se lavava, ele ficou olhando por um longo tempo para o braço e se perdeu nas memórias.
Ele ficou apavorado quando sua tia maluca o empurrou de joelhos na frente de Voldemort para ser marcado. Sua mãe estava presente, mas ela evitou cuidadosamente seu olhar. Naquele dia, os olhos dela estavam vermelhos e ele presumiu que era porque o marido dela estava na prisão…
Ele conteve os gritos quando Voldemort o marcou, mas acabou gritando a plenos pulmões depois. Quando ele foi punido pelas falhas de seu pai.
Então, todos os dias desde aquele momento terrível, ele olhou para o braço com raiva e desgosto, arrependendo-se de ter levado a marca, sabendo muito bem que não tinha escolha.
Ele alegou que era sua vontade, que até mesmo pediu, mas na verdade, ele nunca teve a intenção de se ajoelhar diante de Voldemort. Draco imaginou estupidamente que seria capaz de se mudar da mansão da família depois dos NIEMs e que teria a liberdade de viver como quisesse.
Era apenas uma cegueira estúpida, já que seu pai sempre lhe dizia que ele carregaria a marca negra "quando chegasse a hora certa".
Draco esfregou o braço com um pouco mais de força, embora nada mais o estivesse sujando. Ele ainda sentia a tinta mágica rastejando sob sua pele, movendo-se conforme a vontade de Voldemort... A pele já estava vermelha, mas ele não pôde evitar, pois finalmente deixou suas emoções tomarem conta por meses.
Ele fez questão de esconder seus pensamentos e sentimentos desde o retorno de Voldemort, nunca o deixando ir... exceto uma vez, em um banheiro deserto, e acabou brigando com Harry. Desde este incidente, ele nunca mais falhou, consciente de que a sua vida e a de sua mãe dependiam disso.
Draco engasgou quando o vapor de água quente o cercou, continuando a esfregar seu braço enquanto lágrimas rolavam por seu rosto, cada uma tirando algumas de suas frustrações e arrependimentos.
Antes que ele pudesse se acalmar, uma corrente de ar frio o assustou e alguém desligou a água. No momento seguinte ele estava enrolado em uma toalha macia e segurado firmemente nos braços de Harry.
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Faux semblants
FanfictionA Segunda Guerra Bruxa terminou, mas infelizmente Harry Potter falhou. O jovem foi morto para grande consternação de Draco Malfoy... Este último esperava secretamente que Potter pudesse libertar o mundo mágico da loucura de Voldemort. O mundo mágico...