Geralmente, Draco era muito bom em esconder suas emoções. Tornou-se essencial para enfrentar Voldemort, já que ele não hesitou em usá-lo.
Aumentou o medo daqueles que o temiam e provocou a raiva daqueles que já estavam irritados, a ponto de forçá-los a cometer um erro estúpido. Ele usou o amor para manipular aqueles ao seu redor, assim como usou o amor de Draco por sua mãe para pressioná-lo repetidamente a cumprir suas ordens.
Foi uma habilidade que Draco teve que aprender quando criança, para lidar com seu pai. Embora fosse menos assustador que Voldemort, Lucius tinha o hábito de voltar suas emoções de infância contra ele.
Ele o forçou a enfrentar cada um de seus medos, sem ser afetado por seus gritos ou pesadelos. Cada vez que ele olhava com inveja de alguma coisa, Lucius fazia questão de despojá-lo disso até que o pequeno Draco olhava em volta com uma expressão blasé e indiferente.
Draco só perdeu o controle de suas emoções quando se deparou com Potter, como se este tivesse o poder de deslizar para baixo de sua concha para expô-lo, e desta vez não foi exceção à regra.
Então, ele lançou-lhe um olhar zangado, após tê-lo repreendido pela crueldade com sua melhor amiga. Potter parecia calmo, mas Draco podia ver o tumulto de seus pensamentos em seus olhos verdes, que pareciam assombrados naquele momento.
Potter encolheu os ombros secamente, antes de responder em um sussurro.
— Eu a conheço, Malfoy. Se eu lhe der alguma esperança, ela entrará e se colocará em perigo. Ela conseguiu me convencer de que teria que fugir comigo no ano em que fui procurado. Eu estava com medo e não queria ficar sozinho... e ela foi machucada por Bellatrix. Ela me convenceu de que deveria me seguir até Hogwarts para lutar ao meu lado e ela poderia ter sido morta!
Draco ergueu uma sobrancelha zombeteira.
— Ela tem idade suficiente para saber o que quer fazer, Potter. Se ela decidir lutar, você não pode proibi-la.
Potter rosnou.
— Eu sei isso. Mas posso evitar que ela fique muito perto do perigo, afastando-a de mim. E então, não é mais só ela, ela está grávida, de Merlin! O que ela estava pensando?
Draco passou a mão pelo rosto e encolheu os ombros, com um suspiro.
— Exatamente, ela talvez esteja pensando nessa criança e na vida que ela terá se as coisas não mudarem! Gostaria de deixar seu filho nas mãos dele? Porque ele usará Hogwarts para treinar a próxima geração de Comensais da Morte, você pode ter certeza disso!
Potter engoliu em seco e assentiu, sem encontrar o olhar de Draco.
— Faz sentido, claro. Mas… eu quero que ela esteja segura.
Draco suspirou e revirou os olhos. Potter era um tolo teimoso e permaneceria firme mesmo se estivesse errado.
Deixando Potter vagando em círculos em seu canto, Draco sentou-se em frente à lareira e jogou um punhado de pó de flu para entrar em contato com sua mãe.
Ele queria ter certeza de que ela estava bem antes de descansar um pouco. Ele sabia que ela havia chegado cedo e não ficou surpreso quando ela apareceu em frente à sua lareira, perfeitamente vestida.
— Mãe? Você está indo bem?
Narcissa acomodou-se graciosamente em um assento próximo e se inclinou para responder.
— Estou bem.
Draco hesitou, ciente de que era perigoso falar abertamente através deste meio de comunicação, antes de decidir permanecer deliberadamente vago.
— Você deveria... ligar para sua irmã para avisar que ela pode ter uma visita.
Narcissa olhou em volta antes de concordar.
— Claro. Eu irei levar algo para você se alimentar adequadamente. Como você tem muito trabalho, quero ter certeza de que você se cuide. Falaremos sobre isso então, ok?
Draco riu nervosamente, incapaz de suprimir uma onda de afeto por sua mãe.
— Sou adulta, mãe. Eu sou capaz de me alimentar sozinho.
Ela franziu os lábios e soltou um bufo zombeteiro.
— Bem, eu serei a única juíza a decidir isso. Não se preocupe, vou trazer o suficiente para você comer por vários dias... Tenha um bom dia, meu dragão.
Draco a cumprimentou e levantou-se com um suspiro. Potter estava um pouco afastado, em frente à janela, de costas para ele, provavelmente para lhe dar a ilusão de um pouco de privacidade quando com certeza tinha ouvido toda a conversa.
Ele bocejou amplamente e se espreguiçou antes de se dirigir ao jovem.
— Você queria me dar instruções para esta maldita poção, Potter?
Potter se virou, evitando seu olhar, e encolheu os ombros.
— Pode esperar um pouco, eu acho. Você precisa especialmente dormir, você não…
Draco interrompeu revirando os olhos, recusando-se a deixar Potter cuidar dele quando ele não tinha descansado mais do que ele.
— Não foi minha primeira noite sem dormir e certamente não será a última.
Eles se encararam por um momento e Draco não pôde deixar de provocá-lo levemente, com um sorriso zombeteiro.
— Você não dormiu mais do que eu, Potter, então se seguirmos seu próprio raciocínio, deveria descansar um pouco também.
Potter bufou com uma expressão irritada, mas não pressionou. Draco gesticulou para que ele se sentasse no sofá e pegou uma garrafa de suco fresco da geladeira trouxa. Com um aceno, ele convocou dois copos e os serviu em silêncio.
Draco sentou-se ao lado de Potter com um suspiro, o cansaço se tornando insuportável e fazendo seu corpo parecer pesar toneladas. Ele bebeu o líquido gelado em silêncio, antes de murmurar.
— Você realmente vai deixar Granger ir sem consertar as coisas entre vocês? Quero dizer, você estava tão perto...
Potter se recostou e fechou os olhos, de repente parecendo muito mais jovem do que era e acima de tudo vulnerável.
— Eu não suportaria vê-la machucada novamente por minha causa. É a única coisa que posso fazer agora, exceto acabar com toda essa situação... então, mesmo que ela tenha que me odiar, não mudarei de ideia. Contanto que ela esteja bem, vale a pena…
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Faux semblants
FanficA Segunda Guerra Bruxa terminou, mas infelizmente Harry Potter falhou. O jovem foi morto para grande consternação de Draco Malfoy... Este último esperava secretamente que Potter pudesse libertar o mundo mágico da loucura de Voldemort. O mundo mágico...