capítulo 26- Lizzie

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Izuku acorda piscando em uma cama que parece excessivamente macia. Com os olhos ainda focados, ele passa as mãos preguiçosamente pelo tecido macio dos lençóis, absorvendo a sensação do algodão quase frio em sua pele.

Ele conseguiu ontem à noite ter capacidade mental para tirar a camisa antes de desmaiar, para que o tecido não irritasse suas cicatrizes, e agora esta manhã, Izuku descobre que os lençóis estão quase acalmando. Ele nem tinha percebido que os lençóis que tinha na cama na garagem estavam arranhados até agora. Levantando-se e se alongando, Izuku respira fundo e aprecia a primeira manhã que teve sem que suas cicatrizes queimassem em meses.

Os murmuradores da vida matinal estão entrando no quarto de hóspedes em que Izuku está, e ele decide ver o que está acontecendo, sem se preocupar em vestir a camisa antes de abrir a porta e sair.

A sala está vazia, exceto por dois gatos comendo lado a lado em suas tigelas iguais, então Izuku decide se aventurar na cozinha. Do outro lado da meia parede, ele pode ver que alguém está lá, embora não consiga ver quem é ou o que está fazendo, então Izuku vira a esquina e passa pela soleira da cozinha, onde encontra um pijama. vestido Zashi, que atualmente está mexendo na cafeteira.

“Posso pegar uma xícara?” Izuku pergunta, sua voz um pouco rouca logo pela manhã.

Zashi não o reconhece, mantendo as costas viradas e batendo os dedos na lateral da máquina enquanto ela começa a cuspir café na cafeteira que o espera. Izuku franze a testa e entra na cozinha, encostado em um balcão.

“O convite permanente para café só se aplica no centro de alimentação?” Izuku meio que brinca, cruzando os braços frouxamente. Ele não sabe ao certo por que Zashi o está ignorando, mas Izuku está começando a se preocupar com o fato de o loiro se ressentir dele por não ter contado toda a verdade sobre sua peculiaridade. Não que ele se arrependa de ter escondido isso de Zashi, ele tomaria a mesma decisão novamente, mas prefere não criticar seus anfitriões, considerando que não tem outro lugar para ir agora.

Mesmo assim, Zashi não responde e Izuku tamborila os dedos em seu bíceps sem jeito. Ele não vê sentido em tentar iniciar uma conversa pela terceira vez, então, em vez disso, sai do balcão e se aventura de volta para a sala.

Fiel à sua natureza, Doze vem até Izuku imediatamente, pulando no sofá e se aninhando em seu colo. O outro gato, Bones, Izuku presume, fica nas tigelas de comida, lambendo os pratos agora vazios como se houvesse algum sabor residual ali. Izuku passa a mão pelas costas de Doze, sentindo as vibrações de seu ronronar satisfeito. A visão o lembra de Lizzie e Izuku afasta o pensamento antes que muitas lágrimas possam se acumular em seus cílios.

Depois de um tempo, Zashi passa carregando uma xícara de café coberta com chantilly e caramelo, levando-a para o que deve ser o quarto dele e de Aizawa, e então Izuku fica sozinho novamente. Não que ele se importe. Mas o silêncio neste apartamento parece diferente do silêncio que existia na garagem. É maior, de alguma forma. Mais pesado. Talvez seja porque tem mais espaço para preencher. Mas Izuku não acha isso opressivo. É mais como um cobertor pesado.

Ele relaxa no sofá, passando os dedos distraidamente pelo pelo de Twelve enquanto vira a cabeça para a esquerda para observar o sol nascer através das gigantescas janelas do chão ao teto que cobrem quase toda a extensão da parede da sala de estar. As janelas servem apenas para acentuar os tetos incrivelmente altos e Izuku se pergunta o quão caro é esse apartamento.

“Ah, que bom, você acordou,” Aizawa diz, chamando a atenção de Izuku para onde o herói está entrando na sala de estar. “Eu queria falar com você antes de partir.”

Cinzas De Um Fogo Qualquer (Izuku Vigilante)Onde histórias criam vida. Descubra agora