Capítulo 18- Questionário

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Esse capítulo contém senas explícitas de suicídio, e menciona assédio.
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Na semana desde que encontrou Phoenix pela primeira vez, Shouta encontrou o vigilante mais duas vezes. Isso significa que ele fez mais duas perguntas.

Na primeira vez, Shouta decidiu perguntar sobre a peculiaridade do garoto. Em parte, era porque era uma informação importante para se ter em arquivo, já que esse vigilante estava ganhando notoriedade entre os heróis e vilões da região. Foi também em parte para satisfazer a curiosidade de Shouta.

Houve um boato de que Phoenix tem uma peculiaridade de fogo, visto que os pássaros míticos são considerados pássaros de fogo e estão fortemente associados ao fogo e às cinzas. Embora a conexão fizesse sentido em teoria, e as cicatrizes do vigilante parecessem ter sido causadas por fogo, Shouta não conseguiu concordar. Nenhum dos vilões que Phoenix derrubou teve queimaduras e eles não relatam ter visto o vigilante usar fogo.

Shouta tem sua própria teoria sobre a peculiaridade baseada na miragem, mas também não há nenhuma evidência para apoiar isso, então ele queria ouvir da fonte. É claro que isso não aconteceu tão bem quanto ele esperava. Porém, para ser honesto, tudo aconteceu exatamente como ele deveria ter imaginado.

Shouta estava lutando contra um ladrãozinho e quase os subjugou quando um flash preto e verde caiu sobre o ladrão, deixando-o inconsciente. Shouta só teve um momento para ficar nervoso antes de reconhecer o intruso como Phoenix.

“Eu tinha isso sob controle, você sabe”, diz Shouta, dando um passo à frente para algemar o vilão.

“Tenho certeza que você fez. É por isso que você definitivamente notou a faca que ele estava prestes a atirar”, diz o garoto, erguendo a arma em questão para Shouta ver. E não, ele não notou o ladrão pegando uma faca.

“Obrigado,” Shouta murmura. Embora esteja envergonhado por ter cometido um deslize como esse, ele não é tão teimoso a ponto de não conseguir admitir.

“Não mencione isso”, diz o garoto, e Shouta é pego de surpresa mais uma vez pela forma como sua voz é composta. Nem um indício de sarcasmo, piada ou gentileza. Apenas frio e reservado.

Enquanto Shouta coloca as algemas no vilão, ele percebe que o garoto começa a escapar. “Espere,” ele grita, chamando a atenção de Phoenix. “Ainda não fiz minha pergunta.” O garoto se vira, sem responder verbalmente, mas obviamente dando permissão a Shouta para perguntar. “Qual é a sua peculiaridade?”

“Não vou responder a isso”, responde o vigilante sem hesitação. Antes que Shouta possa dizer mais alguma coisa, Phoenix sobe pela lateral do prédio, subindo no telhado com seu chicote, e foge.

Então, a primeira pergunta de Shouta ficou sem resposta. Ele não conseguia nem ficar bravo com isso. O garoto estabeleceu as regras claramente desde o início e Shouta fez uma pergunta que poderia revelar muito. Se eles tivessem sua peculiaridade registrada, poderiam começar a construir um perfil, cruzar bancos de dados de peculiaridades para descobrir sua identidade ou criar estratégias para prendê-lo. Fazia todo o sentido o motivo pelo qual o garoto se recusava a responder. Com isso em mente, Shouta decidiu adotar uma abordagem um pouco diferente para sua próxima pergunta.

Ele estava patrulhando os telhados quando notou um familiar tufo de cachos verdes, empoleirado na beira de um telhado a poucos prédios de distância. Shouta se aproximou, sem esconder sua presença ou mascarar o som de seus passos para que o vigilante soubesse que ele estava se aproximando.

“Como você sabia sobre mim quando nos conhecemos? Eu sou um herói underground.” Shouta pergunta, decidindo escolher uma pergunta que coloque o foco em si mesmo e não na criança, esperando que isso aumente a probabilidade de Phoenix responder.

Cinzas De Um Fogo Qualquer (Izuku Vigilante)Onde histórias criam vida. Descubra agora