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“Ele está lá há algum tempo. Você acha que deveríamos ir ver como ele está?" Hizashi pergunta, a preocupação aparecendo em sua voz. Ele faz uma pausa para secar o copo nas mãos, olhando para o corredor em direção ao banheiro.
“Ele disse que queria tomar um banho demorado”, diz Shou enquanto joga alguns vegetais na panela. “Você não pode culpar o garoto por precisar de algum tempo para clarear a cabeça depois do show de merda desta manhã.”
Hizashi supõe que isso seja verdade. Esta manhã foi difícil para todos, mas especialmente para Izuku. O garoto estava obviamente temendo o encontro há dias, e no segundo em que pisaram na delegacia esta manhã, Izuku parecia que estava prestes a desmaiar. As coisas só pioraram quando ele entrou na sala de reuniões.
Hizashi e Shou odiaram ter que ver tudo se desenrolar por trás daquele vidro. Eles conheciam o básico do passado de Izuku com sua mãe, mas isso não tornava mais fácil ouvir. Especialmente quando Izuku estava irradiando um tipo de ódio frio e aterrorizante que nenhum deles jamais havia visto no garoto.
O único alívio leve foi quando o próprio Izuku sugeriu que Hizashi e Shou assumissem a tutela dele. Pode ter sido apenas por conveniência ou talvez para machucar sua mãe, mas ainda assim mostrou que o relacionamento deles havia crescido o suficiente para que Izuku confiasse neles para não abusar de seu novo status. Hizashi comemorou essa pequena vitória.
“Não, eu sei, mas ainda assim. Já faz quase uma hora?" Hizashi diz, verificando a hora. “Quero que ele tenha tempo para resolver tudo, mas também não quero que ele se desligue de nós.”
“Eu acho que isso é verdade. Isso está ficando um pouco longo, mesmo no que diz respeito aos banhos temperamentais de adolescentes”, Shou reflete, derramando um pouco de molho de soja na panela e recuando meio passo para evitar o vapor que sobe.
Hizashi acena com a cabeça, interpretando isso como um endosso para ir verificar o garoto. Ele abandona a xícara e a toalha na pia e segue pelo corredor em direção ao banheiro. Ele ainda pode ouvir o chuveiro ligado enquanto se aproxima e o ar quente e úmido vaza por baixo da porta.
“Ei Zuku?” Hizashi começa, batendo hesitantemente na porta. "Precisas de alguma coisa?" Ele fica parado por um momento, inclinando-se para ouvir uma resposta, mas o único som que o saúda é o contínuo jato de água nos azulejos.
“Zuku?” Hizashi tenta novamente, desta vez batendo com um pouco mais de força. “Tudo bem se você ainda precisar de algum tempo para si mesmo. Eu estava apenas fazendo check-in."
O desconforto se instala no estômago de Hizashi quando, mais uma vez, não há resposta. Ele pode estar reagindo ou pensando demais, mas os instintos de Hizashi estão lhe dizendo que algo está errado. Sua mente evoca uma imagem dos pulsos cheios de cicatrizes de Izuku e de repente uma teoria muito mais firme se estabelece.
Por um lado, Hizashi gostaria de pensar que conseguiu convencer o garoto quando lhe disse que não precisava mais se cortar para alimentar Lizzie. Izuku havia prometido que não faria mais isso. E, até onde Hizashi sabe, o garoto não. Mas isso não seria apenas praticidade. Isso seria algo muito mais emocional e mesmo que Hizashi soubesse logicamente que os efeitos não seriam permanentes, a ideia de que Izuku possa estar morto ou morrendo do outro lado daquela porta provoca um pânico agudo em seu peito.
“Izuku, preciso que você abra”, diz Hizashi, um pouco mais alto e com uma leve súplica em sua voz. Ele não quer simplesmente arrombar a porta com a possibilidade de estar errado. Isso poderia fazer Izuku sentir que não tem limites ou privacidade, e esse realmente não é o precedente que Hizashi deseja abrir apenas duas horas depois de obter a custódia legal.
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Cinzas De Um Fogo Qualquer (Izuku Vigilante)
FanfictionÀs vezes, quando Izuku se permite compreender a realidade doentia de sua vida, ele descobre que ela não se parece mais com as raízes das quais ele brota. Ele é uma roseira inconstante que foi cuidada, criada e mimada em seus primeiros anos por uma m...