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Shouta sabia que esta reunião era uma ideia arriscada, especialmente devido às limitações de tempo que tinham, mas Izuku foi inflexível. O garoto insistiu que precisava fazer isso e estava pronto para enfrentar esse garoto Katsuki, então Shouta ligou para Nedzu e marcou a reunião.
Izuku insistiu que Zashi ainda fosse voluntário no centro de alimentação como sempre faz aos domingos, dizendo que ele poderia fazer isso sozinho se necessário e que definitivamente não precisava dos dois lá. Então Zashi deixou os dois na escola antes de ir para o refeitório e Shouta se preparou para as consequências que inevitavelmente se seguiriam. Mas, observando Izuku deixar cair o pedaço de papel amassado no colo de Bakugou, Shouta rapidamente percebe que haverá muito mais consequências do que ele inicialmente previu.
Izuku passa por Bakugou, lágrimas escorrendo por seu rosto e raiva e mágoa estampadas em sua expressão. Ele dá longos passos em direção à porta e para qualquer outra pessoa, provavelmente pareceria que ele estava saindo furioso depois de entregar a bunda de Bakugou para ele, mas Shouta conhece seu filho muito bem. A ligeira inclinação para cima onde suas sobrancelhas estão unidas, a maneira como suas mãos estão tremendo, a maneira como seu lábio inferior está ligeiramente retraído, como se ele estivesse mordendo o interior dele.
Ele não está saindo furioso. Ele está fugindo.
“Izuku,” Shouta diz gentilmente, tentando tirá-lo da cabeça, mas o garoto nem responde. Ele passa direto pela porta como se nem tivesse ouvido Shouta. Talvez ele não tenha feito isso. "Merda. Nedzu, você consegue lidar com isso?" Shouta pergunta, já se virando em direção à porta, já que na verdade não estava pedindo permissão.
“Claro, Eraser. Vá ver como está Izuku, posso encerrar aqui”, diz Nedzu, saltando do sofá e caminhando até onde Bakugou ainda está sentado no chão.
Shouta apenas acena com a cabeça e se vira, correndo para o corredor e olhando para os dois lados, esperando ver Izuku saindo em algum lugar no corredor. Mas o corredor está completamente vazio e Shouta xinga baixinho. Izuku deve ter começado a correr no segundo em que saiu pela porta. Ele não estava apenas fugindo do confronto, ele estava literalmente fugindo.
O primeiro instinto de Shouta é verificar as câmeras de segurança e encontrá-lo dessa forma, mas ele rapidamente afasta esse pensamento. Não só demoraria muito para verificar todas as câmeras da escola em busca de qualquer sinal da criança, mas também Izuku sabe como localizar as câmeras e evitá-las. Se ele quiser ficar sozinho, não terá muita dificuldade em evitar ser visto.
Em vez disso, Shouta faz uma pausa, pensando em onde Izuku iria. Ele conhece seu filho, conhece seus hábitos e preferências. Para onde Izuku iria quando quisesse ficar sozinho? Leva apenas dois segundos antes que Shouta perceba onde Izuku estará e saia correndo em direção à escada. Ele sobe as escadas de três em três, sentindo-se grato pelo escritório de Nedzu já estar perto do último andar, então ele não precisa subir muito antes de abrir a porta de acesso ao telhado.
Shouta não avista Izuku imediatamente. Na verdade, ele quase sente falta do garoto. À primeira vista, o telhado parece vazio. Só quando ele dá uma volta na escada é que ele encontra Izuku sentado no chão e encostado na parede, meio escondido atrás de um duto de ar. Shouta começa a relaxar, aliviado por ter encontrado o garoto, até ver o olhar dissociado em seus olhos e a faca em sua mão que já está a caminho de seu pulso.
"Izuku!" Shouta grita, avançando e caindo de joelhos, agarrando os pulsos do garoto, separando-os.
Izuku deixa cair a faca em estado de choque, afastando-se de Shouta e olhando para ele com os olhos cheios de lágrimas. Ele abre a boca, mas nenhum som sai, apenas alternando os olhos entre Shouta, seus pulsos cheios de cicatrizes e a faca no chão.
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Cinzas De Um Fogo Qualquer (Izuku Vigilante)
FanfictionÀs vezes, quando Izuku se permite compreender a realidade doentia de sua vida, ele descobre que ela não se parece mais com as raízes das quais ele brota. Ele é uma roseira inconstante que foi cuidada, criada e mimada em seus primeiros anos por uma m...