Cinzas De Um Fogo Qualquer (Izuku Vigilante)

Capítulo 2- Asas (capacidade de voo não incluída)

Esse capítulo mostra sena explícitas de suicídio e morte, um conteúdo adulto, caso não queira ler o resumo logo abaixo.

Resumo:
Após o incidente do vilão lamacento, Izuku não pode mais fingir. Cansado de tudo se estrega as palavras de katsuki.
______________________

Izuku engasga e lágrimas brotam de seus olhos enquanto a dor irrompe em suas costas e ombros, o cheiro de tecido e carne queimando enchendo suas narinas enquanto ele cai de joelhos. Esta não é nem de longe a primeira vez que Kacchan usa sua peculiaridade nele, mas, porra, nunca queimou tanto. Apesar do zumbido em seus ouvidos, Izuku pode ouvir as risadas abafadas de Kacchan e seus amigos enquanto eles saem da sala.

A bile sobe por sua garganta, tanto pela dor quanto pelo cheiro de sua própria carne queimada, e Izuku tropeça até o banheiro, mal conseguindo chegar ao banheiro a tempo de esvaziar o conteúdo de seu estômago. Com as pernas trêmulas, Izuku caminha até a pia e enxagua a boca antes de se preparar para ver os danos em suas costas.

Não é uma tarefa fácil, dada a localização dos ferimentos, mas Izuku consegue vislumbrar a pele vermelha e furiosa espreitando pelos buracos chamuscados de seu uniforme. Porra. Será quase impossível vesti-los com bandagens e não causar cicatrizes absolutas.

Despindo-se da cintura para cima, Izuku torce o pescoço para ver melhor as queimaduras no espelho. Eles estão mais concentrados na metade interna das omoplatas, com seções pontiagudas subindo e saindo pelos ombros, quase parecendo asas.

Izuku olha de volta para o uniforme mutilado em suas mãos e decide jogá-lo fora. Não há realmente nenhum salvação neste momento.

Em vez disso, ele faz o possível para enrolar cuidadosamente bandagens em volta das queimaduras recentes, sibilando de dor quando a gaze de algodão as pressiona. Felizmente, Izuku sempre tem suprimentos de primeiros socorros em sua mochila escolar, uma lição que aprendeu desde cedo. Ele também tira uma camiseta limpa para usar em casa, outro item que se tornou uma necessidade.

Ele abafa os gritos de dor enquanto abaixa a camisa sobre as bandagens e deixa as lágrimas caírem silenciosamente pelo rosto. Ele decide segurar sua bolsa em vez de carregá-la no ombro, a dor das bandagens e da camisa já é suficiente para fazê-lo ver raios de luz nas bordas de sua visão.

Mas está tudo bem. Izuku pode continuar fingindo por mais um pouco.

Não, ele não pode.

Ele só precisa ir para casa e dormir. Quando ele acordar, a queimadura já estará cicatrizando e provavelmente não vai doer tanto e é sexta-feira, então ele terá o fim de semana para se recuperar ainda mais, e Kacchan pode até pegar leve com ele quando ele voltar. Izuku acena para si mesmo, tentando consolidar as mentiras frágeis que ele tem que juntar para fazer sua vida parecer remotamente suportável. Sim, pensa Izuku, eu posso fazer isso. Só mais um ano de ensino médio...

Izuku deixa seus pensamentos vagarem para fantasias irrealistas de novas escolas e colegas de classe que gostam dele, mesmo depois de descobrirem que ele é apecular. Seu corpo está no piloto automático quando ele sai da escola, pescando seu diário de análise na fonte enquanto caminha, e segue seu caminho pelos bairros cada vez piores que levam ao seu estacionamento.

É uma das coisas favoritas de Izuku. Ele pode simplesmente desligar o mundo ao seu redor e fingir um pouco mais.

Ele não sabe por quanto tempo mais poderá fingir.

Infelizmente para Izuku, isso significa que ele não ouve a grade do esgoto abrir no túnel ou a voz distorcida que faz a promessa de transformar o menino em um traje de carne perfeito. Não, Izuku não sabe nada sobre seu destino que se aproxima rapidamente até que uma sensação fria e viscosa envolve seu braço.