Lalisa Manobal
Por essa eu não esperava...
Quando Jennie veio até mim, pensei que ela tivesse ficado comovida com a minha decisão e estava disposta a me perdoar, mas a ardência na minha bochecha e o zumbido nos meus ouvidos me deixaram pasma.
Seus olhos estavam cheios de ódio e ressentimento.
-VOCÊ ESTÁ LOUCA. Jennie rugiu.
Devo ter parecido um peixe fora d'água, com a boca abrindo e fechando, sem palavras.
-Você não pode simplesmente dizer que vai abrir mão do seu título como a alfa do bando para se redimir comigo, Você sabe o que isso causaria ao bando?
-O que nossos inimigos fariam no momento em que descobrissem que você renunciou ao cargo de alfa e se nomeou uma ômega? Isso é quase igual a ser expulso e marcado como um renegado. Você viraria o alvo imediato para todos os bandos
Ela bufou enquanto agarrava a gola da minha camisa, suas mãozinhas fracas tremendo de raiva.
-Eu... eu... eu... gaguejei, ainda sem saber o que fiz de errado desta vez para irritá-la tanto.
-Diz alguma coisa, merda. Nossas companheiras estão furiosas agora. Pranpriya rugiu.
-E tudo para quê? Só para se provar para mim? Seu aperto na minha camisa afrouxou, mas ela não soltou. Então eu entendi. Ela estava preocupada comigo, com a minha segurança.
Jennie se preocupava comigo, mesmo eu causando tanta dor a ela. O vínculo de companheiro ainda não tinha sido quebrado. Ainda havia esperança.
Eu olhei para ela.
Ela estava imóvel, com a cabeça baixa, sem ousar olhar para mim. Ela ainda tremia, mas eu duvidava que ainda fosse de raiva.
Peguei suas mãos nas minhas, gentilmente tirando seus dedos da minha camisa, e os trouxe até meus lábios, beijando-os suavemente.
Isso a fez olhar para mim finalmente e pude ver que seus olhos estavam brilhando com lágrimas não derramadas.
-Nada disso importa para mim, Jennie. Não mais. eu disse a ela.
-Pode ter sido o caso meses atrás, quando eu estava cego pelo ódio e com sede de vingança. Mas o dia em que pensei que você tinha morrido, percebi o quanto eu seria infeliz sem você.
-Mesmo se eu tivesse vingado meus pais, nada disso teria importância se você não estivesse ao meu lado. eu disse, acariciando seu rosto e limpando as lágrimas perdidas que caiam.
-Como eu posso acreditar em você agora... Que você quer mesmo dizer isso? ela perguntou.
-Jennie... quero ver seu rosto todas as manhãs ao acordar.
-Quero comer todas as refeições com você. Quero te levar aos melhores restaurantes e comer deliciosas sobremesas com você e dar as mãos enquanto visitamos lugares bonitos.
-Quero ir ao cinema com você, patinar no gelo e fazer muitas outras coisas, sempre com você.
-Antes, eu não pensaria em nada disso, porque não dava bola para essas coisas, mas ultimamente só consigo imaginar todas as coisas que poderíamos fazer juntas. Eu não me importo em me tornar uma ômega.
-Vou trabalhar duro e ganhar dinheiro suficiente para te mimar, porque você merece isso e muito mais. Por favor, me dê mais uma chance. eu implorei.
Ela olhou para todos na sala como se procurasse uma resposta, então se virou e me encarou de novo. Seus belos olhos cinzentos procuraram por algo em mim antes de sua cabeça dar um leve aceno.
-... Ok... ela disse, quase em um sussurro, o que me fez duvidar do que ouvi.
-O que você disse?
Eu precisava perguntar, precisava ter certeza de que escutei direito.
-Eu disse... ok... ela disse enquanto me dava o sorriso mais terno que eu já a vi compartilhar com qualquer outra pessoa. Meu coração quase parou ali mesmo.
-Jennie, obrigada. eu disse enquanto beijava seus dedos mais uma vez.
-Obrigada, obrigada, obrigada. Eu a abracei, ainda com medo de que tudo fosse um sonho.
-O que você está esperando, porra? Dá um beijo nela.
Pranpriya latiu e, pela primeira vez, eu não poderia concordar mais com aquela vira-lata. Eu estava prestes a beijá-la quando senti suas mãos sobre minha boca, uma faísca queimando com seu toque.
-Opa, pera lá. Vamos com calma. Você ainda está na fase de teste. Isso significa: nenhum tipo de contato corporal até que eu libere. ela disse, me fazendo empalidecer.
Claro, eu não esperava que tudo ficasse maravilhosamente bem imediatamente, mas quanto tempo eu teria que esperar até poder tocá-la?
Isso com certeza seria uma tortura.
-Em segundo lugar, você vai desistir dessa besteira de não ser mais alfa. Por mais que eu odeie admitir isso, Rosé não seria capaz de fazer um trabalho melhor do que você.
-Sem ofensa, Rosé. disse ela que sorriu para ela e encolheu os ombros.
-De boa, Jen. Eu também não ia aceitar essa responsabilidade. ela disse, fazendo a gente rir.
-A luna Jennie está certa, alfa. Por favor, retire sua decisão. O bando precisa de você para guiá-la e não existe um casal melhor para fazer isso do que vocês duas. disse o ancião Aldo, recebendo acenos de cabeça e murmúrios de concordância de todos.
-Mas se eu escolher não renunciar, Jennie.. você estaria disposta a ser minha luna? perguntei.
Até então, ela estava firme em sua decisão de não ser a luna do bando, e eu podia entender.
Todos nós prejudicamos a Jennie, poucos ficaram do lado dela. A última coisa que eu queria era forçá-la a fazer coisas que ela não queria depois de finalmente me aceitar como seu companheiro.
-Vou pensar sobre isso. Desde que você não me decepcione. ela disse.
-Maravilha. Não vou poder encostar na minha companheira por sua causa, merda. Pranpriya bufou e rosnou, mas a verdade é que, mesmo ansiosa por tocar nela, eu não me importava com quanto tempo levaria para minha Jennie me aceitar totalmente.
Desde que a gente ficasse juntas, eu faria qualquer coisa para reconquistar a confiança dela.
Eu amo essa loba.
Eu a amo mais do que tudo e não vou deixar nada de mal acontecer a ela. Mesmo que eu tenha que desistir de tudo, inclusive da minha vida, vou protegê-la sempre.
Só para vê-la sorrir para mim do jeito que ela estava fazendo agora.
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Minha Alfa Me Odeia | Jenlisa G!p
WerewolfO chamado Jennie Kim estava trabalhando como criada na festa do líder da matilha, quando sentiu o chamado de sua parceira. Ela parou por um momento, tentando entender o que estava acontecendo. Ela nunca havia sentido algo assim antes. Era como se um...