POV GIZELLYPude respirar direito quando Ivy saiu da minha sala, ainda estava em estado de choque com o que ia acontecer ali, passei as mãos pelo rosto e Izabella entrou novamente pela porta com uma expressão séria.
-Eu não acredito que você ia fazer isso. –Ela tinha as mãos na cintura. – Gizelly, isso é loucura, arriscado demais.
-Eu te falei que eu iria até o final, se precisar. – Suspirei, ainda sentindo o toque de Ivy em mim.
-E se eu não chegasse a tempo, você ia transar com ela? – A pergunta me fez sentir nojo.
-Ainda bem que você chegou a tempo. – Me sentei levando as mãos no rosto. – Se você demorasse mais um segundo eu estava ferrada.
-E você acha que agora ela vai sossegar? Ela sabe o efeito que "ainda" causa em você. – Izabella andava de um lado para o outro.
-Por isso precisamos agir rápido. – Encarei a advogada em minha frente. – Eu disse que levaria isso até o fim, mas eu não quero ter que chegar lá.
-Se isso der errado, Gizelly? Se ela descobrir, você perder nossa única chance. – Cerrei os punhos irritada.
-Ela não vai descobrir. – Me levantei, pegando meu blazer. – Estamos muito perto para recuar agora.
Flashback on:
-Gi, sua filha nasceu hoje de manhã. – Minha vó disse com lágrimas nos olhos e toda minha vida passou diante dos meus olhos.
O arrependimento bateu com força, me arrependi amargamente de ter conhecido Ivy um dia. Hoje é o dia mais importante da minha vida e eu simplesmente não pude preservá-lo, pois eu caí nas consequências dos meus atos. O gosto amargo do ódio estava preso na minha garganta e agora só de vinha o desejo de vingança.
-A vovó promete que vai ajudar a Rafa no que ela precisar. – Minha vó me despertou dos meus pensamentos.
-Eu não a deixarei desamparada. – Tereza complementou, mas eu não ouvia mais nada. – Gizely, olha pra mim? Eu farei o possível pra tirar você daqui
-Agora não adianta mais. – O único sentimento que eu sentia, era raiva, raiva de mim mesma.
Por fim, fui levada de volta a minha cela, após ser condenada por um crime que eu não fazia ideia de como cai, eu fui cega e burra, desde o início eu deveria ter desconfiado que isso não era uma boa ideia, mas eu estava apaixonada, via Ivy como alguém que poderia me amar um dia, mas percebi que aquilo jamais foi amor, Ivy ama apenas o dinheiro. E agora a mulher que eu amo, me odeia, minha filha nasceu e eu não estou por perto, minha vida agora é dentro de uma cela, sem saber quando eu vou sair daqui. Assim que entrei na minha cela, me encolhi em um canto e chorei até não aguentar mais.
{...}
Os dias dentro daquele lugar eram um verdadeiro inferno, me sentia sufocada, minhas crises de ansiedade acabavam comigo aos poucos e não tinha absolutamente nada que eu pudesse fazer. Não comia direito, não saia pra tomar sol, só queria ficar ali dentro, no escuro, pensando nos meus erros.
-Gizelly, levanta. – A voz de Gabi ecoou atrás de mim. – Levanta agora.
-Eu não quero sair. – Ela bufou e me puxou pelos pés.
-Levanta dessa porra agora. – Sua voz era irirtadda. – Não me faça mandar te dar umas porradas.
-Não me importo. – Dei os ombros e sentei na cama.