Ajoelha

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POV IVY

Eu preciso fazer esse exame dar positivo, meu filho tem que ser herdeiro da Ambev. Não queria me envolver com o PX de novo, mas ele seria minha salvação nessa hora, aquele amigo hacker dele, daria um jeito de invadir o computador da clínica. Depois de deixar tudo esquematizado e desembolsar uma grana alta para ele e o amigo, esperava o dia em que Gizelly marcaria o exame e me avisasse o endereço da clínica.

-Ivy, tem alguma coisa nessa história que não se encaixa. – Bia estava em sua mesa e eu andava de um lado para o outro. – Se a Gizelly quer voltar com você, não faz sentido esse envolvimento dela com essa advogada.

-Isso tá martelando na minha cabeça, mas pelo o que eu presenciei, a advogada acha que tem algum tipo de posse sobre Gizelly. – Encarei a mulher em minha frente. – Mas eu conheço a Gizelly, ela gosta de sexo assim como eu, é logico que ela não iria ficar muito tempo sozinha, e tenho quase certeza que ela tá usando essa advogada pra poder chegar na Tereza.

-Faz sentido. – Bia assentou com a cabeça. – Afinal, foi a advogada que intermediou a compra das ações.

-Mas eu preciso colocar a Gizelly contra a parede, eu não nasci ontem. – Preciso de certezas de que Gizelly está dizendo a verdade pra mim. – Eu sempre soube que ela voltaria pra mim, ela estava iludida com o que a Rafaella podia oferecer, poder assumir ela, mas foi a mim que ela sempre amou, porém ela está revoltada com vida, preciso ter a Gizelly que comia na minha mão de volta.

-Ela disse que só quer você depois do divórcio. – Bia questionou, entrando na minha linha de raciocínio.

-E é isso que eu farei, Renato já não é mais útil pra mim em absolutamente nada. – Revirei os olhos ao me lembrar do homem. – Agora eu tenho a mulher que eu amo e o dinheiro dela.

-Você nasceu com a bunda virada pra lua mesmo, né? – Sorri, mas sei que não foi bem assim, passei por muita coisa pra me tornar a Ivy que sou hoje em dia.

Flashback on:

-Você é uma vagabunda, não passa de uma prostituta barata. – Um tapa acertou em cheio o meu rosto, mas não deixei ele ver minhas lágrimas. – Eu quero você fora da minha casa.

-Pai, não faz isso. – Meu irmão tentou entrar no meio, mas nosso pai o empurrou.

-Não se mete, se não vai sobrar pra você. – A voz dele era rude. – A sua irmã não vale nada.

-Mas o meu dinheiro vale, né? – Respondi com deboche, estava cansada de ouvir calada. – Você é um bêbado desgraçado, você matou a minha mãe e acha que vai fazer o mesmo comigo.

-Cala a porra da boca. – Ele veio pra cima, mas eu desviei.

-Eu vou sair da sua casa, da sua vida de merda e pode ter certeza que você nunca mais vai ouvir falar de mim. – Peguei minha mochila que estava em cima do sofá rasgado. – Eu espero que você morra, mas que sofra muito antes disso.

-Você é o mal encarnado. – Ele cuspia as palavras.

-Eu sou, e com isso eu declaro que ninguém nunca mais vai estar acima de mim.

Saí pela porta sem ao menos dizer tchau pra meu irmão, ali era o fim daquela vida miserável, nunca mais deixaria alguém me tratar daquela forma. Foi naquele momento que nasceu Ivy Moraes.

Flashback off:

-Ei, ta viajando ai. – Bianca estalou os dedos em minha frente.

-Desculpa, estava pensando em uma coisa. – Suspirei e dissipei os pensamentos. – Eu preciso resolver uma coisa, não posso deixar Gizelly muito solta.

Dancing with the devil Onde histórias criam vida. Descubra agora