Espero que seja o que eu estou pensando

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POV RAFA

-Ele não é o meu filho. – As palavras de Gizelly entraram em minha mente me deixando confusa.

Me virei por completo e ela me olhou de forma assustada, como se tivesse cometido um crime e estivesse ali confessando pra mim.

-O que? Como assim não é o seu filho? – A feição dela assustada me deixava ainda mais confusa.

-Eu vou te explicar. – Gizelly se levantou, puxando o roupão e me entregando o outro. – Mas vamos conversar no quarto?

Aceitei o roupão e ela me ajudou a sair da banheira. Minha mente ainda tentava entender o que ela disse, pois se ele não era filho dela, ele era do meu irmão e se Gizelly fez isso pra se vingar, eu não sei se seria capaz de entender.

-Se ele não é seu filho, ele é filho do Renato? – Perguntei assim que passamos pela porta do quarto.

-Eu vou te explicar tudo, peço que ouça tudo com atenção. – Ela segurou minha mão e nos sentamos na cama, uma de frente pra outra.

-Tô esperando, Gizelly. – Já estava ficando impaciente. – Ele é filho do Renato?

-Ele não é meu filho legítimo e nem do seu irmão. – Franzi o cenho ainda mais. – Pois é, a Ivy tinha outro amante, o progenitor do Lulu.

-Como você sabe disso?

-Quando eu saí da prisão eu estava obcecada em me vingar, mas antes eu precisava saber se o Lulu era meu filho mesmo, pois havia chances, eu achava que ele podia ser tanto meu quanto do seu irmão. – Ela explicava e eu me concentrava pra entender. – Como eu não confiava na Ivy, eu pedi ajuda a Bella e a Tereza. Consegui fazer Ivy levar ele em minha casa e enquanto eu conversava com ela sobre a minha ideia de pegar a guarda da Soso, Bella conseguia o DNA do Lulu, no outro cômodo. Depois disso, levamos pro laboratório e eu tive a confirmação. Mas ele também não era filho do seu irmão.

-Eu estava com o Tato quando ele foi fazer o exame, meu irmão ficou perdido.

-Eu sei, eu também fiquei. – Gizelly suspirou. – Rafa, eu me apaixonei pelo Lulu desde o primeiro dia que bati os olhos nele, aquele dia na maternidade que você pediu pra que eu ficasse com ela no quarto, eu olhei pra ele e me encantei. Mas quando eu o via, eu sentia que ele era o fruto do meu erro. Mas entendi que ele não tinha culpa e eu precisava protegê-lo. O Lulu não precisa ter o meu sangue pra ser o meu filho, eu o amo e nada vai mudar isso.

Ela parecia mais calma, mas ainda aflita, querendo uma resposta e eu tentava processar o que acabara de ouvir. Durante esses três anos, todas as vezes que eu olhava pro Lulu, eu pensava em Gizelly e Ivy juntas, pensava que ele era fruto do erro delas, mas agora tudo muda de lugar.

-Bella e a investigadora conseguiram provas de quem era o verdadeiro progenitor. – Gizelly continuava e eu ainda ouvia com atenção. De início eu pensei muito, talvez devolvê-lo ao seu irmão, mas o Renato o rejeitou e eu nao aguentei ver aquilo, precisei agir e por isso eu decidi que ele seria meu filho e ninguém iria saber a verdade, exceto Bella e a Tereza, sendo assim, o exame que a Ivy falsificou, ficou sendo o verdadeiro.

-Por que você não me contou isso antes? – Foi a única coisa que consegui perguntar. – Eu merecia saber, não acha?

-Eu não queria que ninguém soubesse, eu não queria bagunçar a vida do Lulu ainda mais. – Ela tinha os olhos marejados. – Imagina a cabeça do meu filho, cada dia em um canto, cada dia sendo filho de alguém diferente, por isso prometi que ninguém saberia disso. Mas eu não posso e nem quero esconder mais nada de você. Eu te amo, Rafa! E eu quero fazer diferente dessa vez, por isso eu resolvi te contar isso, pois nunca mais quero guardar nenhum segredo de você.

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