POV RAFA
Flashback on:
-Tá tudo bem, Jenni? – Criei um carinho pela babá, digo até que viramos boas amigas.
-Dona Rafa, eu preciso te falar uma coisa. – Ela me encarou com os olhos assustados. – Mas por favor, não me demita, eu preciso muito desse emprego.
-Fala, Jeniffer!
-Dona Rafa, me desculpa. — A babá tinha o medo estampado no rosto.
-Jennifer, se você tem algo a me dizer, fale agora! — Tentei manter a calma.
-A senhora sabe que eu venho de uma família humilde, nunca tivemos muita coisa, mas sempre fomos íntegros. — Franzi o cenho em confusão. — Eu não tenho filhos, mas tenho uma sobrinha e ela é a minha vida, eu não me vejo sem aquela menina.
-Não estou entendendo, Jenni. — Coloquei Sofia sentada na cama. — O que você quer me contar?
-Hoje quando eu vi a dona Gizelly com a Sofia... — Ela abaixou a cabeça, mas eu a encorajei a continuar. — Quando eu vi ela desesperada pedindo pra Sofia ficar mais, minha consciência pesou.
-O que você fez, Jennifer? — Eu sentia medo da resposta, mas me mantive firme.
-A dona Gizelly não agarrou a dona Ivy.
As palavras foram diminuindo o tom e minha mente entrou em combustão. As palavras dela não fazia sentido. Minha respiração estava acelerada, meu coração estava batendo tão rápido que eu precisei me sentar na cama.
-Eu estava lá, dona Rafa. — Jennifer continuava falando. — Na verdade ela agarrou sim a dona Ivy, mas foi pra confronta-lá. Não foi aquilo que a senhora viu. A Ivy beijou a Gizelly, e depois me pagou pra confirmar a história dela, eu sei que não deveria aceitar, mas minha sobrinha tem
-O que você está me dizendo, Jennifer. — Tentava controlar minha respiração, enquanto minha mente voltava no passado.
-Foi a Ivy que beijou a a Gizelly. — Minha boca secou, algumas coisas começaram a se encaixar na minha mente.
-Tia Afa, tá na hola de papa? — Luís Miguel me chamou me fazendo voltar.
-Me desculpa, dona Rafa. — Jennifer abaixou a cabeça e se retirou.
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Tentava processar tudo o que ouvi naquela tarde, meu peito doía, minha cabeça doía, e minha mente não parava, como isso foi acontecer, como eu deixei minha vida chegar a esse ponto? Eu fiz algo de ruim pra merecer isso? Suspirei fundo, tentado me concentrar no jantar. Remexia a comida do meu prato, enquanto Ivy falava sem parar sobre uma reunião e que eu deveria voltar logo pra C&K, tentava me manter calma, pela primeira vez eu precisava ser inteligente, principalmente inteligente emocionalmente.
-Vocês nunca me disseram como se conheceram. — Perguntei, encarando meu irmão.
-Nunca contamos? — Ivy questionou, estranhando minha pergunta. — História rápida, né docinho?
-Sim! — Renato sorriu e segurou a mão da esposa e isso não passou despercebido pelos meus olhos. — Nos conhecemos em um bar na faculdade.
-Sim, acho que foi amor a primeira vista. — Ivy beijou a mão do meu irmão.
-Eu me lembro do dia que seu irmão trouxe a Ivy aqui. – Minha mãe entrou no assunto. – Dava pra sentir a felicidade dos dois.