Gizelly?

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POV GIZELLY

Dois meses se passaram desde o acidente do Renato e hoje ele receberia alta. Com isso o filho de Ivy também estava completando dois meses de vida. Minha cabeça estava um verdadeiro caos, Ivy não para de me perturbar com essa história de que esse filho é meu. Queria conseguir forças pra abrir todo o jogo com Rafa, mas eu sou covarde, sou fraca. Ela está tão feliz com a gestão, fazendo planos para a nossa filha, não posso estragar tudo isso, mas também não posso deixar Ivy me dominar desse jeito.

-Tô pronta, amor. – Ela desceu as escadas, me encontrando olhando a paisagem pela janela. – Podemos ir?

-Oi amor, você está linda! – Sorri de lado, me aproximando dela. – Vamos?

-Estou te achando tão desanimada. – Rafa acariciou meu rosto. – Tá tudo bem? Quer me falar algo?

Senti um aperto no peito, pois eu queria falar o que estava acontecendo, mas eu não conseguia. Neguei com a cabeça e a abracei.

-Tá tudo bem amor, só estou cansada. – Beijei seus lábios rapidamente. – Podemos ir.

Rafa assentiu com a cabeça, entrelaçamos nossas mãos. No elevador, conversamos amenidades e logo pegamos o caminho para a casa da minha sogra, onde aconteceria uma pequena comemoração para a alta do Renato e comemorar os dois meses de vida do Luis Miguel. Rafa estava feliz pelo irmão, apesar dele ainda não conseguir falar direito e estar impossibilitado de andar, como ela mesmo dizia, Renato é um milagre e só dele estar vivo, era motivo de comemorar.

-Oi filha, Oi Gi. – Minha sogra nos recebeu com um sorriso largo no rosto. – Que bom que já chegaram.

-Oi mãe. – As duas se abraçaram de lado, por conta do volume da barriga da minha namorada.

-Oi dona Gê. – Repeti o gesto em seguida. – Tudo bem com a senhora?

-Tudo ótimo Gigi, só estamos esperando por vocês. – Entrei de mãos dadas com Rafa, me preparando psicologicamente pra encontrar Ivy por ali.

-O Rê vai ficar aqui embaixo, mãe? – Minha namorada perguntou preocupada.

-Os enfermeiros trouxeram ele, organizamos tudo na varanda, o médico liberou. – Genilda tinha um semblante triste. – Ele tá tão magro, filha.

-Em breve ele se recupera. – Rafa abraçou a mãe de lado. – Em breve ele volta a falar, volta a andar e vai ver o filho crescer.

-Deus te ouça! – Sorri de lado e as acompanhei até a varanda da chácara. – O Lulu tá a coisinha mais fofa, filha! Lindo demais.

-Eu vou visitá-lo sempre que posso, ele tá lindo mesmo. – Travei o maxilar,esse assunto sempre me deixa travada.

-Não vejo a hora da minha menininha nascer, né Gi? – Minha sogra se virou pra mim.

-Também não vejo a hora dona Gê. – Rafa sorriu e apertou minha mão.

Assim que entramos, dei de cara com uma das babás segurando o filho de Ivy, de fato ele estava lindo, senti vontade de pegá-lo no colo, mas me contive meu desejo. Renato estava sentado na cadeira de rodas, e ao lado havia um enfermeiro, preparam se caso ele precisasse de alguma ajuda.

Meu cunhado sofreu uma lesão na coluna, o deixando momentaneamente parplegico, sofreu um traumatismo craniano e uma lesão no pescoço, o que impossibilita sua fala devido a pressão que sofreu nas cordas vocais. Ele sair desse acidente vivo, era um verdadeiro milagre. Ainda não se sabe ao certo o que aconteceu no acidente, mas a polícia encerrou o inquérito, dizendo que ele avançou o sinal vermelho. Sei que não devo pensar nessas coisas, mas cheguei a cogitar a hipótese desse acidente estar planejado, depois que eu abri os olhos, eu vejo Ivy de outra maneira.

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