POV GIZELLY
Minhas lágrimas rolavam pelo meu rosto, ver Rafa e o Lulu abraçados me encheu de amor. Tudo estava acontecendo diante dos meus olhos, Rafa e eu nos acertamos e agora ela também é a mãe do meu filho. Tudo o que eu sempre sonhei.
Passei a mão no rosto, limpando minhas lágrimas e fiquei ali até que o Lulu pegou no sono. E foi ali, observando os três amores da minha vida, que eu entendi o que Adriana queria que eu fizesse.
Flashback on:
Dri e eu andávamos pelo gramado, contemplando o cair da tarde, não fazia calor e o vento fresco soprava nossos cabelos. Depois de um tempo em silêncio, ela soltou um suspiro e começou a falar.
-É lindo aqui, né? – Ela abraçava os próprios braços e eu tinha as mãos enfiadas nos bolsos. – Lembro da primeira vez que o Gael me trouxe aqui, era o lugar favorito dele.
-É lindo mesmo. – Concordei e continuamos andando.
-Acho que você ainda tem uma ideia ruim de quem foi o seu pai. – Não sabia o que responder e Dri prosseguiu. – Eu jamais vou tirar a culpa dele nessa história ou culpar a sua mãe, os dois erraram. E o Gael errou ainda mais, mas não pense que ele foi cruel a vida toda. Ele foi um namorado incrível, pode ser controverso isso que estou dizendo, mas ele me amou desde o início.
-Eu não julgo mais, nem devo. – Ela assentiu e paramos próximo a cerca que dividia o pomar da horta.
-O erro dele não foi capaz de acabar com o amor que eu sentia, e quando eu entendi que o ser humano é falho e qualquer um pode errar, eu consegui perdoá-lo. – Ela o amava, e isso nunca iria mudar. – O nosso tempo aqui nesse plano é muito curto, Gi. Um dia você pode estar com raiva de quem você ama e no outro dia essa pessoa pode simplesmente não existir, por isso precisamos aproveitar cada segundo ao lado de quem amamos, se quer fazer algo, faça, não espere, não tente adivinhar o que o outro pensa, apenas faça. O destino tá te dando uma bela segunda chance, a sua família é linda, os seus filhos e eu tenho certeza que a Rafa quer construir um futuro ao seu lado, então não espere mais, não perca tempo.
Adriana puxou algo do bolso e logo abriu a mão, me mostrando uma caixinha vermelha.
-O seu pai me deu isso quando ficamos noivos.
-É lindo! Eu já vi no seu dedo. – Era um anel lindo.
-Eu nunca havia tirado ele do dedo, nem mesmo quando eu descobri sobre o que ele fez com o nosso relacionamento. – Ela olhava para o anel com muito amor e carinho. – Mas acho que esse anel precisa de uma nova dona, alguém que vai realizar o sonho que eu sempre quis. Toma, fica com ele.
-O que? – Franzi o cenho sem entender. – Eu não posso aceitar.
-Gi, você sabe o que fazer. – Adriana puxou minha mão, me entregando a caixinha. – Ela está esperando por isso.
Flashback off:
-Ele dormiu. – Rafa disse baixinho, me tirando da inércia dos meus pensamentos.
-A Soso já tá no décimo sono. – Vi minha filha soltar um suspiro, indicando o sono profundo. – Ainda tá cedo, vamos dar uma volta lá fora.
-Assim? Eu já estou de camisola, Gi. – Rafa se levantou com calma, pra não acordar as crianças.
-Você tá linda! – Sorri e estendi a mão pra ela. – Vamos?
[...]
Rafa e eu andávamos de mãos dadas até que chegamos por trás da casa, onde havia uma árvore enorme. A noite estava fresca e estrelada, Rafa se encostou no tronco da árvore e eu me posicionei de frente a ela.
