POV IVY
Encarava meu reflexo no espelho, enquanto pensava na minha vida. Não gosto de lembrar do meu passado, finjo que ele nunca existiu, mas não posso deixar de ficar admirada com minha determinação pra chegar até onde cheguei.
Aquela adolescente rejeitada e solitária venceu, sigo sendo vice presidente da C&K, vou me casar com um dos nomes mais influentes do Brasil, não poderia estar mais feliz comigo mesmo.
Nunca fui apaixonada pelo Renato, pelo contrário, sempre o achei bobo de mais e nunca gostei disso, mas ele me proporcionou a posição que estou hoje em dia e por isso, a partir de hoje serei dele, pelo menos nos papel. Suspirei ao pensar na única pessoa que despertou algo em mim. Gizelly seria a minha pessoa, se ela não fosse uma pessoa sem ambição alguma na vida.
-Ivy, telefone. — Bia entrou no cômodo com meu celular na mão.
Atendi minha sogra, que me avisou que o Gedeon não poderia vir me buscar, mas que Gizelly já estava a caminho.
Abri um sorriso largo, nunca acreditei nessas coisas de destino, mas talvez isso seja a nossa chance de se acertar e continuar como tudo era antes de Rafaella entrar na vida dela. Encerrei a chamada, dispensei o maquiador, em seguida pedi pra Bia que ninguém me incomodasse quando Gizelly chegasse, faria minha despedida de solteira da melhor forma possível.
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Gizelly entrou no quarto bastante desconfiada, eu estava sentada, vestindo apenas o roupão. Quando os olhos dela pousaram sobre mim, não pude deixar de abrir um sorriso amplo.
-Me disseram que você já estava pronta e precisava de ajuda pra descer. — Ela disse, quebrando o silêncio.
-Precisa te ver antes. — Meu tom de voz saiu sério. — Vamos deixar nossas história se acabar assim?
-Que história, Ivy? — Gizelly sorriu sem humor. — Eu nunca passei de distração pra você, lembra?
-Como você pode dizer isso? Eu estou carregando um filho seu. — Me levantei ficando de frente a ela. — Ja imaginou se fosse a gente se casando hoje?
-Não, pois eu nunca me casaria com você, Ivy. — Gizelly tinha a mandíbula travada. — E você sabe que esse bebê não é meu, é do Renato.
-Você tá tão cheia de marra. — Passei meus braços pelos ombros dela. — Você sabe que isso mexe comigo, não sabe?
-Pelo amor de Deus, Ivy. — Gizelly tentou se afastar, mas eu impedi. — Chega disso, vai viver sua vida, por favor.
-Eu quero você uma última vez, por favor Gi, eu tô implorando. — Falei quase perdendo a cabeça, beijando o pescoço dela.
Gizelly me empurrou com certa força, quase me desequilibrei e o ódio cresceu dentro de mim. Ser rejeitada dói, me lembrou de um passado que eu queria esquecer.
-Chega. — Ela praticamente gritou. — Acabou Ivy, para o bem do seu filho, esquece que algum dia tivemos alguma coisa. Eu tô feliz com a Rafa.
-Essa felicidade não vai durar, você sabe bem disso. — Voltei pra perto dela com toda raiva presente em mim. — Até quando você acha que a Rafa vai se manter interessada em você? Você já deu o que ela queria, um filho. Pra ela meter o pé em você e não deixar você se aproximar dessa criança não custa nada. O ex que ela sempre amou tá por perto, eles serão uma família linda, já pensou nisso? Ele sendo pai do seu bebê, a Rafa sendo a esposa dele, e você na sarjeta de onde eu não deveria ter te tirado.
-Cala a boca, Ivy. — A respiração dela estava pesada.
-Você não tem nada, Gizelly! Você não é nada. — A empurrei pelo ombro e notei seus olhos se encherem de lágrimas. — Você não é ninguém, nem mesmo será uma mãe presente pro seu filho com ela.
