Duzentos mil?

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POV GIZELLY

Minha última aula foi de relações públicas e eu dei graças a Deus quando terminou. Juntei meu material seguindo para a saída.

-Gi, conseguiu um desconto naquele livro.– Encontrei Luiza na saída da sala. – Vou pedir hoje, quer que eu peça o seu?

-Não vai rolar, Lu. – Falei levemente frustrada. – A grana que eu descolei, tive que dar à minha mãe pra comprar o remédio da minha vó.

-Posso esperar se você quiser. – Ela se ofereceu. 

-Não precisa, pede o seu e eu me viro depois. – Falei apertando o ombro dela. – Vai almoçar aqui?

-Não, vou comer em casa. – Ela disse sorrindo. – Caro pra cacete.

-Também tô indo pra casa. – Saímos e fomos ao ponto esperar o ônibus passar.

Cheguei em casa sentindo um cheirinho gostoso da comida minha vó. Me aproximei e a beijei na bochecha, ela mandou eu ir tomar banho que já nos serviria o almoço. Tomei um banho rapidinho e logo estava sentada na mesa com a minha vó.

-Gi, amanhã você pode me acompanhar até o banco? – Minha vó disse me fazendo gelar por dentro.

-Pra que? – Perguntei soltando o garfo.

-Amanhã é o dia de receber minha aposentadoria. – Ela disse me dando um alívio momentâneo. – Esqueceu?

-Esqueci, vó. – Dei um sorriso sem graça. – Mas a senhora sabe que não precisa ir né? Com aquela procuração eu consigo sacar o dinheiro e trazer pra senhora.

-Mas eu queria dar uma andada, minha filha. – Minha vó justificava. – Eu tô muito parada dentro de casa, só saio pra ir na missa domingo, e por falar nisso a senhorita não tá indo, né?

-Prometo que irei no domimgo. – Falei sorrindo e ela me deu um tapinha no ombro. – E amanhã à tarde iremos ao banco.

-Obrigada minha filha.

Nosso almoço continuou tranquilo, era nosso ritual almoçar juntas e assistir a novela da tarde. Minha vó e eu batiamos um papo animado e ela me perguntava como estava a faculdade.

-E quando você vai me apresentar alguma namorada, ein? – Dona Madalena perguntou enquanto mexia em meus cabelos. – Quero ter bisneto antes de ser arrastada pra cima.

-Credo vó, para de falar isso. – Me levantei e ela deu os ombros. – E eu tô muito nova pra te dar bisnetos.

-Eu quero que você encontre alguém que te ame e te respeite. – Minha vó alisava meu rosto. – Você é uma menina de ouro e eu rezo todos os dias pra Deus iluminar seus passos.

-Obrigado, vó. – Beijei o rosto dela. – Mas vai demorar pra aparecer essa pessoa aí.

Ela negou com a cabeça e continuamos nosso papo. Acontece que a pessoa que me faria feliz tá noiva de outro e as vezes eu me sentia muito idiota por alimentar meus sentimentos pela Ivy, não sou idiota e sei que eu não passo de diversão pra ela.

No fim da novela, dei uma ajeitada na casa, arrumei minha bolsa e me despedi da minha vó indo pra academia. Antes mandei uma mensagem para Ivy, eu precisava tirar o dinheiro da conta da minha vó antes que desse algum problema maior. Entrei na academia e Arthur estava separando algumas fichas, assim que ele me viu me chamou em um canto.

-Fala ai, Picole. – Fizemos nosso cumprimento de mãos.

-Tava precisando conversar com você. – Ele tinha uma expressão séria. – Gi, tá lombrando pro meu lado deixar você malhar aqui.

Dancing with the devil Onde histórias criam vida. Descubra agora