Minha mulher

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POV GIZELLY

-José? — Rafa encarava o amigo de Rodolffo e eu olhava tudo sem entender muito bem.

-Vim pra Goiânia, na esperança de te encontrar. — Ele sorria e devo dizer que não estava gostando daquilo. — Não achei que seria tão rápido, podemos conversar?

-Não. — Rafa disse irritada. — Não temos nada pra falar.

-Que isso Rafa, temos muita para conversar. — A insistência me deixou curiosa. — Não faz isso com a gente.

-José me de licença, não tenho nada pra falar com você. — O elevador parou no subsolo, mas o homem impedia nossa passagem.

-Vamos tomar uma café, juro que vou ser breve. — Até então eu me mantinha calada, mas não estava gostando da insistência dele.

-A minha mulher pediu licença, você não ouviu? — Não precisei alterar minha voz e o olhar dele sobre mim, não era nada agradável.

-Sua mulher? — A pergunta saiu em tom de deboche. — Me desculpe, podem passar.

-Obrigada. — Falei rude e puxei Rafa pela mão.

-A gente se vê por aí Rafa. — Pude ouvir a voz dele, enquanto seguíamos até o carro de Rafaella. — Nosso assunto não terminou.

Minha namorada permanecia calada, presa nos próprios pensamentos. Respeitei seu espaço, mas ao mesmo tempo eu queria entender o que havia rolado ali, quero saber de onde ela conhecia esse José.

Desde a reunião, eu não me simpatizei com ele, principalmente quando ele soltou uma cantada barata pra gerente de marketing e Rodolffo apenas sorriu. Homens simplesmente não sabem respeitar o local de trabalho, acho que Tereza não teria gostado nada disse, se ela já estivesse presente na reunião. Sai dos meus pensamentos, quando Rafa deixou a chave do carro cair, minha namorada estava completamente atordoada.

-Me de a chave, eu dirijo. — Ela apenas assentiu com a cabeça e entrou no banco do passageiro.

O silêncio até em casa foi perturbador, nem mesmo o som do carro foi ligado, como sempre fazíamos n quando íamos embora juntas. Rafa estava concentrada na paisagem da janela e eu prestava atenção no trânsito.

Entrei em carregando a bolsa de Rafa e a minha, ela sentou no sofá e cobriu o rosto com as mãos. Estava completamente sem saber como agir.

-Vou fazer o jantar. — Mencionei e ela me encarou.

-Vem cá? — Rafa bateu no sofá para que eu me sentasse ao seu lado. — Fica aqui comigo, eu só quero isso.

Me sentei no sofá e ela se apoiou no meu peito. Beijei seus cabelos e ficamos ali em silêncio, apenas sentindo a presença uma da outra.

Rafa entrelaçou os dedos nos meus e levou minha mão até a barriga dela. Sorri e ela começou a conversar com o nosso bebê.

-Oi meu amor, aqui é a mão da sua outra mamãe. — Rafa falava baixinho, fazendo meu peito se aquecer de amor por eles. — Ela acha que você é uma menininha, e eu estou começando a acreditar nisso.

-Sabe de uma coisa meu amor? Sua mamãe te ama assim como eu te amo e nunca vamos deixar nada de mal te acontecer. — Rafa se virou um pouco, me encarando de lado. — Promete? Promete que sempre vai amar nosso bebê?

-Eu já amo. — Meu olhos estavam presos aos dela. — Eu prometo que nem um mal vai acontecer com o nosso bebê ou com você.

-Eu te amo, Gi. — Seus olhos estavam marejados.

-Eu também te amo, amor.  — Beijei sua cabeça e Rafa suspirou.

-É ele. — Não entendi de início, mas logo ela continuou. — O José era o meu namorado em Chicago.  Não esperava encontrá-lo de novo.

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