"Lembrando que tudo isso aqui não passa de ficção"
POV TEREZA
Passei as mãos no rosto pela milésima vez, havia dias que eu não conseguia trabalhar direito, só pensando no problema de Gizelly e alguma forma de poder ajudá-la. Suspirei fundo e sai do meus pensamentos, quando Natalie bateu em minha porta.
-Dona Tereza, Doutora Izabella está aqui para vê-la. – Minha assistente tinha o semblante fechado, sei que ela tinha um carinho por Gizelly e está triste com essa situação toda.
-Mande ela entrar por favor, e nos traga um café. – Pedi enchendo os pulmões de ar. – O meu bem forte e amargo.
-Claro, já trago. – Natalie saiu e Izabella entrou com toda sua postura impecável de advogada.
-Bom dia Bella, como está? – A cumprimentei com dois beijos.
-Bom dia Tereza, estou bem e você? – Ela sorriu e logo se acomodou em minha frente.
-Estou ansiosa, como foi a conversa com a Rafaella? – Perguntei empolgada e Natalie trouxe nosso café.
-Nada fácil. – Izabella agradeceu pelo café e logo suspirou. – A Rafaella está extremamente zangada com a Gizelly.
-Já esperava por isso. – Dei um gole no meu café.
-Você sabia sobre a tentativa de estupro, contra a Ivy? — Arregalei os olhos e Bella continuou. – Gizelly me contou essa parte, mas se a Ivy quiser denunciar, a Gizelly está encrencada.
-Ela não pode fazer isso, a situação da Gizelly já está complicada demais.
-Tive um encontro com a minha ex chefe, muito mais experiente que eu na área criminal. – Ouvia com atenção o que ela me dizia. – Gizelly é ré primária, tem ensino superior e contrato trabalho, o Juiz leva isso tudo em consideração se acaso vier a ser condenada.
-Não entendo o motivo dela não poder aguardar o julgamento em liberdade. – Terminei meu café, já impaciente.
-Um situação delicada, ela é a cúmplice, ninguém sabe o paradeiro do Daniel, se ela não colabora dizendo onde ele está, não tem como provar nada e não temos nada que comprove o que ela diz sobre isso tudo ser armação de Ivy. – Izabella estava empenhada em ajudar minha neta, mas eu entendo que a situação é complicada. – Na pior das hipóteses, ela vai ser condenada, mas não irá cumprir a pena toda, conseguiremos que o juiz diminua isso.
-Não entendo como Gizelly foi se meter com a Ivy. – Coloquei a mão no queixo, negando com a cabeça. – Aquela mulher nunca me enganou, eu sabia que ela traia o marido, mas não pensava que era com Gizelly.
-Vieram muitas informações de uma vez só. – Assenti com a cabeça. – Admiro a sua garra e a forma com que você acolheu a Gizelly.
-Eu tenho uma divida com ela, você sabe. – Izabella assentiu. – Não que eu esteja fazendo isso pra apagar o que eu fiz no passado, mas ela tem o sangue do Gael nas veias, eu nunca deixaria ela desamparada.
-Pretende fazer o DNA? – Neguei com a cabeça rapidamente.
-Não vou fazer ela passar por mais isso, Gizelly é minha neta e ponto final. – Falei firma, pois eu já estava decidida em colocar Gizelly no meu testamento. – Inclusive quero passar o apartamento do Gael pra ela, pois sei que quando ela sair daquele lugar, ela vai querer refazer a vida e pelo que vi, a relação com a Márcia não vai ser a mesma.
-Faz bem, tem a filha dela também. – Abri um sorriso amplo. — Mas aconselho que faça isso depois do processo.
-A Madalena me contou que a Rafaella ligou pra ela, fico feliz que ela não vai afastar a menina.