Os dias passaram quase que em um piscar de olhos, quando dei por mim já estávamos na semana do evento. Tudo estava muito tenso, parecia que todos estavam com medo de algo sair errado e eu estava ainda mais tensa, com a tarefa que Ivy me designou.
No dia após o nosso encontro, parei para ler os papéis e mesmo sem entender muita coisa, deu pra sacar que Ivy ia desviar uma boa quantidade de dinheiro dos recursos do Marketing, fazendo com que Rafaella fosse responsável por tudo, se algo desse errado.
Eu estava literalmente entre a cruz e a espada. De um lado Ivy me pressionando pra colocar os papéis no meio dos relatórios do marketing. Mas ao mesmo tempo isso parecia muito errado, principalmente com a Rafaella sendo uma pessoa totalmente diferente de tudo que eu já conheci.
Ela é muito atenciosa com todos a sua volta, carismática e sem contar que sempre tem os melhores sorrisos, perdi as contas quantas vezes me perdi no som da risada dela por esses dias. Devo dizer que nos aproximamos bastante por esses dias, ainda não somos amigas que compartilham segredos, mas conversamos muito, e descobrimos muitos gostos em comum.
-Gi, fala pra vó Madah que meu padrasto trouxe um saco de milho lá de Uberlândia. – Estava distraída com meus pensamentos quando Rafa me chamou sorrindo. – Será que ela não faz um bolinho pra nós?
-Não só bolo como todas as receitas que envolvam milho. – Respondi brincando. – Pamonha, Mingau, angu...
-Meu Deus, eu quero muito uma pamonha. – Rafa levou a mão no rosto. – Minha boca até salivou.
-Vou avisa-lá. – Dei um sorriso sincero e fomos interrompidas com a entrada repentina de Ivy pela sala.
-Atrapalho, cunhadinha? – Senti uma onda de desconforto me preencher.
-Oi Ivy. – Rafa a cumprimenta com simpatia. – Estamos preparando os últimos detalhes, no fim da semana iremos visitar o palco.
-O Tato me avisou. – Ivy não me olhou em momento algum. – Eu vim, pois preciso das notas emitidas, pro controle do financeiro.
-Claro, depois que eu assinar, peço que a Gi leve a você. – Rafa me olhou e eu apenas assenti com a cabeça. – Ainda vou revisar tudo que foi me passado, mas te entrego ainda hoje.
-Ficarei aguardando. – Ivy passou os olhos por mim em um pedido silencioso de que eu fizesse o que tenho que fazer. – Bom, vou indo nessa, temos muito o que trabalhar, até mais.
-Atá mais Ivy. – Elas se despediram e assim que ela passou pela porta, senti meu telefone virar em cima da mesa.
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{...}
O resto dos dias passavam lentamente e Ivy me pressionava cada vez mais, eu não havia colocado os papéis no meio dos documentos de Rafa durante a semana, e isso deixou a mulher furiosa. Estávamos no nosso quarto de hotel e ela andava de um lado para o outro nervosa com a situação.
