Nosso filho

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POV RAFA

As lágrimas banhavam meu rosto, minha mãe se encontrava no mesmo estado que eu. Esperávamos por uma notícia qualquer sobre o meu irmão, meu coração estava na mão e no meu íntimo eu pedia a Deus pra interceder pela vida do Renato.

-Familiares de Ivy Morais. – Uma  enfermeira entrou na sala de espera, com uma expressão fechada.

-Ela é minha nora, como ela está? – Minha mãe se soltou do meu corpo e corremos até a mulher.

-A paciente está entrando em trabalho de parto. – Meu corpo esfriou por inteiro. – Precisamos saber se alguém vai acompanhá-la.

-Filha, você pode ir? Não podemos deixá-la sozinha nesse momento. – Minha mãe pediu, segurando minhas mãos. – Eu vou ficar aqui esperando notícias do seu irmão.

-Eu não queria sair daqui, mãe. – Suspirei, mas sei que Ivy precisava de alguém ao lado dela. – Eu vou, mas me dê notícias, por favor.

-Vai dar tudo certo, Deus está conosco. – Abracei minha mãe apertado e limpei minhas lágrimas.

Olhei para o outro lado e vi Gizelly sentada em uma das cadeiras, minha namorada tinha a cabeça baixa, perdida nos próprios pensamentos. Tereza estava ao lado dela, a mulher trouxe a gente até aqui e em partes eu agradecia por isso, pois eu estava completamente transtornada com medo do que pode acontecer ao meu irmão. Andei em passos largos e me ajoelhei em frente à Gizelly.

-Amor, você vai comigo? – Pedi, dissertando Gizelly do transe. – Eu não quero ir sozinha.

Gizelly assentiu com a cabeça e se levantou segurando minha mão. Tereza me passou um olhar de compaixão e passou a mão em meu ombro. Reforcei meu pedido pra minha mãe me manter informada e segui com Gizelly para a ala neonatal.

A enfermeira me ajudou com a roupa apropriada, Ivy já estava na sala de parto e tentariam um parto normal, apesar de ainda não estar na hora certa. Senti medo, pensei no meu bebe em minha barriga. Olhei pra Gizelly e ela continuava em silêncio.

-Amor, eu vou entrar, tá? – Ela balançou a cabeça em afirmação e antes que eu me virasse, Gizelly segurou minha mão.

-Rafa. – Ela suspirou pausadamente. – Nunca esqueça o quanto eu te amo.

Abracei Gizelly aperto e segui para onde a enfermeira me aguardava. Quando entrei, Ivy estava preparada, minha cunhada chorava segurando a mão da enfermeira, ela me encarou e seu olhar era de alívio por me ver ali.

-Eu tô aqui, Ivy. – Segurei a mão dela. – Vai dar tudo certo.

-Seu irmão, Rafa. – Ela chorava compulsivamente. – Me fala que o Renato está bem?

-Ele vai ficar bem, agora se concentra no seu filho. – Apertei a mão dela, tentando manter o controle.

Quando Tereza me contou sobre o acidente do meu irmão, eu demorei alguns segundos para raciocinar. Minha mãe estava nervosa pelo telefone, Renato havia sofrido um acidente de carro e precisávamos chegar no Maranhão rapidamente. Tereza prontamente nos ofereceu um jato e em menos de duas horas já estávamos na sala de espera do hospital aguardando notícias do Renato.

Ele estava tão feliz com essa lua de mel, ninguém soube me explicar como o acidente aconteceu, só sabíamos que ele estava inconsciente e que passaria por uma cirurgia de risco. Ivy não estava com ele na hora do acidente, a bolsa dela rompeu no momento em que recebeu a notícia.

-Vamos lá, mãe. – A médica pediu, me fazendo focar no nascimento do meu sobrinho. –Faz mais um pouco de força, esse garotão tá ansioso pra nascer.

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