POV GIZELLYPassei a noite pensando no que Sofia falou, sorri com a carinha brava dela, ciumenta igualzinho a Rafa. Eu não esperava que Izabella iria me beijar, nós duas construímos uma amizade legal, mas da minha parte não passa diz, afinal de contas eu nunca vou conseguir substituir o que eu sinto pela Rafa. Desisti de dormir e me levantei indo até a varanda do meu quarto.
Flashback on:
Encarava o teto daquele quarto de hospital e minha mente parecia entrar em combustão. Ivy tentou me matar, eu me salvei por um tris, ainda não conseguia acreditar naquilo e o pior de tudo é que ela conseguiu fugir.
Olhei pro lado e vi Tereza sentada na poltrona ao lado, concentrada em um livro. Ela não me deixava sozinha em momento algum e mesmo em silêncio, eu me sentia confortável com a presença dela ali.
-Obrigada. – Minha voz saiu fraca, mas foi o suficiente pra ela ouvir.
-Pelo o que, Gi? – Tereza fechou o livro pra me encarar.
-Por tudo, por tudo que você está fazendo por mim. – Ela sorriu e se aproximou tocando o meu rosto.
-Eu farei o que tiver ao meu alcance pra cuidar de você. – Senti seu afago. – Eu estarei sempre ao seu lado, mas não pense que estou tentando compensar o que eu fiz no passado, pois eu amo você Gi e o que eu mais quero é que você me deixe ser a sua vó.
-Você já é. – Sorri pra ela e beijei sua mão. – Alguma novidade sobre a Ivy?
Tereza suspirou antes de responder, sei que ela pediu pra que eu esquecesse esse assunto por enquanto, mas era impossível, quero essa mulher na cadeia.
-Ela desapareceu do mapa, a investigadora não conseguiu nenhuma novidade. – Mordi o lábio irritada. – Talvez seja melhor assim, ela longe das nossas vidas.
-Como o Lulu, está? – Perguntei preocupada com o menino.
-Ele está com a Rafa, ela pediu pra ele ficar lá até você se recuperar, achamos melhor assim, a cabecinha dele deve estar uma bagunça. – Tinha mais esse problema pra resolver. – O que você pretende fazer, Gi?
-Eu quero registrar ele como meu filho, o exame que fizemos com a Ivy vai ser o que verdadeiro, não posso deixar ele pagar por isso, o Renato já o rejeita, preciso fazer isso por ele. – Já havia tomado minha decisão, o Luiz Miguel seria meu filho. – Mas não quero que ninguém saiba, ele é meu filho a partir de agora.
-É a coisa certa a se fazer. – Tereza acariciou meu rosto mais uma vez. – Vou pedir a Bella pra iniciar o processo da nova certidão de nascimento dele.
-Obrigada.
Flashback off:
Sai do transe das minhas memórias, quando senti meu filho abraçar minhas pernas. Sorri e me virei pra pega-lo no colo.
-Ainda tá cedo, meu amor. – Lulu coçou os olhos, deitando em meu ombro. – Quer dormir com a mamãe?
Ele balançou a cabeça em afirmação, beijei seu rostinho e deitei ele na minha cama, mas não podia deixar Sofia sozinha, então fui ao quarto deles e peguei minha filha no colo, que nem pensou em acordar. Deitei ela ao lado do irmão, me deitando em seguida, beijei os dois que se abraçaram. Encarei o celular que marcava quatro da manhã, bloqueie a tela e apaguei o abajur em seguida.
[...]
A sexta amanheceu ensolarada, acordei as crianças, pois teriam aula mais logo. Aprontei os dois, fazendo muita festa, era engraçado a animação deles para irem à escola, não reclamavam em acordar cedo, pelo contrário, às vezes eles acordam antes do despertador.
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