POV RAFAEnquanto aguardava Manu chegar, eu dava uma olhada no cardápio da cafeteria, já sabia o que ela ia querer então adiantei nossos pedidos. Desde ontem quando cheguei em casa, combinamos de tomar café juntas, pois tínhamos muito o que conversar. Eu estava em estado de euforia desde ontem, quase não consegui pegar no sono depois que me despedi de Gizelly.
-Oi amiga, desculpe o atraso. – Manu passou a mão pelo meu ombro me dando um beijo em seguida. – O trânsito de Goiânia é um caos de manhã.
-Oi amiga. – Me levantei e demos dois beijinhos de comadre. – Já fiz nossos pedidos.
-Que ótimos, estou faminta. – Ela se sentou depositando a bolsa na cadeira vazia. – Então, não te vi ontem no final da festa.
-Tive que sair mais cedo, a mãe da Gi não estava se sentindo bem. – Expliquei e o garçom nos serviu. – Por falar nisso, a mãe da Gi é a dona Márcia que trabalha na sua casa.
-Sério? – Minha amiga perguntou surpresa. – Que mundo pequeno.
-Minúsculo. – Sorri dando um gole no meu capuccino.
-Mas o que aconteceu? Hoje ela me parecia bem. – Manu tinha o cenho franzido.
-Nada demais, acho que ela não estava acostumada com locais lotados, assim que chegamos na casa dela ela já estava melhor. – Ela assentiu com a cabeça.
Nos deliciávamos com o nosso croissant, enquanto conversávamos amenidades. Manu me contava sobre seu novo projeto musical e como ela estava empolgada com isso. Ela é alguém que eu me orgulho e quero assistir seu sucesso sempre de pertinho.
-Chega de falarmos de mim e vamos falar de você, sei que você tá doida pra me contar algo. – Manu me olhava nos olhos me fazendo morder o lábio timidamente. – Vamos, abra a boca.
-Por que você tem que me conhecer tanto? – Sorri levando as mãos no rosto.
-Você é uma das pessoas mais transparentes que eu conheço, já te disse isso. – Respirei fundo agradecendo internamente por ter Manu em minha vida.
-Então, eu nem tive tempo de te contar tudo o que aconteceu, então vou desde o início. – Manu assentiu e eu comecei a narrar desde a parte que Gizelly me levou pra casa.
Narrei desde o momento em que convenci ela ir comigo para o meu apartamento, contei como a encontrei deitada no meu sofá e a explicação que ela deu por não ter deitado comigo, Manu que ouvia tudo com atenção, teve a mesma reação. Falei de como tentei algo a mais e ela saiu de lá praticamente correndo. E por fim, falei dos beijos de ontem, quando a deixei em casa.
-Foi isso que aconteceu. – Dei um gole na água que estava em minha frente.
-Mas e como vocês ficam agora? – Ela perguntou curiosa.
-Ah, conversamos e combinamos em ir com calma. – Suspirei fundo. – Ela é toda cheia de poréns amiga, acredita que ela disse que éramos de mundos diferentes, por isso o receio de se envolver comigo.
-Amiga, eu compreendo o lado dela, você sabe que nosso mundo é cruel, e as más línguas falam de tudo. – Concordei com a cabeça. – Mas não deve se apegar nisso, eu não posso falar, pois ainda não conheço ela direito, mas pelo que conheço a mãe dela, são gente de bem.
-Sei que tem pouco tempo, mas estranhamente eu confio nela. – Manu me olhou com seu olhar clínico.
-Amiga, você já tá envolvida, né? – Ela disse me fazendo parar e analisar a situação. – Duas coisas, primeiro eu quero que você seja sempre feliz, segundo eu não quero que você se machuque de novo.
