POV GIZELLY
-Tô bonita, vó? — Perguntei terminando de ajeitar meus cabelos.
-Nossa, tá uma gata. — Minha vó desviou o olhar do crochê, para me encarar. — Já é linda, quando toma banho, fica mais linda ainda.
-Ah engraçadinha. — Cerrei os olhos e não pude deixar de sorrir. — Acha que estou apresentável então?
-Tá linda, minha filha! — Dona Madah sorriu novamente. — A Rafa vem buscar você?
-Vamos nos encontrar na entrada do condomínio da mãe dela. — Suspirei enfiando as mãos no bolso da calça. — Eu já vou indo, ta? Avisa minha mãe, por favor?
-E quando você vai voltar a conversar com ela? — Senti seu tom sair magoado. — Ela é sua mãe, Gi!
-É ela quem não está falando comigo, vó. — Meu suspiro saiu pesado. — Agora eu preciso ir, te amo tá?
-Também te amo, meu amor. — Nos despedimos com beijos no rosto e eu segui para o meu compromisso com Rafaella.
Eu aceitei esse convite pela Rafa, por toda a atenção que ela tem me dado, mas devo confessar que não estou nem um pouco animada para esse jantar. Primeiro que não me sinto confortável ainda com a nossa divergência social, segundo por saber que Ivy estará presente nesse jantar. Suspirei pesado, pois sei que se eu entrar na vida da Rafaella, encontros como esse, serão inevitável. Mas vale o sacrifício, pois estar com Rafa, me fez repensar em tudo que já vivi.
Ela é atenciosa e carinhosa, me fez perceber que eu mereço além de migalhas jogadas ao chão. Ela me enxerga de verdade, respeita minha vontades e em tão pouco tempo ela já começou a preencher o vazio que existia no meu peito. Me dei conta que a paixão que sentia por Ivy, era apenas algo físico, nunca tivemos tempo de qualidade fora da cama, nunca se quer conversamos sobre nossas vidas, ela sabia o mínimo sobre mim, diferente da Rafaella que sempre está interessada nos meus assuntos, sempre se mostra empenhada em me conhecer.
Avisei que já estava a caminho recebi a resposta em foto, não preciso dizer o quão linda Rafaella estava. Demorei quase uma hora e meia da minha casa até o condomínio, já estava me sentindo exausta só pelo trajeto. Ainda precisava andar alguns minutos até a entrada do condomínio, mas logo avistei o carro de Rafa parado, e ela escorada no mesmo já me esperando.
-Oie. — Seu sorriso largo fez meu coração bater diferente naquele início de noite. — Achou longe?
-Oi Rafa. — Beijei seu rosto. — Um pouquinho.
-Então vamos, cê deve tá com fome. — Assenti e entramos no carro, seguindo pra casa da mãe dela.
Conversamos algumas amenidades, a casa ela mais ao fundo do condomínio. Rafa me perguntou como estava o andamento do meu TCC e ainda me ofereceu ajuda, agradeci e fiquei de mostrar pra ela como tá o projeto.
-Olha, eu sei que você não se sente muito confortável com isso. — Ela disparou a falar assim que estacionou o carro em frente ao um casarão. — Mas minha mãe é uma pessoa muito simples, ela não nasceu em berço de ouro, e pode ficar tranquila que você não vai se sentir deslocada, tá bom?
-Rafa, não se preocupe. — Sorri pequeno e ela se aproximou beijando meus lábios em um beijo suaves.
-Então vamos? — Ela chamou e eu acenei com a cabeça descendo do carro. — A propósito, cê tá linda!
-Você também está, uma deusa na verdade. — Vi seu sorriso rasgar no rosto e entrelaçamos os dedos seguindo para dentro da casa.
Eu estava bastante ansiosa com aquela situação, mas estranhamente eu me sinto calma, quando a mão de Rafaella toca a minha, não sei ao certo explicar, mas sinto a tranquilidade que ela me transmite.