Quebrada

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POV RAFA

Assim que nos vimos sozinhos na sala de reuniões, Renato me envolveu em um abraço apertado e carregado de amor. O cheiro dele me dava uma sensação de estar em casa. Senti vontade de chorar, mas segurei as lágrimas.

-Agora você está aqui e eu vou cuidar de você. – Ele beijou meus cabelos. – Eu não vou deixar ninguém te fazer mal novamente.

-Esquece isso, Renato. – Era algo que eu queria apagar da minha mente. – Já passou, e eu tô aqui agora.

-Não tem como esquecer Rafa, ele fez você perder o bebê. – Ele disse raivoso. – Ele traiu você, aquele José nunca me desceu.

-Eu tô aqui agora, sob o seu olhar protetor. – Tentei descontrair, pra ele mudar esse assunto que tanto me machuca. – Vamos trabalhar, né?

-Tá animada? – Meu irmão perguntou me soltando.

-Estou doida pra começar, estava morrendo de saudade de curtir um festival sertanejo em cima do palco. – Falei empolgada, dançando uma sofrência.

-Senti falta de você, Cabeçuda.

-Senti falta de você, cabeção. – Prendi a língua entre os dentes e meu irmão me abraçou pela cintura me guiando pra fora da sala.

Renato me apresentou todos os setores da nossa agência, mesmo eu conhecendo tudo, ele fez questão de me apresentar todos os nossos funcionários e eu me enchia de orgulho da pessoa humilde que ele sempre foi. Chegamos a minha nova sala e fiquei impressionada de como ele fez questão de decorar tudo com o meu gosto.

-Tá tudo lindo, mano. – Passei a mão pela mesa.

-Que bom que gostou, a Manuzinha me ajudou a escolher tudo. – Ele confessou envergonhado. – Quis fazer uma surpresa.

-Eu amei. – Sorri abertamente. – Falando nisso, eu tô morrendo de saudades da minha tampinha.

-Tira o dia pra ir visitar as amigas. – Meu irmão beijou minha testa. – Amanhã a gente interage com tudo aqui.

-Vou mesmo. – Peguei minha bolsa me despedindo com um abraço apertado.

{...}

Uma senhora simpática me acompanhou até a enorme sala de Manu Gavassi, ela pediu que eu esperasse e foi avisar a minha chegada. O lugar era incrivelmente a cara da minha amiga, sorri observando o lugar e logo ouvi a voz da minha tampinha.

-NÃO ACREDITOOOO. – Ela veio correndo me agarrando pela cintura. – Que saudade, Rafa.

-Que saudade de você, Manuzinha. – Apertei o abraço ainda mais.

-Não acredito que você tá aqui. – Minha amiga tinha lágrimas nos olhos.

-Hey, não chora. – Segurei seus ombros.

-Vamos pra minha sala de música? – Assenti com a cabeça, mas antes ela se virou. – Dona Márcia, a senhora leva um chá pra gente?

-Claro, Manu. – A mulher sorriu pra minha amiga. – Frutas vermelhas, ou limão siciliano?

-Eu quero de frutas vermelhas. – Manu me encarou esperando minha resposta.

-Pode ser o mesmo. – Sorri para a senhora e Manu me puxou pela mão.

Entramos na enorme sala e era mais um cômodo a cara da minha amiga, vários instrumentos pelo ambiente, um piano, um tapete felpudo e vários prêmios e quadros pela parede. Sorri e me sentei no enorme sofá branco.

-Cê tá linda, amiga. – Ela sorriu se acomodando ao meu lado.

-Você também, tá. – Nos abraçamos de novo. – Mas vamos lá, me conta tudo. Temos muito o que conversar.

Dancing with the devil Onde histórias criam vida. Descubra agora