May the best win

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                        No chão daquele quarto, jazia uma Rebeca exausta deitada de costas no colchão com uma Simone tão mais cansada, deitada de lado e parcialmente sobre o seu corpo. A carícia suave que fazia na nuca dela a fazia aninhar-se ao seu peito como uma gata manhosa. Um suspiro profundo saiu de sua boca, ajudando a recuperar o fôlego. Agora que todo o calor do momento tinha passado, estava pensando na possibilidade de ter exagerado demais na dose, pois sua parceira estava muito mole. Estava pensando se não poderia prejudicá-la de alguma forma, diminuindo o seu desempenho durante os treinos. Por outro lado, não estava nem um pouco arrependida e, se ela também não tinha reclamado, estava tudo certo.

– Você acha mesmo que pode me superar? – A pergunta de Biles lhe tirou das reflexões.

– Olha... Eu não quero discutir, ok? Não tenho mais forças para isso... – Respondeu, ainda acariciando-a na nuca.

– Não quero discutir. Estou perguntando sinceramente. – O tom de Simone era muito mais suave. Nem parecia a mulher furiosa que havia entrado naquele quarto. – Acha que pode me superar?

– Bom... Não é impossível. – Rebeca respondeu. – Eu confio muito no meu trabalho e admiro muito o seu. E, como já não é nenhuma novidade, você me desafia muito.

– É... Às vezes é bom admitir para si mesmo que esse momento pode chegar. Alguém vai me superar.

– Vai mesmo. Mas pode não ser eu. – A brasileira disse, encostando o queixo na testa dela. – Mas calma lá, Biles. Não pensa que eu vou facilitar, ok?

– Está falando mesmo sério?

– Lutei muito para chegar onde eu cheguei, então, pode me esperar. Estarei disputando essa olimpíada com tudo. E que vença a melhor.

                    Biles ouvindo, aquilo levantou a cabeça, olhando-a. Se fosse há quase uma hora e meia, estaria muito brava e seria capaz de tentar agredi-la, mas agora, depois daquele sexo bem mais agressivo do que de costume, estava com o corpo lotado de dopamina e endorfina, o que significava apenas uma coisa: estava fraquinha e desestressada.

– Tudo bem... – Disse, passando o dedo pelo queixo dela. – Se está querendo uma boa competição, assim será... – Mordiscou ali. – Que vença a melhor.

                    De forma suave e muito tranquila, Rebeca a puxou para um beijo e, sem perder tempo, virou-se de lado, inclinando-se na direção dela. As carícias que trocavam eram delicadas, como se não esperassem nada em troca. Quando estavam prestes a aprofundar o contato, ouviram batidas na porta.

– As moçoilas já terminaram a conversa? – Ouviram a voz de Lorrane. – Tem gente aqui fora que precisa dormir, caso não saibam!

Simone e Rebeca se separaram rindo daquilo e se sentaram no colchão.

– Espera um minuto! – Andrade respondeu, levantando-se primeiro. Em seguida, estendeu a mão, ajudando Biles a se levantar. – Você está bem?

– E como...

– Tem certeza? Parece cansada. – Rebeca brincou, olhando-a de forma marota. – Tem condições de voltar para a sua delegação?

– Não seja palhaça. – Simone revirou os olhos.

                   Minutos depois, Lorrane, Jade, Flávia e Júlia entraram no quarto. As duas amantes ali já estavam devidamente vestidas e o colchão que tinham pegado já estava na cama novamente.

– Tudo bem por aqui? – Jade olhava para os lados. – As duas estão bem? – Voltou o olhar para Rebeca e Simone.

– É... Já está tudo bem. – Rebeca respondeu, amarrando os cabelos. – A Biles já está indo.

– Isso, garotas. – Simone vestiu o moletom. – Tenham uma ótima noite. E me perdoem pelo meu surto mais cedo.

– Águas passadas. – Jade sorriu ladino.

                    Simone, então, decidiu sair dali, mas ao passar pela porta, teve o braço segurado.

– Biles. – Rebeca lhe chamou, fazendo-a se virar em sua direção. – Boa noite. – Disse, se despedindo com um beijo.

– Boa noite. – Simone se despediu com um sorriso largo e logo seguiu o seu caminho.

Rebeca suspirou e fechou a porta.

– Rebe, você tem certeza de que está bem? Está meio pálida. – Flavinha comentou.

– Estou sim. – Ela respondeu, sentando-se na cama. – Não sei vocês, mas me deu uma fome. Vamos comer alguma coisa?

– É isso, gente! – Júlia disse. – Vamos comer alguma coisa. Nossa camisa dez aqui precisa recuperar as forças.

                    Elas assentiram e esperaram que Rebeca calçasse o tênis para saírem. 

Podium and FireOnde histórias criam vida. Descubra agora