An end is a new start

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                    Simone Biles nunca pensou em se sentir tão plena. A cada mês que se passava, via sua menina crescer com saúde e esperteza. Aos poucos, Aninha ia interagindo mais com o mundo, ia apreciando mais os detalhes, ficando mais seletiva e também mais fofinha. Seus cabelos estavam mais cheios e encaracolados, dando a oportunidade de suas mães colocarem vários lacinhos ali e fazerem diversos penteados. Ao seis meses, a pequena Biles-Andrade já sabia se sentar e treinava as suas engatinhadas, o que fazia com que todas na casa tivessem que se acostumar com outro bebê pelo chão da casa e voltar a sentir a adrenalina de ter que vigiá-lo para que não se machucasse. A recompensa era também bastante expressiva: risos, brincadeiras... Um ambiente de conforto. O grupo ainda continuava unidos e dando suporte, não apenas para as mamães de primeira viagem, mas também entre si. Flávia, Lorrane e Júlia e a prória Rebeca se preparava para outra Olimpíada e para os Jogos Panamericanos e, por essa razão, precisavam treinar ao máximo, e, no final do dia, quando o cansaço era tamanho, podiam encontrar ali um lar. Tinham assinado algum contrato para morarem todas juntas? Não. Porém, pouco importava. 

                      Naquele momento, a mamãe Biles estava com o seu bebê nos braços e observava o treino de sua esposa. Rebeca estava bastante concentrada em seu salto, pois pretendia tentar cravar um novo movimento - que levaria o seu nome – e precisava praticar bastante. Nos braços, o seu bebê brincava com um mordedor. 

– Olha ali, bebê... Ela conseguiu de novo. – Comemorou mais uma vez. – Viu só como ela é excelente? 

                      Rebeca ainda recuperava o fôlego por conta do salto e, ao olhar para sua família ali, não conseguiu segurar o risinho bobo. 

– Meus amores! – Aproximou-se, sorrindo. – Que surpresa maravilhosa! Meus dois amores vindo me visitar no treino. 

– Hi, babe! – Simone também sorriu, antes de beijá-la carinhosamente nos lábios. 

                        A brasileira, então, sentou-se ao lado de sua esposa. Aninha, ao lhe ver, sorriu animadamente, balançando as mãozinhas e esticou os bracinhos em sua direção. 

– Olá, meu amor! – Ficou entusiasmada ao pegar o seu bebê no colo. – Você estava com saudades? Huh? – Usava o baby talk. – Estava com saudades da mamãe? – Suas expressões fofas e brincalhonas faziam Ana rir. 

– Amor... Esse salto era um Triplo Twist Yurchenko? – Biles perguntou, curiosa. 

– Sim. – Rebeca respondeu, encolhendo os ombros e sorrindo marotamente. – Era o salto que eu estava querendo homologar em Paris. 

– Ah! Esse seria o Andrade! – A esposa estadunidense deduziu. – É o seu salto. 

– Exato. Eu estava querendo executá-lo em Paris, mas não me senti tão confiante. 

– Isso é uma pena porque ele teria realmente batido de frente com o Biles II. – Simone disse, sorrindo. 

– Eu não tenho como dizer que não. Mas... Enfim... – Andrade suspirou. – Esperemos que tudo dê certo em Los Angeles. 

– Pode ter certeza de que vai. E sua filha e eu estaremos lá para te aplaudir. 

– Sabe de uma coisa, minha lindinha... Acho que vou sentir saudade de nossa rivalidade. Sabe... Daquele clima competitivo gostoso lá de Paris... – Rebeca adotou um ar nostálgico. 

– Aquilo foi realmente maravilhoso. – Biles sorriu. – Adorei ter vivido aquilo com você, Andrade. 

– Ter sido rival de Simone Biles, a melhor do mundo, foi algo realmente mágico. – Ela confessou. – Tenho que dizer que não sei como será sem você lá, competindo comigo... Dando aqueles saltos difíceis. Me incentivando a querer me superar mais e mais. 

Podium and FireOnde histórias criam vida. Descubra agora