A noite estava serena lá fora. O quarto estava escuro e deliciosamente silencioso e Rebeca sentia-se sonolenta, mas ao mesmo tempo, não estava conseguindo dormir. O motivo era o seu coração batendo alegre em seu peito de tanta felicidade, pois aquele dia tinha sido um dos melhores. Sua mãe recebera sua noiva com bastante carinho - já estava chamando-a de filha - e a mimou muito. Dona Rosa tinha o coração acolhedor e nunca fazia questionamentos sobre a sexualidade da filha, o que era algo maravilhoso. Saber que teria o apoio incondicional de sua mãe naquele momento tão intenso de sua vida era algo que lhe deixava muito tranquila.
Simone estava agarrada à sua mulher como um bebê coala: abraçava-a manhosamente passando seus braços por baixo dos dela e com suas pernas ao redor de sua cintura. Vez ou outra, passava o nariz em seu ombro, aspirando o cheiro ali. As famosas borboletas voavam agitadas por seu estômago. Era um sentimento tão bonito e tão profundo.
– Você ainda não dormiu? – Rebeca ouviu a voz suave em seu ouvido. – O que foi?
– Não consigo dormir. – A brasileira respondeu, levando a mão esquerda para trás, acariciando-a na coxa. – Acho que estou alegre demais para conseguir fechar os olhos.
– Eu sinto a mesma coisa, meu amor. – Simone disse, aspirando o cheiro dela mais uma vez. – Tenho medo de dormir e quando acordar, tudo isso tenha sido apenas um sonho. – Começou a acariciá-la na barriga por cima da blusa. – Não quero que isso acabe.
– Quando você acordar, vou estar aqui. – Rebeca pegou a mão dela e deu um beijo suave. – Pode confiar em mim.
Biles sorriu, dando um beijo suave na parte de trás do ombro de sua noiva.
– A sua mãe é mesmo maravilhosa. Me lembra muito a minha.
– Eu te disse. Dona Rosa é a mulher mais maravilhosa desse planeta. E não pensa que isso acabou, hein. Durante o tempo em que estiver aqui, ela vai continuar com isso.
– Não sei se vou conseguir me acostumar a comer sem o tempero dela. – Simone disse, fazendo sua noiva rir. Era um riso cansado. – Acho que vou querer ficar mesmo por aqui.
– Pois é. Eu já imaginava isso. Todos caem no encanto do Brasil. – Rebeca brincou. – Nós, brasileiros, temos o molho. Entende? Somos os melhores.
– Ah! Entendi. E não posso contestar isso, ok? Adorei a vibe, o clima... Tudo. Sinto como se esse já fosse o meu lugar.
– Eu fico muito feliz por ouvir isso. – Andrade deu outro beijo na mão de sua noiva. – E a minha mãe vai adorar ainda mais a ideia de ter os seus futuros netinhos por perto.
– E os levaremos para Ohio para que os meus pais também os vejam, não é?
– Claro que sim.
Antes que a conversa fosse adiante, as duas ouviram a porta - que estava entreaberta - rangendo e uns ganidos baixos. Rebeca, então, arregalou os olhos quando seus dois cachorros pularam em sua cama. Simone sorriu, pois o cachorro que tinha na casa de seus pais fazia exatamente a mesma coisa. Tobey e Chiquinho aninharam-se manhosamente a sua dona e, pela posição em que estava, conseguiram se encaixar perfeitamente em seu abraço.
– Você não se importa com isso, não é, amor? – A brasileira perguntou à sua noiva.
– Não, fica tranquila. – Biles respondeu, dando-lhe outro beijo no ombro. – Que lindinhos. – Fez um biquinho, encantada com a cena.
A estadunidense, então, levou a mão até um dos cachorros - a Chiquinho - e começou a acariciá-lo na cabeça. Ele, então, manhosamente, lambeu sua mão e aproveitou para aconchegar-se mais à sua dona.
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Podium and Fire
FanfictionSimone Biles é uma grande ginasta. Acostumada a sempre estar por cima do pódio e de ser a maior de seu tempo, não estava preparada para encontrar uma rival à sua altura: a brasileira Rebeca Andrade. No entanto, seu interesse vai muito mais além do e...