The campionship

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                    Jogos Olímpicos de Paris, 2024. Final da trave.

                   Uma música eletrônica tocava animadamente e incendiava o estádio. As torcidas, com as suas respectivas bandeiras, dançava e comemorava. Estavam todos interessados no confronto do século, algo que já estava se tornando a tradição da modalidade e a cara dos jogos olímpicos daquele ano: Biles versus Andrade. Obviamente, a mídia estava toda em cima para acompanhar de perto todo aquele evento. Até mesmo as outras ginastas estavam ansiosas.

– Meu Brasil! Fernanda Gentil com vocês diretamente de Paris nessa tarde tão radical. – A repórter brasileira se apresentava diante das câmeras. – Estamos aqui para acompanhar de perto o confronto do milênio na ginástica artística: Rebeca Andrade versus Simone Biles. Como será isso, hein? Quem levará a coroa? Será que vai dar Brasil? Será que hoje vai dar Brasil? Milton Cunha, meu querido! Fala com a gente!

                    Milton Cunha, grande carnavalesco brasileiro e um excelente comentarista artístico, apresentou-se. Ele era rechonchudo, grisalho e com ares alegres e extrovertidos.

– Fernanda! Fernandinha, meu amor... – Ele disse, no tom alegre de sempre. – Já vou falar no bom e velho português: a chapa vai esquentar. Esse ginásio vai tremer! Isso vai ser babado!

– Com certeza! – Fernanda sorriu. – E então, você mais do que ninguém, pode comentar sobre a organização desse evento. O que está achando disso tudo?

– Nossa! Isso aqui está um luxo, menina! Olha só essa torcida, olha só que energia! E as meninas, com toda a certeza, estarão um luxo! – Milton falava gesticulando bastante com as mãos.

– E o grande confronto? Quais são as suas expectativas?

– Esse confronto será o ápice desse campeonato, monamour! Nem mesmo nos jogos do FlaFlu existem tantas emoções assim.

– E vamos combinar, não é? É um confronto direto com a melhor do mundo. O Brasil está com toda a bola. Nossa menina Rebeca está voando.

– Ah! Está sim! Está mesmo! – Milton concordou. – E vai ter que usar todas as suas armas porque a Simone Biles, meu amor... Essa aí não vai deixar a coroa.

– É isso aí! Estamos todos muito empolgados com tudo isso. E vamos ver no que vai dar!

                   No vestiário, Rebeca e Júlia se preparavam para a competição. Estavam tentando deixar o nervosismo de lado, mas era uma tarefa bem difícil, pois a trave era um aparelho muito traiçoeiro.

– E aí, Rebe? Pronta?

– Sim. Vamos dar o nosso melhor.

– Eu queria te agradecer por essa parceria. – Júlia tinha um olhar cúmplice para a amiga. – Foi uma honra competir com você.

– Eu te digo o mesmo, Julinha. Obrigada.

                   As duas, então, deram um abraço apertado, fortalecendo os laços de amizade. Ao se separarem, deram uma batida de mãos. Júlia, então, olhando para o canto, viu Biles observando.

– Acho que alguém quer te dar um oi. – Disse, apontando com o queixo. – Eu já vou.

                  Assim que Soares saiu, Biles olhou para os lados e aproximou-se de sua mulher. Naquele instante, apesar de toda a competição, da rivalidade, prevalecia o companheirismo e aquele sentimento que fazia seus corações errarem as batidas quando se viam.

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