I'll give you everything

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                    "Rebeca se via naquele jardim enorme. Ali tinha um balanço, um escorrego, uma gangorra e uma pequena caixa de areia. Do outro lado, estava o mar. A brisa suave e o barulho das ondas dava um toque especial a tudo ali. 

– Babe? – Ouviu sua mulher. – Ah! Aí está você. – Simone se aproximou com o bebê nos braços. – O Arthur não está querendo ficar no cercadinho. Se vira.

– Vem cá, minha vida. – Sem reclamar, Rebeca o pegou nos braços, pois ele já estendia os seus braços em sua direção. – O que foi? Huh? Quer brincar um pouquinho? Vamos passear na areia. 

– A Aninha e o Diego estão terminando de fazer a tarefa. – Simone disse, acariciando as costas do filho. – Quando terminarem, virão para cá. É sua vez de ficar com eles. 

– Com isso, pode ficar tranquila, amor. – Rebeca aproximou-se da esposa e a beijou na testa. – Nós vamos construir um castelo de areia bem grande. Eles não param de mencionar isso.

– Perfeito. Eu já tenho que ir porque já estou um pouquinho atrasada. 

– Tenha um bom dia e não se preocupe com nada. 

– Anda, vai dar uma olhada nos meninos. – Simone disse, após beijá-la. 

– Sim, senhora. 


                    Após quase duas horas, Rebeca Andrade e seus três filhos Diego, Ana e Arthur andavam pela praia. Os dois mais velhos corriam e brincavam entre si, chutando a areia e o bebê dava os seus passinhos com as mãos seguradas pela mãe. A ex-ginasta sentia a plena felicidade e suspirou, encantada com seus meninos."


                    Rebeca acordou. Estava deitada de lado, de frente para a sua janela e viu que o dia ainda não tinha clareado. Logo, sentiu um peso em uma cintura e suspirou, vendo que se tratava do braço de sua mulher. Sem hesitação, começou a fazer um carinho calmo ali e sorriu com o sonho ainda fresco em sua mente. Tinha certeza de que seria real e queria fazer o máximo que pudesse para que fosse possível. Ao se virar, se deitando de costas, ela aninhou-se ao seu peito. Sua mente, então, começou a vagar e analisar as circuntâncias. A vida era mesmo engraçada. Há oito anos atrás, nunca pensou que poderia ter alguma coisa mais séria com Simone Biles. Não tinha pretensão alguma de se envolver emocionalmente com ela ou com outra pessoa, pois tinha uma carreira para levar adiante e não queria que os sentimentos atrapalhassem. Via aquela ginasta - a melhor do mundo - como uma inspiração em seu trabalho e como alguém com quem havia tido uma noite de sexo. No entanto, quando se reencontraram, as coisas começaram a mudar quando o envolvimento começou a tomar proporções inesperadas. Elas ficavam, se encontravam durante o mundial de ginástica artística, tinham longas noites de sexo - que sempre eram incansáveis - e, no final, se despediam, indo cada uma para o seu lado. Mas agora, naquelas olimpíadas, começando a se aproximar dela, a coisa realmente estava diferente. 

                   Simone remexeu-se um pouco inquieta, em busca do calor de sua mulher e acabou tendo o sono perturbado. Porém, ao abrir os olhos, sorriu levemente ao perceber que ela estava ali. Rebeca deu-lhe um beijo na testa e acariciou-lhe no braço. 

– Por que você ainda está acordada? – Biles tinha o tom sonolento e manhoso.

– Fica tranquila, meu amor. Já vou voltar a dormir. É só que... Eu tive um sonho lindo com você. 

– Não me conta agora. Não vou lembrar de nada pela manhã. Volta a dormir, por favor. 

                   Biles, então, virou-se, deitando-se de lado e de costas para ela. Rebeca, sem dúvidas, virou-se para ela e, aconchegando-se, a abraçou de lado, encaixando sua perna esquerda entre as dela e descansando seu rosto em seu ombro. Simone, então, após uma respiração profunda, voltou à serenidade do sono. 

                   Pela manhã, acordaram juntinhas, deitadas de frente uma para a outra, e entre beijos manhosos e carícias ternas - que não esperavam nada em troca -, compartilhavam olhares e sorrisos apaixonados. Os corações batiam no mesmo ritmo e tudo era mágico. Nenhuma das duas queria que acabasse. 

– Como foi o seu sonho? – Simone perguntou, tocando o queixo de sua namorada com a ponta do dedo.

– Sonhei que morávamos juntas em uma casa à beira-mar, tinha um jardim enorme com um balanço, uma gangorra e uma caixa de areia nele. – Rebeca tinha um tom de voz muito manso. – Nós éramos casadas, tínhamos a nossa vida bem resolvida... Tínhamos três filhos: Diego, Ana e Arthur. 

– Adorei os nomes. – Biles sorriu, antes de beijá-la na mão. – Daria tudo para que nesse momento, pudéssemos viver no seu sonho. 

– Tem certeza disso? É que... No meu sonho, não éramos mais ginastas. 

– Não se preocupe. Chegará a hora de pararmos. E para mim tudo bem, Rebe. Contanto que você esteja ao meu lado. 

– Eu... – Rebeca suspirou. – Eu te amo tanto... – Roubou-lhe um beijo. – Você não sabe o quanto me faz feliz te ouvir falar assim. – Deu-lhe um beijo na bochecha. 

– Você também me faz muito feliz. Adoro o seu sorriso, o seu cheiro... Tudo em você me faz querer te amar ainda mais. Me faz querer ter uma vida, filhos, um cachorro. Estou pronta para tudo o que vier. 

– Faço das suas palavras as minhas. E pode ter certeza, meu amor: te correspondo em tudo. Pode acreditar que estou disposta a te fazer muito feliz. Eu te darei tudo. – Andrade disse, antes de se aninhar à sua mulher. Ao fazê-lo, deitou a cabeça no ombro dela. 


Podium and FireOnde histórias criam vida. Descubra agora