Simone estava deitada de lado e sentia-se um pouco sonolenta enquanto recebia beijos suaves em suas costas por parte de Rebeca. As duas estavam nuas e suadas debaixo do lençol naquele quarto à meia-luz. Já era a segunda da noite. Sua situação ficava ainda mais complicada ao sentir um carinho lento ali, saindo da base até o topo. Em um ato inconsciente, encolhia-se mais para ela. Os beijos subiram pelo seu ombro, onde Andrade aproveitou para mordiscar.
– Já te disse para não fazer isso. – Biles reclamou, mesmo que tivesse gostado muito da mordida. – Não posso ficar com marcas.
Rebeca sorriu, mas não disse nada. Apenas segurou o queixo dela e a beijou, ganhando sua mão em sua nuca. Biles, então, virou-se, deitando-se de costas e abraçou seu pescoço com o braço esquerdo. Sim, as duas estavam na cama, a famigerada cama anti-sexo. No entanto, as que estavam na delegação americana eram um pouco mais resistentes e as duas atletas ali eram bem leves, não iam se deparar com nenhuma situação desagradável. Resumindo: não tinha tempo ruim.
Simone arfou quando os beijos começaram a descer por seu pescoço, mas logo foram interrompidas ao ouvir um barulho na porta.
– Biles! Abre! – Era a voz de Carey. – Biles! Eu sei que você está aí! Abre logo essa porta!
– Ih! Agora ferrou. – Rebeca levantou a cabeça. – E agora?
– Shhh... – Biles disse, encostando o dedo na boca dela. – Se esconde aqui. – Apontou para o lado direito da cama, que ficava de frente à parede.
– No chão?
– É claro. Vai.
Sentindo uma adrenalina gostosa, Rebeca aceitou e, saindo do lençol, escondeu-se atrás da cama. Para não ficar nua, pegou a toalha que Biles havia deixado ali, pois quando começaram a transar, ela estava saindo do banho.
Simone, vendo que não daria tempo para se vestir, enrolou-se no lençol e foi abrir a porta. Uma Sunisa Lee amolecida, apoiada por Carey, entrou. Biles ficou assustada.
– Argh... Ai! Cuidado... – Lee resmungava de dor. – Está bem... Pode me deixar aqui...
– O que aconteceu com você? – Simone perguntou, vendo-a ser posta na outra cama.
– Argh! Mas isso... Isso não vai ficar assim... Eu vou...
– Ela caiu de bicicleta! – Jade Carey foi rápida em responder.
– Como é? Bicicleta? Às duas da manhã?
– Deixa de falar besteira, Carey... – Sunisa bufou. – Foram aquela criminosas, as amiguinhas da tal Rebeca Andrade... Elas me bateram.
Ouvindo aquilo, Simone teve muita vontade de rir, mas precisou se conter muito rápido. Rebeca, em seu esconderijo, também lutava contra o riso.
– Olha, eu te disse para você não se meter com elas. A sua gracinha lá no ginásio ia ter consequência, eu avisei.
– Por que você está tão tranquila? – Sunisa se enfureceu. – Não acha o cúmulo que uma colega tenha sido agredida?
– Eu não acho que...
– Tenho que fazer alguma coisa! Aquelas miseráveis não podem ficar impunes! Nem elas... E nem o tal do Yusuf.
– Não podemos fazer nada ou elas nos colocam no corredor polonês. – Carey disse, um pouco assustada. – Eu não duvido que elas façam isso.
– No corredor polonês? – Simone estranhou. – O que é isso?
– Não sei, mas me parece muito assustador.
Sunisa revirou os olhos.
– Você não vai fazer nada, Biles?
– Olha, eu não quero me meter nisso. Não me envolve nos seus problemas, ok? Me deixa fora disso.
– Você é uma covarde.
– Biles, por que você está nua? – Jade reparou na aparência de Biles.
– É que... Sabe... Eu estava no meio de um lance aí...
– Nossa! Que horror! Está tão desesperada assim que tem que fazer sozinha? – A loira debochou.
Biles não respondeu. Preferiu não sabê-lo, pois sabia que estava muito bem servida e não precisa da opinião delas.
– Carey, cala essa boca! Mas que droga! – Sunisa reclamou. – Me leva para a enfermaria. Preciso de um analgésico.
Sem dizer mais nada, Jade a apoiou no ombro de novo e saíram dali. Biles respirou fundo quando fechou a porta novamente. Rebeca, então, saiu do esconderijo.
– Olha, eu não tive nada a ver com isso. – Se referia à surra tomada por Lee.
– Fica tranquila, babe. Por mim, tinham batido um pouco mais.
Rebeca riu com aquilo e começou a catar as roupas no chão. Simone sentou-se na cama e ficou observando-a enquanto se vestia.
– Bom... – A brasileira já estava composta. – Vou me recolhendo. – Quis se afastar, mas foi levemente virada e teve os lábios tomados por um beijo suave.
Após beijá-la, Simone sorriu e a acariciou no queixo, dizendo:
– Boa noite, Andrade.
– Boa noite. – Rebeca disse correspondendo ao sorriso dela.
Então, antes de sair, deu-lhe um beijo carinhoso na testa e outro na mão.
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Podium and Fire
FanfictionSimone Biles é uma grande ginasta. Acostumada a sempre estar por cima do pódio e de ser a maior de seu tempo, não estava preparada para encontrar uma rival à sua altura: a brasileira Rebeca Andrade. No entanto, seu interesse vai muito mais além do e...