New rules

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                     Rebeca abriu a porta para sua esposa passar. Simone andava a passos lentos, segurando seu bebê, como se estivesse com medo. Após ela, entraram todas as outras: Flavinha, Júlia, Lorrane, Sunisa e Jade, que segurava o filho. Jaden estava incrivelmente manhosa naquela manhã e não queria sair de seu colo. 

– Prontinho. Chegamos. – Biles foi para o sofá, sentando-se ali com cuidado. – Já estamos em casa. – Aninhou a filha em seu peito. – E vocês... – Se dirigiu as outras, que já se acomodavam no sofá e nas poltronas. 

– Ih! Lá vem! – Lorrane disse, apoiando as pernas em cima de Júlia, como sempre.

– Por favor... Não vai me dizer que vai se tornar uma tirana de novo. – Júlia resmungou, quase choramingando. – Aqueles foram tempos sombrios. 

– Eu quero dizer que algumas coisas precisam mudar. Temos um novo bebê em casa e as regras precisam ser diferentes. Espero que possam compreender. 

– Isso vai depender das suas regras. – Flavinha disse. 

– Bom... Podemos começar pelo fato de que as manhãs aqui precisam voltar a ficar um pouco mais silenciosas. – Simone respondeu. 

– Eu tenho que concordar. – Rebeca respondeu, sentando-se ao lado da esposa. – A Aninha não pode se assustar. 

– Isso é verdade, meninas. Os recém-nascidos não podem levar sustos. – Jade explicou, dando a chupeta para Jaden. – Não faz bem. 

– Perfeito. – Biles respondeu. – Vocês ouviram. Manhãs mais silenciosas, ok? E todas vocês vão ajudar em alguma coisa.

– Já vi que vamos ter que transformar essa casa em um grande albergue de novo. – Lorrane bufou. – Está bem! O que podemos fazer? Vida sofrida de tia. 

– Exatamente. – Rebeca riu. – Todos nós precisaremos contribuir e ajudar. 

– Bom... – Sunisa se pronunciou. – Farei o que estiver ao meu alcance, mas lembrem-se: eu também tenho um bebê.

– Você pode ficar tranquila, Lee. Entendemos perfeitamente a sua situação. – Simone respondeu, em um tom compreensivo. 

– Muito obrigada. – Lee sorriu levemente. 

– Bom... Agora que todas estamos aqui, precisamos ficar muito unidas. – Andrade continuou. – Gente... Mais uma vez... Eu agradeço muito pela ajuda e pela amizade de vocês.

– Você pode contar conosco sempre, Rebe. – Flavinha disse. – Iremos ser excelentes babás para a Aninha. 

– Com isso eu me preocuparia. – Jade brincou, fazendo Sunisa rir. – Bem, gente... Temos que dar o nosso máximo para ajudar a mamãe Biles a se manter bem em seu resguardo. Essa fase é muito importante. 

– Nossa! Como ela está sabendo! – Júlia brincou, fazendo Lorrane rir. 

– O resguardo é um período de recuperação muito importante e quebrá-lo traz sequelas para a mãe. – Foi a vez de Sunisa se pronunciar. 

– O fato, gente, é que haverá novas regras e todos terão que se adaptar. – Simone disse, fazendo-as se entreolharem. 


                    As regras de Simone foram levadas muito a sério: as manhãs ficaram mais silenciosas e todas ali - exceto Sunisa Lee - iam ajudando a cuidar da pequena Ana. Todas as manhãs, uma delas ia passear com ela para que tomasse o banho de sol, se revezavam na hora de dar banho, de trocar fralda. Rebeca se adaptava mais à rotina: acordava de madrugada para ajudar sua esposa a amamentar ou para trocar seu bebê; também estava presente para outros serviços e sempre estava atenta ao que Simone poderia precisar. Biles, por sua vez, já enfrentava as noites de sono mal-dormidas e mais longas. Acordar de madrugada para amamentar não estava sendo uma tarefa fácil, mas como tinha o total apoio de sua esposa, enfrentava tudo aquilo com bastante facilidade. Às vezes, pensava no quão sortuda era ao ter Rebeca Andrade ao seu lado. 

                      Lorrane, Júlia e Flávia se dividiam entre Jaden e Ana. Eram sempre muito solícitas e adoravam brincar com os dois. Jade, enquanto isso, fazia de tudo para cuidar de todas e de seu filho. Sunisa também passou a se enturmar e ficou dando apoio a Simone Biles. Barbosa e Lee compartilhavam um sentimento interessante de companheirismo e sempre estavam uma para a outra. A rotina havia mudado: mais uma vez, Simone tinha estabelecido regras e horários para todas, o que incluía hora para dormir, acordar e comer, por exemplo. 

                        A primeira semana de adaptação passou-se mais rápido do que o esperado. Rebeca e Simone não poderiam estar mais feliz e orgulhosa de tudo o que estava acontecendo. Estavam muito gratas às suas amigas. Elas eram perfeitas. Na madrugada após o sétimo dia, as duas estavam na cama, preparando-se para dormir. Aninha já estava dormindo serenamente no berço e suas mães, aninhadas, desfrutavam da calmaria. 

– Tem algo melhor do que isso? – Simone perguntou, chamando a atenção da esposa.

– Nesse momento, não há nada que supere isso, meu amor. – Rebeca respondeu, antes de beijá-la na testa. – A felicidade que sinto não cabe no meu peito. 

– Eu também estou muito feliz. – Biles olhou para a esposa e a acariciou no queixo. – E quero que essa felicidade dure para sempre.

– E assim será meu amor. Assim será. – Andrade respondeu, antes de beijá-la. 

                    Após o beijo, voltaram a se aninhar. Rebeca suspirou profundamente e sorriu. Simone fez o mesmo. 

Podium and FireOnde histórias criam vida. Descubra agora