Baby Girl

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                    Aquela sala de espera parecia diminuir de tamanho a cada minuto que se passava e a cada volta que Rebeca completava, indo de um lado para o outro do lugar. Suas amigas estavam todas acomodadas nas cadeiras ali, exceto por Jade, que havia sido escolhida para ser a companhia de Simone - um pedido estrito dela, pois sabia que sua esposa desmaiaria -, tendo os pensamentos mais positivos possíveis e prontas para lhe dar apoio. As horas se passavam lentamente e nada sobre o parto. 

– Rebeca... Pelo amor de Deus... – Lorrane bufou pela milésima vez. Estar com sono lhe deixava um pouquinho irritada.

– Isso está demorando demais. – Rebeca disse, aflita. – Por que ninguém vem me falar alguma coisa? O que está acontecendo?

– Você precisa se acalmar. É isso. – Júlia respondeu. – Se senta um pouco. 

– Não consigo. – Ela respirava forte. – Preciso saber se a Simone e o bebê estão bem. 

– Eles estão, Rebe. – Flávia disse, se levantando e se aproximando. 

– Mas, Flavinha, o parto se adiantou muito. Ela... 

– Olha, eu já estou ficando maluca. – Lorrane se levantou. – Vou ver o que está acontecendo. 

                    O grito de Simone ecoou pela milionésima vez naquela sala por causa de mais uma contração. Jade se contraía de dor pelos apertos que recebia na mão, mas não reclamava. A parturiente relaxou mais uma vez, recuperando o fôlego enquanto ainda sentia aquela dor excruciante, que parecia estar quebrando todos os seus ossos ao mesmo tempo. 

– Respira... Respira. – Barbosa dava apoio. 

– Já está coroando. – O médico disse. – Está quase lá. Vamos lá, mãezinha. Você consegue... 

– Jade... Está doendo... –Simone gemia de dor. Logo, se contraiu em mais uma pontada de dor causada pelas contrações. – Ahhhh!!! 

– Vamos lá! Força! – O médico orientava. 

                       Lorrane apareceu no vidro no instante em que Biles gritava de dor. Aquilo foi, com certeza, o grito mais assustador de sua vida. Nem sua mãe tinha gritado assim - pelo menos não se lembrava - e agora, a sargento parecia mais assustadora ainda. Em um movimento do médico, do ângulo em que estava, pode ver sangue na luva dele e, com todo aquele contexto, sentiu o estômago embrulhar e saiu dali, voltando quase correndo para a recepção. As outras até se assustaram com sua chegada.

– O que foi? – Rebeca, que havia concordado em se sentar, perguntou, levantando-se. – Lorrane, o que aconteceu? 

– E-eu... Eu... – Oliveira gaguejava enquanto tentava se recompor. – Ai, gente...

– Fala logo, Lolo! Está nos assustando! – Flávia se pronunciou. 

– A Biles está bem? O bebê está bem? Fala logo! – Júlia também estava aflita. – O que foi? Por que está pálida assim?

 – Lorrane! – Rebeca estava quase tendo um treco. 

                        O movimento das brasileiras ali acabou fazendo barulho, irritando Sunisa Lee, que estivera quieta e em silêncio com o filho no colo. Jaden acordou. 

– Ei! Vocês querem parar? – A mãe ali interferiu, vendo Lorrane se sentar. – Estão assustando o meu filho. 

– Desculpa... – Júlia disse, encolhendo os ombros. 

– Nossa... Que coisa horrível. – Lorrane finalmente respondeu. – Eu fui ver o que estava acontecendo e... Bom... Ouvi a Biles virar o demônio. Sério, gente... Ela deu um grito tão...

Podium and FireOnde histórias criam vida. Descubra agora