Capítulo 81

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P.O.V BECKETT

Assim que saí de casa, passei no mercado para comprar um lanche para os meninos levarem para a natação, o trânsito não estava dos melhores, não sei se estava ruim mesmo, ou eu que estava completamente estressada e nervosa. Cheguei na academia, estacionei, desci os meninos, coloquei as mochilas nas costas deles, peguei a Celine e entramos, sempre levo eles até a professora, garantindo que eles estavam onde deveria estar, me despedi deles e sai em direção ao colégio, hoje eu ia resolver isso de uma vez por todas. A diretora assim que me viu entrar, se ajeitou na cadeira, mas não demonstrou nenhuma reação a minha presença, estranhei, porque pela situação, era para ela estar nervosa, no mínimo.

- Katherine, que surpresa! - ela sorri e me cumprimenta - Aconteceu alguma coisa?

- Pelo visto não está sabendo. - falo e me sento de frente para ela.

- Não, é algo com os gêmeos? 

- Não, com a Lilly. 

- A Lilly? - ela estranha - Ela é tão boa aluna, o que aconteceu?

- Não é nada relacionado ao desempenho dela, Silvana. Tem um colega dela que a algumas semanas vem batendo na minha filha, eu tinha deixado isso para meu marido resolver, ele conversou com a professora, mas nada adiantou.

- Eu não estou ciente de nada disso, Kate. 

- Percebi isso, assim que cheguei. 

- O que ele faz e quem é o aluno?

- O Pietro Miller, ele bate, morde, puxa o cabelo dela. Já precisei comprar dois cadernos novos porque ele estragou o material escolar dela, tá uma situação insustentável. - ela suspira - mas hoje foi a gota d'agua para mim, eu disse que não me envolveria, mas passou dos limites. 

- O que foi que aconteceu? Eu não estava aqui pela manhã - Ela pergunta, ajeito a Celine que dormia serenamente em meus braços.

- Ele simplesmente cortou o supercilio da Lilly com uma tesoura, quase pega dentro do olho dela, meu marido teve que levá-la ao hospital agora a tarde. 

- Eu não sabia de nada disso. 

- Agora que sabe, quero saber o que vai fazer para isso acabar, não vou aceitar mais que a minha filha chegue em casa agredida, por mais que seja criança, ele tem prazer em machucar a Lilly. 

- Beckett, o que eu posso fazer é tentar acompanhar mais de perto, corrigir a professora que já deveria ter me contado o que estava acontecendo.. 

- Isso é pouco, Silvana! - Falo me exaltando - Quero esse garoto expulso daqui.

- Kate, não podemos expulsá-lo, os pais dele faz uma grande contribuição, todos os anos.. - corto a fala dela

- Ah já entendi, envolve dinheiro. 

- Não, Beckett, não é bem assim.. - ela tenta se justificar

- Não, eu sei como vocês funcionam, não importa se eu e meu marido gastamos mais de 8 mil mensal aqui, pagando mensalidade de 3 crianças, porque os pais de uma que faz doação tem mais "mordomia". Já entendi. - a porta se abre e meu marido entra

- Tá tudo bem por aqui? - ele pergunta e pega a Celine do meu colo, porque eu estava alterada e ela se mexendo querendo acordar. 

- Não, não está, Rick. Ela não sabia o que acontecia com a Lilly e mesmo eu contando que o garoto quase cegou a nossa filha com uma tesoura, ela não vai demitir a professora e nem expulsar o garoto. 

- Espera ai, a minha filha está agora com 5 pontos no supercilio e você simplesmente não vai fazer nada? - Castle fala sério, porém mantendo a calma por conta da Celine que havia voltado a dormir.

- Castle, eu estava explicando a Kate.. - ela tenta falar, mas não deixo  

- É isso mesmo, ela não vai fazer nada porque os pais do garoto fez uma generosa doação para a escola. - ele olha para ela abismado com aquilo. 

- Eu achei que todos aqui tinham o mesmo tratamento, independente da questão financeira, eu gasto 8 mil aqui todo mês, só de mensalidade, fora os outros gastos, para saber que a minha filha não tem suporte algum aqui dentro, um lugar que ela deveria estar sendo protegida..- ele fala revoltado e me encara - Kate, vou lá pra fora com a Nine, você resolve ai, o que decidir eu apoio. - ele fala e sai com nossa filha que começava a se estressar com nosso estresse. 

- Faltam apenas 30 dias para encerrar o primeiro semestre, vou deixar os três encerrarem, mas quero agora a transferência deles. 

-Kate.. Não precisa tirar eles daqui..

- Ah, precisa sim. Precisa e vou. - me sento - estou esperando você preparar a documentação dos três, só não tiro hoje, porque vai atrapalhar os estudos deles, mas no próximo semestre eles não vem mais pra cá. 

Ela ainda tentou me convencer a não tirar as crianças do colégio, mas comigo não tinha conversa, se o garoto não sai, a minha filha sai, ou melhor, os meus filhos. Se aconteceu com um, pode acontecer com os outros, e não vou permitir mais isso, ela demorou, mas me entregou tudo para a transferência, agradeci e saí dali, encontrei meu marido na calçada brincando com Nine que estava esperta. 

- Amor, cadê a Lilly e os meninos? 

- Com a Lenie. E então, resolveu o que? 

- Peguei a transferência deles, vou só terminar esse semestre. - suspiro - você está de carro? - ele afirma - Então leva a Nine com você, vou resolver a matricula deles na Maple Bear, vou matricular eles no muai thay e vou para casa.

- Precisa esse muai thay? - ele pergunta meio duvidoso

- Precisa, Castle. Eles precisam saber se defender, olha o que aconteceu com nossa filha hoje. 

- Tudo bem. - ele me beija - te espero em casa. 

Nos despedimos, entrei no meu carro e fui para a Maple Bear Canadian School, me perguntando o porque de não ter colocado meus filhos lá desde o inicio da vida escolar deles. A questão era que Alexis tinha estudado nessa escola e por ela não ter tido nenhum problema, resolvemos matricular eles lá também, mas foi um erro e agora eu iria consertar isso. Cheguei na escola, fui muito bem recebida, expliquei a situação, o que havia acontecido e graças a Deus eles abriram uma exceção pra meus filhos, de acordo a diretora a escola não recebe novos alunos no meio do ano, mas se tratando da situação e o fato das crianças não poderem ficar sem estudar, eles aceitaram a matricula, saí da escola, já com todos os uniformes, meias, lacinho pro cabelo da Lilly, até a própria mochila a escola vendia, mas como a Lilly e os meninos já tinham as deles, não peguei, comprei somente o fardamento deles. Eu estava aliviada, entrei no carro e voltei para casa. 

 

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