Always

Capítulo 3

P.O.V Castle

Trinta dias que recebi alta, 20 dias que tiraram toda a sedação da Kate e nada dela acordar, pânico é esse o meu estado, eu estou em pânico, medo da minha mulher não acordar mais, medo dela pegar alguma infecção no hospital e piorar, medo dela morrer. Já passamos por tantas coisas e agora que iríamos ter paz, pelo menos um pouco, isso acontece.

Todos os dias vou para o hospital, fico com ela, converso, seguro sua mão e falo o quanto sinto falta dela, da voz, do sorriso. Eu não posso perdê-la, ela é tudo pra mim. Gina hoje estava me enchendo, me ocupou a manhã toda, me fazendo perder o horário de visita, Alexis aproveitou que eu não fui e foi ficar com Kate. Gina me fez autografar quase 500 cópias do meu novo livro, pensei até que a minha mão ia cair, estava dormente, eu não estava nem sentindo meus dedos.

- Richard, você precisa me entregar esses livros hoje. - ela resmunga

- Vou autografar até as - olho no relógio - 14:30, depois disso, vou para o hospital, você já me fez perder o horário de visitas da manhã, não vou perder o próximo.

- A Katherine não vai sair correndo de lá, pode esperar.

- Isso foi muito cruel, Gina, até pra você. Não fale assim da minha esposa.

- Você nunca foi assim comigo e que eu saiba, nem com a Meredith, porque com ela é diferente?

- Porque eu a amo, de verdade, ela é o amor da minha vida, a pessoa que me mudou pra melhor. E eu não preciso te dar explicações do meu relacionamento com a Beckett.

- Desde que você conheceu ela, só anda correndo perigo.

- Eu escolhi isso, Gina. Ela não me obrigou a nada, muito pelo contrário, no início tentou até me fazer desistir disso. Então não fale do que não sabe. - o telefone toca - Oi Alexis, tá tudo bem?

- Pai, a Beckett tá sendo transferida pro quarto.

- Ela acordou? - pergunto já me levantando.

- Não, mas o médico disse que agora é questão de tempo e como já tiraram a sedação não tem porque manter ela na UTI. A vovó e o Jim já estão aqui.

- Chego em instantes. - falo e desligo.

- Onde pensa que vai? Você ainda não terminou.

- Gina, eu terminei sim, leve os que já estão prontos, quando autografar o resto te aviso, minha mulher saiu da UTI.

Gina sai irritada da minha casa, será que ela achou mesmo que eu ia ficar aqui com ela em vez de ir ver a minha mulher? Só se eu estivesse louco. Peguei a chave do carro e corri pra o hospital, ao chegar dei de cara com Alexis saindo da cantina.

- Filha, e ai?

- Oi pai, ela tá com a vovó no quarto, Jim foi em casa tomar banho e vai voltar. Ela está estável, vamos lá pro quarto. O médico disse que poderia acordar a qualquer hora.

Seguimos em direção ao quarto, ela estava no mesmo que eu fiquei, sentei na poltrona ao lado dela segurando sua mão e conversando com minha mãe e filha, sobre como estávamos ansiosos pra que Kate acordasse, não estávamos mais aguentando ver ela assim e tudo por culpa de um bandido que nos enganou. Caleb conseguiu nos enganar, fez Kate acreditar que ele tinha mudado de lado, mas era apenas armadilha pra tentarem acabar com a vida dela, a sorte é que Kate tem sorte e consegue sobreviver a tudo isso, acho que no fundo a mãe dela, Johanna Beckett, cuida dela.

Uma semana, e nada de Kate acordar, eu já estava começando a pensar no pior, mesmo minha família me dizendo o contrário, ela já deveria ter acordado, quase 3 meses nesse hospital e tenho certeza que vai ficar mais uns dias depois que acordar também pra ver como ela vai reagir antes de ter alta.

- Rick? - Jim chega no quarto, Alexis e minha mãe tinha ido pra casa.

- Jim, entra.

- Alguma mudança?

- Nada, isso está me matando, não aguento mais não ter a Kate comigo.

- Ela vai acordar, o médico disse que essa demora é normal depois de um coma induzido, é a forma que o corpo encontra de se curar antes que a pessoa acorde. Agora é ter paciência e esperar.

Jim ficou ali comigo conversando por horas, como só uma pessoa poderia dormir com ela, eu fiquei, Jim saiu e pediu que avisasse se houvesse mudanças, não importava o horário, ele estava sofrendo, creio que até mais que eu, ele perdeu a esposa e só tem a filha agora, perder a Kate está fora de cogitação, para nós dois. Acabei pegando no sono sentado na poltrona ao lado dela, não queria soltar a mão dela por nada nesse mundo, era umas 3:45 da madrugada quando senti algo apertando minha mão, de inicio achei que estava sonhando ou que eu estava apertando muito a mão dela, abri os olhos para conferir se estava tudo certo com ela e novamente senti o aperto, e pude ter certeza que não era sonho e nem eu que estava apertando, era ela.

- Kate? Amor, tá me ouvindo? Se estiver aperta minha mão. - ela aperta - Ai meu Deus! Amor, acorda vai, estou com tanta saudade de você, da sua voz, do seu sorriso.

- Rick...