Capítulo 79

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P.O.V BECKETT

Estava em casa curtindo minha bebê enquanto meus três pequenos estavam na escola, quando meu celular toca, achei estranho, era o numero do necrotério, eles não ligavam mais, já que eu não estava mais como detetive, atendi enquanto andava pela casa tentando fazer a Nine tirar um cochilo. 

- Alô..

- Kate, tá ocupada? - era a Lenie

- Oi amiga, não estou, o que houve? 

- Preciso falar com você pessoalmente e a sós, o Castle está em casa? 

- Não, só eu e a Nine, pode vim pra cá.

- Estou indo. - desligamos, achei ela estranha, mas ia precisar esperar para saber o que estava acontecendo. Celine não dormia por nada, estava muito enjoadinha, choramingando o tempo todo porque estava com sono e lutava contra ele, quando finalmente ela se rendeu, coloquei ela no berço e desci para a cozinha, preparei um lanchinho e Lenie finalmente chega. 

- Lenie, me deixou preocupada - falo abraçando ela

- Amiga, estou desesperada. 

- Vem, vamos sentar ali..

- Cadê a Nine? - ela pergunta se sentando no sofá comigo

- Acabou de dormir, uma luta, tá cada dia mais difícil fazê-la dormir. - suspiro - mas me conta, o que te fez ficar tão nervosa assim? - ela abre a bolsa e me entrega um teste

- O quanto isso aqui é eficaz? - seguro e a encaro

- Comigo, todas as vezes. Você tá grávida..? - falo emocionada - espera, porque esse medo? 

- E se eu não souber criar? E o Javier, ele sempre disse que não queria ter filhos... 

- Lenie - coloco o teste na mesa de centro e seguro as mãos dela - ele vai amar a noticia e quanto a você, olha como os meus filhos são com você, a Nine é a bebê mais chatinha em relação a ir no colo de outras pessoas, mas no seu ela fica e ainda dorme, a Lilly ama ficar na casa da tia Nenie, os gêmeos também, e o Javi, ele fica maluco quando está com as crianças e isso é desde quando a Sarah e o Nick nasceram, vocês serão ótimos.

- Amiga, eu precisava muito conversar com você, eu entrei em pânico. - rimos e começamos a tomar café, mas um chorinho vindo da babá eletrônica me fez suspirar 

- Não acredito que a Celine já acordou. 

- Posso? 

- Fica a vontade. - rimos e Lenie sobe para o quarto da minha filha, fico olhando elas pela câmera da babá eletrônica, Lenie entra e pega ela no colo, deita em seus braços e fica balançando pelo quarto, aparentemente cantando algo, me levanto para pegar agua e quando volto para a sala a minha amiga aparece sem a Celine. - Cadê a Nine? 

- Dormiu de novo, foi o bubu dela que caiu da boca, ai ela acordou. 

- Viu como você leva jeito?! Você vai ser uma excelente mãe. 

- Por falar em mãe, onde está o seu marido? 

- Foi para o escritório de investigação, como ele vai lançar um livro agora, não tá escrevendo, resolveu voltar pra lá por enquanto. 

- Ah, por falar em trabalho, Gates me pediu para conversar com você..

- Sobre? 

- O Ryan tá querendo voltar para o cargo de detetive, não se adaptou, Javier não quer mais ser capitão, e como você saiu do cargo de promotora geral, ela pediu para te perguntar se não quer voltar para o distrito como capitã.. - tento interromper - é temporário amiga, só  até conseguir alguém de confiança para assumir, Vitória não pode porque ela já aposentou definitivo e você não.  

- O problema de voltar é que eu não consigo ficar atrás da mesa, eu sinto a necessidade de ficar indo a campo. 

- E agora tem as crianças.. 

-  É isso. 

- Amiga, aquele distrito não é o mesmo sem você. Aceita, é temporário. 

- Eu vou conversar com o Castle sobre isso, fala com a Gates que eu dou a resposta a ela assim que eu conversar com meu marido.  - Lenie olha o relógio

- Amiga, o papo tá bom, mas preciso voltar pro necrotério e ainda tenho que contar pro Javi, queria ficar para esperar as crianças, mas não posso. 

Lenie se despede, me pede segredo até ela contar para o Javier, detestava ficar em casa sozinha com a Nine dormindo, era um silêncio que incomodava, estava acostumada com gritaria e choro o dia todo, me joguei no sofá, liguei a tv e fiquei assistindo um filme qualquer, mas minha cabeça estava a mil com essa proposta da Gates de voltar para o distrito, acabei me distraindo, só me dei conta quando três pequenos corpos se jogaram em mim.

- Heeey! Já chegaram.. - eles me abraçam e vejo Lilly sair de fininho e ir para escada - Lilly.. - ela para - o que aconteceu na escola? - Eu já sabia que ela não estava normal

- Nada, mamãe.. - ela responde baixinho

- O menino bateu nela de novo - Jake conta

- Cala a boca, Jake! - Lilly grita com o irmão - fofoqueiro - ele dá de ombro

- Mas bateu mesmo. - Reece fala como quem não quer nada

- Lilly, venha aqui, filha e não fale assim com seu irmão. 

- Mas mamãe.. - ela tenta questionar

- Sem mais, filha. Eu disse que iria resolver se seu pai não resolvesse 

- Cadê o papai? - Reece pergunta

- No escritório. A van escolar trouxe vocês direitinho? - pergunto, já tinha uma semana que optamos pela van escolar, já que estávamos todos com os horários corridos e pegando eles atrasados na escola. - Lilly, venha aqui.. - ela ainda estava parada no mesmo lugar, mas dá meia volta e vem lentamente. 

O olho da minha filha tinha um corte, ao ver aquilo uma raiva subiu em mim, tirei o curativo para olhar, era um corte profundo, suspirei, vendo o descaso que a escola estava fazendo em relação as agressões, por mais que fossem crianças de 6/7 anos, era errado, pedi que ela fosse guardar a mochila junto com os meninos e voltasse para almoçar, dou almoço para eles e subo para pegar a Celine que estava acordada e gritando no berço, fazendo os irmãos rirem, quando volto dou de cara com meu marido. 

- Oi amor - ele me cumprimenta e me beija, depois fala com a Celine - oi princesa do papai. - Ele me encara - O que aconteceu amor? - Puxo ele para um canto mais afastado

- O garoto bateu na Lilly de novo, mas dessa vez foi a gota d'agua. - ele me encara - ela tá com um corte enorme perto do olho, Castle, nem no médico levaram, não nos avisaram, só colocaram um curativo fajuto e mandaram para casa como se nada tivesse acontecido. 

- Não acha melhor trocar eles de colégio? Esse é o melhor, mas não é o único, Kate. 

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