O mistério na água

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rsrs eu sei, eu sei ¬¬' , era sexta rsrs mas não resistooo e aqui está um pedacinho shaushua espero que gostem e ótima leitura >D

Acordou com um gosto amargo na boca e os olhos inchados pelo choro da noite quase toda. Já não tinha ilusão que tudo tinha sido um sonho e que seu vô estivesse vivo, não tinha esperanças mais disso.

Seu ódio por esse tal de espectro agora era imenso, matou seu pai e a privou de conhecê-lo. Destruiu e escravizou um povo que ela jamais sonhou existir, seu povo.

E agora seu vô morto. Quantos teriam esse fim até tudo acabar? Nem o tinha visto antes de partir, nem pôde se despedir, assim como nunca pode fazer com seus pais, sentia falta disso mesmo sem tê-los conhecido.

Ainda assim não sentia tanta dor por isso, a dor que sentia agora era por seu avô, cada vez mais sentia a revolta crescer dentro de si e ficava ainda mais decidida a se empenhar para ficar mais forte.

Tentaria ser útil, aprendendo a se defender sozinha, e assim poderia unir forças com seus companheiros ajudando a defendê-los, não deixaria nenhum deles morrer, não mais!

Se dependesse dela seu avô seria o primeiro e o último a perder a vida nesse grup. Tudo o que fosse possível para ajudá-los ela faria, ainda não sabia lutar, mas aprenderia de uma forma ou de outra.

Lúcia não tinha visto Luthiron desde que havia acordado, sozinha embaixo da árvore começou a olhar em volta receosa.

O lago já não era tão bonito, aquela água cristalina e totalmente imóvel lhe deu calafrios, e as árvores se mexiam de uma forma estranha.

Admitiu pra si mesma que estava com medo de ficar sozinha, pegou o punhal em sua cintura para sentir mais segurança, mas não ajudou muito.

Resolveu ficar com ele na mão caso precisasse, não poderia correr o risco de se atrapalhar ao pegá-lo em uma situação de perigo.

Os minutos passavam e ela começou a relaxar se sentindo ridícula por ser tão medrosa, olhou para o punhal em suas mãos e riu, não lhe seria útil, não para se defender, talvez para cortar pão ou algum alimento.

Olhou novamente para os lados e novamente para o punhal, não era tão pequeno assim poderia muito bem se defender, mas defender de quem? Nada se mexia e o silêncio e calma do lugar era afogador.

Passou um longo tempo e Luthiron ainda não tinha voltado, mas algo no punhal estava cobrando sua atenção.

Prestando mais atenção percebeu o quanto era detalhado, o cabo tinha alguns enfeites em pedras, a lâmina era muito bem afiada, e devia ter uns trinta centímetros.

Havia uma escrita na lâmina, mas Lúcia não conseguiu entender, olhando com mais atenção percebeu que não eram escritas, mas símbolos e estavam distantes um do outro. Estava tão distraída olhando os pequenos desenhos que não reparou que Luthiron estava ao seu lado.

— Está pensando em matar alguém com isso?

Deu um pulo pela surpresa. — Não chegue assim tão silencioso, me assustou e poderia ser você uma vitima dessa lâmina.

Ele soltou um som de escárnio. — Ou nem teria tempo de aprender a manuseá-lo se tivesse um ataque pelo susto, não devia estar distraída dessa forma, se eu quisesse atacá-la conseguiria sem o menor esforço, mesmo com esse punhal na mão ainda seria fácil de capturá-la.

Ela apertou os olhos para ele. — É, mas você não ia me atacar, queria me assustar, confesse.

Luthiron não respondeu e ela teve certeza que era realmente isso, ele se aproximou curioso. — O que olhava tão fixo nesse punhal?

— Não sei o que significa, parecem símbolos, estão longe um do outro para ser escrita, e quem usou não o deixou descansar um minuto, os símbolos estão praticamente apagados, só o primeiro perto do cabo é que está mais forte.

— Como assim menina?

— Olhe para você ver. — Ela aproximou a lâmina dele. — Ele também está muito gasto igual aos outros, mas este está mais visível, já os outros têm que ficar mexendo na direção da luz para ver como são, ainda assim não dá para dizer a forma que eles têm, é como se estivessem apagando.

— Tem razão, e esses símbolos não me são estranhos, já os vi em algum lugar. Falaremos disso depois agora guarde esse punhal e arrume as coisas, temos que descer a montanha.

— Mas não comi nada ainda e pão com água não me ajudou muito ontem.

Luthiron balançou a cabeça. — Coma alguma coisa então, depois iremos.

Lúcia assentiu, enquanto pegava as coisas olhava para ele estranhando, ele estava um pouco mais gentil e até estava a tratando melhor.

Devia estar tentando animá-la e em silêncio ela ficou grata a ele por isso.

Não havia se conformado ainda, mas de uma forma estranha lembrava do olhar de seu avô, ele havia partido feliz e ao menos isso a deixava mais tranquila.

Estava contente com o companheirismo de Luthiron, ele estava dando a ela uma chance de conhecê-lo, já não o achava tão soberbo assim.

Abaixou na beira do lago para encher o cantil que estava vazio. Nem teve tempo de pensar muito, foi puxada para trás com força e caiu de costas já pensando que tinham sido descobertos.

Luthiron estava em cima dela com fúria incontida nos olhos. — Você tocou na água?

Engoliu em seco sem saber o que dizer, o susto a estava fazendo raciocinar devagar, não havia tocado tanto assim, nem tinha tido tempo de mexer na água praticamente.

Luthiron insistiu. — Responda, chegou a tocar no lago?

— Não... quero dizer, só toquei com as pontas dos dedos, dai você me puxou e nem deu tempo de encher o cantil. O que há com você?

Lúcia não entendia a urgência na resposta. Torceu a boca ainda sentada no chão sem entender aquela reação, era somente água mais nada.

— Rápido! Pegue as coisas e suba.

Nem precisou mandar duas vezes, a voz urgente e a respiração acelerada dele a deixou alerta. Colocou as coisas em cima de suas costas e montou em seguida. Segurou firme em sua crina e ele empinou falando rápido.

— Pegue seu punhal e se prepare, segure firme e não solte de forma alguma, faça o que for, mas não desça.

O perigo ainda que invisível fazia o coração de Lúcia pular no peito. Respirando com dificuldade ela olhava para todo lado esperando o ataque que viria.

Logo ficou hipnotizada com o que acontecia no centro do lago. A água começou a se mexer cada vez com mais intensidade. Borbulhas começaram a sair e aumentavam rapidamente.

Uma criatura foi emergindo devagar e Lúcia esqueceu de respirar. Não sentiu medo, olhava curiosa para o meio do lago. Logo a criatura ficou mais visível e passou muito além de suas expectativas.

rsrs ennntão... o que acharam? O.O me digaammm vou amar saber, e deixem suas estrelinhas sendo leitores gentis que reconhecem o esforço dessa autora tããão esquisita.

Crônicas Helenísticas- Niedra Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora