Nobre atitude.

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Lúcia entrou atrás de Linade, ficou assustada com tanto luxo, as camas, uma de cada lado do quarto eram altas e macias. Lençóis brancos de tecido delicado com um tapete fofo no meio das camas de uma cor creme sem detalhes e ao lado da porta estavam um enorme espelho com enfeites entalhado na moldura de madeira.

Um baú de madeira escura e polida ficava no meio das camas Ao lado do espelho havia um baú de mármore branco com enfeites dourados nos cantos.

Uma porta com uma pesada cortina de contas separava outro cômodo.

Lúcia entrou nele e viu duas tinas com água fumegante.

Ao lado de cada tina havia uma pequena mesa com pequenas vasilhas de barro, tocou no liquido dentro e levou ao nariz.

Sentiu um cheiro muito agradável de flores silvestres, ao lado desse havia outro pote com um liquido de cor violeta, mas Lúcia não identificou o cheiro, esse era muito mais agradável que o primeiro.

Havia um pequeno suporte de prata com uma esponja de lã e outro pote com uma substancia um pouco mais pastosa, nos dois lados havia um enorme jarro de estanho.

Linade observava Lúcia encostada na porta. — Sabia que as paredes desse quarto são revestidas de mármore do norte élfico? Dávolo deveria ter bons amigos em Heleno, pois esse mármore não é usado por outros povos, apenas quando se é presenteado com ele, é o mesmo mármore usado no quarto do rei, seu pai, o oráculo está aqui Lúcia, ou esteve realmente com ele, somente ela poderia saber as necessidades de cada um do nosso grupo, assim que abri a primeira porta senti o toque dela.

Lúcia estava emocionada com a proximidade de seu passado. — Porque ela mandaria colocar mármore de nossa terra aqui?

— Para você se sentir em casa estando com os centauros e para provar que ele diz a verdade.

— Ela é maravilhosa, tanta delicadeza e tanta proteção conosco.

— Ela nos tem como pupilos e daria a vida para nos proteger. Logo ela ficará mais forte, e poderá andar por esse mundo dando equilíbrio as coisas.

A maldade do espectro a enfraquece, cada vez que ele aumenta o seu poder, o dela diminui, temos que mudar isso, seja da maneira que for.

— E vamos Linade, ela vai voltar e ser a soberana desse mundo.

— Isso mesmo Lúcia, vamos conseguir, apesar de eu sempre achar que não é apenas a alegria dos povos que vai ajudá-la, mas a destruição das magias que escravizam os povos. Sempre acho que é isso que a enfraquece, por causa da maldade que precisa ser usada e contamina tudo em seu redor.

Mas deixemos isso, por agora vamos tomar banho antes que a água esfrie.

Lúcia tirou a roupa e ficou olhando os líquidos no pote, Linade riu e pegou o pote com Liquido transparente.

— Não sabe tomar um banho descente ainda, molhe os cabelos.

Lúcia entrou na tina sentindo o corpo agradecer pela água quente. afundou a cabeça e voltou à tona.

Linade despejou um pouco do liquido na cabeça de Lúcia e começou a massageá-lo enquanto falava. — É pura seiva Lúcia, ele limpa, refresca e serena a alma com sua fragrância, pronto retire.

Lúcia mergulhou novamente a cabeça na tina, Linade pegou o liquido violeta. — Esse é óleo de orquídea brava, essas orquídeas são cultivadas e tratadas, uma vez por ano aparece uma bela flor.

Quando ela morre e cai ficam somente o caule, aguardando mais um ano para ela voltar, as folhas e pétalas são cozidas e liberam esse óleo.

Ele tem o poder de purificar a alma segundo os sábios de meu povo, também é usado para deixar os cabelos saudáveis, apenas os nobres usam esse óleo que traz sorte e sabedoria.

Crônicas Helenísticas- Niedra Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora