O povo de Jahil

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Ádino saiu da plataforma e correu para a torre direita, não deu atenção aos gritos de desespero no pátio. Só pensava e ganhar tempo, para que o povo de Jahil fosse liberto a tempo.

Pegou a imensa a argola presa à ponta da tora e a levantou no ar, gritando com raiva e tentando levantar o mais alto que podia.

— Hora de varrer o lixo. — Gritou ele e soltou a tora dando um impulso com força. Ela desceu disparada na direção dos seguidores amontoados no portão. Centenas de orcs foram lançados para o alto.

— Isso! — Gritava ele. —Deu certo!

— Atirem! — gritaram juntos Érono para os centauros e Luthiron para os faunos.

A fumaça negra agora se aglomerava no alto, e logo foi se juntando formando uma imensa e quase sólida bola de fumaça que rumava para a saída do forte, soltando silvos e gritos parecendo uma coisa viva.

Vários homens seminus estavam caídos no chão desmaiados. Eram muito baixos, com barbas longas e revoltas, pernas grossas e era muito musculosos.

As mulheres também fortes e entroncadas jaziam misturadas no chão, seus cabelos compridos se misturavam aos dos homens.

Nenhum sinal de jeguinho por nenhum lado.

Luthiron ficou contente ao ver aquilo sentindo imenso orgulho de Lúcia, ela tinha conseguido.

Voltando sua atenção a eminencia de invasão, ele sondou para fora por um dos buracos no portão.

—Tirem as atiradeiras e saiam do portão, ele vai ceder.

Os anões acordavam atordoados, sentavam olhando o próprio corpo liberto, as mãos tanto tempo escondidas parecia agora estranha a eles.

Uma gritaria enorme de alegria ecoou pelo pátio, muitos choravam ainda não acreditando, mexiam as mãos na direção dos olhos para terem certeza que era verdade.

Estamos livres... Era o que mais se ouvia. Mas a correria dos zargons e o barulho no portão que estava sendo quebrado, fez ele acordarem para a realidade da situação.

Correram para dentro da torra pode ordem de Jahil que gritava que já haviam preparado para eles algumas partes de armadura, e assim voltando depois de pouco tempo, anões vestidos apenas com algumas partes de armaduras, outros com cotas de malha correram para pilha de armas pegando enormes sabres que eram dos pastores e elmos também, em posição de combate, ficaram aguardando e gritando alto que iriam continuar a lutar, mesmo que perdessem suas vidas, mas morreriam livres.

Luthiron estava emocionado com o que via, agora entendia que o povo de Jahil realmente havia sido liberto, haviam conseguido finalmente.

Uma esperança cresceu em seu coração ao vê-los livres e dispostos, não havia nenhuma sequela a liberdade veio inteira a eles.

O que sempre foi sua grande dúvida, agora a espera pela sua vez era bem menor, e fosse quem fosse dos seus companheiros ele sabia que era uma chance real.

Seu olhar cruzou com o de Balmac, Luthiron sabia que ele sentia a mesma emoção que ele, a mesma garantia que era uma liberdade completa.

Os faunos subiram as escadas com suas lançadeiras, iriam se separar, agora Luthiron lutaria ao lado dos anões e dos zargons.

Aguardou no meio do pátio, com aquele bando de lobos sonhadores que olhavam deslumbrados e esperançosos os anões livres.

Pelo olhar deles, Luthiron via que eles começavam a entender que somente poderiam ser livres um dia, ajudando o grupo que haviam prometido ao espectro matar.

Crônicas Helenísticas- Niedra Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora