Angústia

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Lúcia estava desesperada, sentia o sangue em seu corpo fluir com loucura, o coração acelerado, o tempo todo sentia uma onda de ansiedade passar por seu corpo, queria estar lá embaixo com os outros.

A noite inteira tinha escutado gritos e barulhos, Linade pela janela dava informações vagas, não conseguia ver o que acontecia além das muralhas.

Ela sabia que estavam conseguindo resistir até ouvir os barulhos no portão, mesmo antes de Linade ter dito que haviam conseguido entrar, ela já sabia pela gritaria que se formou e a certeza veio ao ver Linade atirando com seu arco pela janela.

Queria ajudar, mas não podia sair dali enquanto o fogo não se extinguisse e para aumentar sua angústia, ainda havia muitos ossos. Começou alimentar o fogo com vontade, na esperança que os ossos queimassem logo e eles pudessem enfim sair dali.

Dávolo continuava em silêncio com os olhos fechados, perguntava a situação a Linade e depois se mantinha inerte, apenas a boca continuava a mexer.

Os corações no pequeno caldeirão ainda não tinham iniciado fervura, somente soltavam pequenas borbulhas de vez em quando, apesar de estarem um dia e meio ali com a imensa fogueira embaixo.

Lúcia havia desistido de esperar isso, se concentrava apenas em colocar quantos ossos podia no fogo e torcer pela segurança de seus amigos, rezavam em silêncio para que não perdessem nenhum deles na batalha.

Uma vitória

Muitos seguidores jaziam caídos no chão e também vários do povo de Balmac e também de Jahil.

zargons lutavam agarrados ao inimigo, pulavam e atacavam grudando suas garras e dando o golpe final com seus dentes afiados.

Os jeguinhos eram um pouco limitados na luta por causa de sua forma, mas ainda assim lutavam bravamente com suas cabeçadas e coices.

Ádino no começo da escada dava machadadas cortando quase ao meio os inimigos que tentavam invadir a torre, os que conseguiam passar por ele, caíam antes de chegar à porta, fosse pelas pedras dos faunos ou pelas flechas de Linade que vinham do alto.

Já os centauros nas muralhas davam prioridade ao grupo que estava mais próximo de chegar ao meio do pátio, assim reduzindo o número de seguidores que conseguiam alcançar Luthiron e Ádino na entrada da torre.

O dia já estava no meio quando os orcs começaram a recuar, os que saíam pelos portões, eram fechados pelos centauros que guardavam a estrada, mas alguns escapavam.

Logo não havia muitos no pátio e muitos zargons seguiram com Balmac para caçar os que conseguiram fugir.

Tinham vencido aquela batalha.

Muitos ficaram caídos, respirando fundo quando a batalha acabou. Outros gritavam contentes e com maiores esperanças de vencer o espectro.

Era a segunda batalha que venciam a união e organização de todos tinha sido o maior motivo, isso era falado por todos que hora elogiavam Érono, Luthiron, ou Caluto e Jiron, nem Ádino, Jahil ou Balmac tinham sido esquecidos.

Luthiron que ainda não estava tranquilo, quebrou o clima de festa.

— Precisamos concertar os portões, e nos organizar novamente, eles podem voltar com ajuda e temos que estar preparados.

Todos lembrando que ainda tinham mais um dia para cuidar da torre saíram apressados.

Jahil com seu povo carregados de cestos, saíram com os zargons e os faunos, para carregarem novamente as pedras pra dentro.

Luthiron agradeceu aos faunos com um aceno quando passaram por ele.

Os centauros trouxeram ferramentas e começaram a tarefa com os portões.

Crônicas Helenísticas- Niedra Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora