Instinto

1.1K 204 12
                                    

Mais ummm :D  Ótima leitura!

 

Balmac delirava, não tinha febre, estava fraco e falava coisas sem sentido para ela, mas doía, ela via pelo seu semblante a dor.

Lúcia chorava e acariciava seu pelo.

Balmac pedia agua com urgência na voz e ela procurou no cantil e viu que ele estava seco. Balmac estava desesperado pela dor, já não pedia, mas implorava por água.

Lúcia procurava no cantil de todos, mas estavam tão secos como o primeiro, já não havia mais aonde procurar e Balmac não parava de gemer com a dor que sentia.

O desespero tomou conta, começou a chorar por não poder ajudar com uma coisa que poderia ser tão simples se não fosse aquele lugar.

Lembrou em meio aos soluços do pequenino cantil que estava nas coisas que seu pai lhe deixou, correu para seu alforje e o pegou e correndo de volta na direção dele.

Balmac bebeu sofregamente, desmaiou em seguida, dormiu um sono calmo e tranquilo, estava curado.

Lúcia acordou com Balmac a delirar e resmungar alto, tinha sido um sonho, mas dessa vez estava claro a ela o que fazer.

Procurou em seu alforje, Linade acordou pelo alvoroço de que ela estava fazendo, se arrastou em sua direção preocupada. — O que está fazendo, o que procura?
— Preciso achar aquele pequenino cantil Linade

Não deu tempo a Linade de perguntar por quê, encontrou o cantil e voltou para perto de Balmac apressada. Todos olhavam sem entender aquela movimentação, mas não tiveram tempo de interferir, Lúcia foi rápida.

O cantil estava cheio e pesado e ela deu a Balmac que bebeu todo o conteúdo rapidamente.


Depois de respirar rápido para recuperar ofôlego ele disse com dificuldade.

— Obrigado, estava com muita sede, um sede insuportável.

— Deve ser porque perdeu muito sangue.

Ele desmaiou em seguida não tendo tempo para responder. O medo dominou Lúcia, e se estivesse errada? E se fosse apenas uma dose daquilo? E se fosse para passar no ferimento ao invés de beber?

Balmac começou a delirar ainda mais, suas patas arranhavam o ferimento a deixando ainda mais apavorada, não tinha visto isso em seu sonho, viu apenas um sono tranquilo.

Ádino e Linade tentavam tirar as faixas rapidamente, quando o ferimento ficou exposto, ficaram assustados com a reação daquela bebida.

O ferimento borbulhava como se estivesse a ferver, a visão daquilo deixou Lúcia paralisada, tinha errado não era isso o que tinha que fazer.

Já não segurava o choro, ao invés de ajudá-lo tinha aumentado a sua dor e piorado ainda mais sua situação.

Estava tão decidida e tinha certeza do que fazer porque se fosse mesmo água, mesmo com os cantis vazios havia sempre a neve que poderiam dar a ele, por isso ela entendeu que era um sinal de que usasse o cantil.

Mas esperava outra reação, não aquele desespero de dor que via e aquela visão do ferimento a ferver.

Linade segurava a cabeça de Balmac e fechava os olhos sem querer ver o que estava acontecendo.

Lúcia se ajoelhou e o abraçou perto do pescoço tendo o cuidado para não ser muito brusca. — Me desculpe, eu queria ajudar, algo me dizia que tinha que fazer isso, nem conseguia pensar estava tão certa.

Crônicas Helenísticas- Niedra Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora