Quase lá

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Linade ajudava Balmac a se alimentar colocando pequenos nacos de carne em sua boca, depois de um longo tempo comendo com dificuldade ele não quis mais nada, estava cansado e sonolento.

Ela ainda empurrou mais um pedaço da raiz pedindo a ele que mastigasse, depois disso ela o deixou dormir.

Lúcia dormitava sentada encolhida perto da cabeça de Balmac, acordando com qualquer barulho, mesmo os mais singelos, estava preocupada por terem ficado no mesmo lugar onde haviam sido encontrados.

Mas não podiam sair dali enquanto o ferimento de Balmac não fosse vedado pela coagulação.

Ádino achava que pela metade do outro dia poderiam partir, mas ainda assim Balmac teria que ser levado, Jiron e Caluto estavam aguardando o tempo amainar para poderem sair à procura de algumas madeiras para fazer uma espécie de padiola para levá-lo.

Linade cuidaria de fazê-lo, precisaria apenas de poucas madeiras ela havia dito quando surgiu a ideia de levá-lo ainda ferido.

Não poderiam ficar ali parados, e também não poderiam forçá-lo a caminhar ou mesmo carregá-lo. Era um lobo enorme e pesado e mesmo que Ádino aguentasse, o peso dele poderia ajudar com que sua situação piorasse ainda mais.

O dia passou se arrastando e noite havia chegado e o tempo não dava trégua, todos passavam por um sono hora ou outra, mas acordavam várias vezes seguidas.

A preocupação não era somente de Lúcia, todos estavam extremamente preocupados com o local que estavam, ali estavam desprotegidos e não saberiam se iriam resistir a outro ataque.

Foi uma longa noite de espera, apenas Balmac dormia profundamente com a ajuda das raízes.

O dia estava amanhecendo quando o tempo ficou mais ameno, o vento não estava tão forte e a neve havia parado de cair, estavam cobertos com um bom tanto dela.

Com muito trabalho tiraram as coisas e Ádino carregou novamente Balmac tirando ele do meio da neve e deitando ele novamente sobre as peles já molhadas.

Caluto e Jiron saíram à procura de madeira assim que conseguiram levantar voo.

Linade juntava as coisas tentando liberar dois sacos. Depois que conseguiu, pegou um dos sacos vazios e começou a cortar fazendo grossas tiras de pano, fez o mesmo com o outro e começou a dividir porções de carne defumada.

Ádino não saia do lado de Balmac, sempre tentando fazer com que ele bebesse um gole de água ou comesse alguma coisa, queria mantê-lo acordado e deixá-lo um pouco mais forte.

Lúcia tentava ajudar, conversando com ele e perguntando várias vezes se ele estava com dor.

Balmac com paciência sempre respondia as perguntas repetidas, estava lúcido e entendia a preocupação de todos, depois de várias horas, quase na metade do dia Jiron e Caluto voltaram com um feixe de madeira cada um, a madeira estava molhada e escurecida.

Haviam pego tudo que encontraram pelo caminho, qualquer mancha escura que encontravam desciam e retiravam da neve.

Linade amarrou um galho no outro com firmeza, e log estava pronta uma cama de madeira.

Ádino carregou Balmac enquanto forravam a cama improvisada com peles o suficiente para ficar confortável.

Depois de o deitarem, Linade o cobriu com o resto das peles, deixou apenas uma mais fina.

Cortou em tiras e as trançou fazendo duas cordas compridas, em seguida amarrou na cama, tudo o que era carga estava na cama junto com Balmac, e assim o grupo voltou a seguir viagem.

Crônicas Helenísticas- Niedra Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora