O coração do rei sepultado

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Ela decidiu continuar, tinha que encontrar o quarto do rei, sem dizer uma palavra todos a seguiram. Assim que encontrou a porta, respirou fundo e empurrou devagar.

Como todas as outras ela também estava aberta, não era bem o que Lúcia esperava ver, ficou um pouco preocupada ao entrar.

Havia uma cama com a madeira parcialmente destruída, um colchão de penas manchado e rasgado em várias partes, não havia nenhum móvel inteiro, tudo estava em estado deplorável de abandono.

Lúcia abriu os armários que estavam aos pedaços, procurava por todo lado e lugar algo que chamasse sua atenção, tudo estava revirado e quebrado, não poderia ser ali -pensou ela.

Parou respirando fundo e voltou a procurar com calma, dando atenção aos menores espaços, teto, parede e móveis tudo ela revirava.

O grupo se concentrava na vigia, não havia muito que pudessem fazer, e ficavam atentos a porta aos corredores e na janela.

Por vezes olhavam Lúcia com o canto dos olhos, tão ansiosos quanto ela para que aquilo acabasse.

Lúcia parou na cama, olhando com atenção viu que ela não estava totalmente encostada a parede, tentou movê-la, mas era muito pesada, feita de madeira maciça e grossa.

Ádino pediu licença a ela e segurou a cama com firmeza levantando um pouco do chão e puxando para longe da parede.

Lúcia viu que havia um desenho esculpido em pedra na parte da parede que estava escondida pela cabeceira da cama.

— Puxe um pouco mais Ádino, preciso entrar ali e ver o que é aquilo.

Ádino puxou com força e abriu um grande espaço, Lúcia entrou no vão e se abaixou em frente à saliência.

Ádino puxou ainda mais a cama agora um pouco de lado para deixar passar um pouco de luz, Lúcia passou os dedos pelo símbolo olhando com atenção, era feito de pedra cinza, o mesmo tipo de pedra onde estava o outro símbolo inacabado no corredor.

Um escudo de pedra com três símbolos esculpidos, um elmo, uma bigorna e uma picareta cruzada com um machado, o elmo era maior estava do lado direito, deitado como se olhasse para cima.

Duas linhas saiam de dentro, uma subia levemente e chegava à picareta trançado com o machado, a picareta tinha o cabo apontado para o alto.

O machado estava da mesma forma, mas o cabo apontava baixo e a lamina para cima, a segunda linha vinda do elmo descia e ligava a uma bigorna deitada com a ponta para cima.

Lúcia apertou os olhos para o intrincado desenho. — Estranho isso.

— O que foi Lúcia. — Perguntou Linade preocupada com a janela, mas atenta aos seus movimentos.

— É que, no sonho parecia diferente.

Lúcia olhou com atenção tentando achar algo que pudesse ajudá-la a descobrir o que fazer, em volta das esculturas tinha um circulo, era como se ele fosse esculpido em uma pedra circular encaixado dentro do escudo.

Mas havia uma fenda acompanhando o circulo, tentou virar o símbolo na posição que lembrava, mas ele não se moveu.

— O elmo deveria estar de pé, mas não se mexe.

Jiron não participava, estava preocupado em vigiar a porta e Luthiron vigiava atento outra janela, Dávolo e Balmac cuidavam do corredor.

Lúcia continuou olhando para o símbolo, sentia que começava a desvendar algo, pelo menos já sabia que não era para estar daquela forma.

Apertou o símbolo e levou um susto quando ele adentrou a parede.

Com o coração acelerado usou mais força e o símbolo entrou completamente deixando apenas o escudo com um buraco circular, nada aconteceu, mas ela ainda não se deu por vencida.

Crônicas Helenísticas- Niedra Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora