Próximo povo escolhido.

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Lúcia corria desesperada, mas o jeguinho branco a perseguia e a derrubava com extrema fúria.

Com uma das patas em seu peito, tentava abrir seu coração.

Ela se livrava dele e começava a correr novamente e em seguida um esqueleto enorme e cheio de pontas compridas a envolvia com seus ossos e com uma das pontas também tentava abrir seu coração.

Antes que ele conseguisse, o sonho voltava à perseguição com o jeguinho.

Estava havia horas fugindo e voltando ao inicio.

Acordava com Linade esfregando seu corpo, ela estava na banheira.

Voltava a dormir, e outro sonho recomeçava rapidamente.

Agora se via arrancando o coração de Luthiron, que jazia caído aos seus pés sem se mexer.

— Não! Como pude fazer isso.

Lúcia olhava apavorada para o coração ainda pulsando em suas mãos.

Acordava gritando sentando na cama.

Linade empurrava Lúcia de volta na cama falando carinhosamente.

— É apenas um pesadelo, já vai passar, descanse mais um pouco.

Lúcia dormia e acordava assustada, encontrado ora Linade, ora Balmac ou Ádino.

E por vezes Jahil com Caluto ao seu ombro.

Algumas vezes viu Jiron conversando com Érono ou Dávolo.

Luthiron estava sempre na porta quando Lúcia acordava.

Lúcia voltava a dormir novamente tendo outro sono agitado, mas dessa vez menos sangrento.

Linade levantou depois de um tempo e falou para Luthiron que estava na porta.

A febre está passando, ela dorme profundamente, vai acordar com muita fome.

Luthiron continuou em silêncio, olhando para Lúcia que dormia finalmente silenciosa.

Ela já estava ali à noite toda e agora o dia todo.

— Pode ir jantar Linade, eu fico com ela.

— Não me demoro Luthiron. Disse ela saindo do quarto.

Todos foram para a cozinha, olhando para Luthiron quando saíam de seus quartos.

Ele ficou na porta da mesma forma, quieto e atento a qualquer mudança.

O jantar havia sido rápido, e depois de menos de uma hora todos voltavam.

E o quarto voltou a ficar movimentado.

Todos preocupados entravam para ver como ela estava.

Luthiron fechou os olhos, precisava descansar.

Finalmente sentia sono, agora que Lúcia estava bem e sem febre, dormindo profundamente.

Logo todos havia se recolhido deixando ele sozinho com Lúcia.

Até mesmo Linade havia saído, ela sabia que Lúcia estava em boas mãos.

Ele entrou devagar chegando muito perto da cama, e tocou a testa de Lúcia com o focinho, estava sem febre nenhuma.

Luthiron adormeceu com a cabeça encostada a de Lúcia.

*******

Lúcia acordou sentindo uma respiração profunda em seu pescoço. Virou devagar, Luthiron estava em pé com a cabeça enterrada no travesseiro.

Crônicas Helenísticas- Niedra Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora