Luthiron parecia voar de tanto que corria. Em menos de quinze minutos chegaram, encontraram tudo do mesmo que haviam deixado.
Nenhum ser arriscaria passar por ali com aquelas criaturas a enveredar pela mata.
Lúcia desceu com Luthiron ainda em movimento e começou a enrolar as peles e preparar tudo para por nas costas dele, montou novamente e seguiram rapidamente para o acampamento dos seguidores, não trocaram uma palavra nesse tempo, estavam preocupados com a situação de Jiron.
Em poucos minutos estavam de volta. Ádino pegou o seu alforje e começou a preparar uma mistura de raízes, lembrando a Lúcia das ataduras de Balmac.
O cérebro de Lúcia começava a trabalhar rapidamente. Talvez... Se funcionou com Balmac, também funcionaria com Jiron.
Correu para seu alforje e pegou o pequeno cantil, estava tão cheio como a primeira vez que o segurou apesar de Balmac ter bebido todo o conteúdo quando ela havia dado a ele.
Olhou para o cantil dizendo baixinho. — Tomara que eu não esteja errada, tem que dar certo.
Não me decepcione Evaluin, me disse para eu seguir minha intuição e estou fazendo isso, me ajude agora.
Chegou perto de Jiron e abriu seu bico despejando o conteúdo.
Jiron apesar de fraco não rejeitou o liquido, sua sede era tanta que bebeu tudo rapidamente.
Todos olhavam para Jiron assustados, nenhum deles tentou deter Lúcia, pois lembravam perfeitamente da reação de Balmac e aguardavam a mesma reação em Jiron.
Não tardou para ele entrar em uma agonia profunda, se contorcia e gritava. Parecia que sua dor era ainda mais intensa do que Balmac havia sentido, e estava sendo mais demorado,
Dessa vez Lúcia não sentiu o mesmo pavor de antes, esperou pacientemente com a cabeça de Jahil em seu colo.
Parecia uma dor tão forte, Jiron soltava pios agudos e fracos, e sem poder fazer nada para acalmar seu sofrimento, todos ficaram comovidos.
Depois de longos minutos assim ele ficou em silêncio, e caiu em um sono profundo, o deitaram sobre algumas peles, e o deixaram descansar.
Aquele monte de corpos por todo lado deixava a todos desconfortável e apesar de não terem dormido na noite anterior por causa da chuva, os corpos roubavam o sono.
Lúcia estava sentada perto da fogueira ao lado de Jahil, Linade sentou ao seu lado.
— Quero te agradecer por se maluca Lúcia, foi uma ótima ideia a sua.
Conseguimos recuperar os dois, mesmo que Jiron não se salve ao menos não ficou nas mãos deles.
Não pense nisso Linade, amanhã vamos ver o que acontece, com Balmac foi assim, ele caiu.
Em um sono profundo acordando melhor no outro dia.
Deve ser por isso que ninguém te segurou, esse cantil salvou Balmac uma vez, que bom que se lembrou dele.
Se eu não tivesse lembrado, uma hora ou outra um de nós teria lembrado.
— Pode ser, mas fico contente com a nova Lúcia, corajosa e astuta, lutou muito bem Lúcia, não pudemos contar com Caluto e Jiron, mas pudemos contar com você, foi de grande ajuda para nós hoje.
— Concordo com a Linade, além de lutar muito bem, teve a ideia que nos permitiu salvar os dois, e foi muito corajosa menina, que bom que está conosco.
— Obrigado Balmac, mas chega de falarmos disso, tenho certeza que teriam feito o mesmo por mim.
Balmac encostou o focinho na cabeça de Lúcia e falou baixo. — Nunca duvide disso.
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Crônicas Helenísticas- Niedra Livro 1
FantasyEla não imaginava que viajaria pelas terras de Heleno acompanhada de tantas criaturas, ela não imaginava que muitos povos dependiam dela, muito menos sabia que teria missões a cumprir e que a cada missão concluída com sucesso, um povo seria libertad...